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Estado de Minas TECNOLOGIA

Como ser� o wifi do futuro?

H� 25 anos no mercado, tecnologia teve impacto profundo na forma como pessoas se conectam. Demanda deve continuar a crescer, enquanto engenheiros trabalham em constantes melhorias e nos poss�veis substitutos.


04/07/2022 18:33 - atualizado 05/07/2022 14:55


Logo de wifi
Wifi surgiu no mercado h� 25 anos (foto: Getty Images)

"Com licen�a, voc� pode me dar a senha do wifi?" Se voc� nunca fez ou se nunca lhe fizeram essa pergunta, � porque voc� vive literalmente desconectado.

O Wi-Fi, WiFi ou simplesmente wifi surgiu no mercado em 1997. � um sistema de conex�o sem fio, dentro de uma determinada �rea, entre dispositivos eletr�nicos, para acessar a internet.

O wifi � baseado no IEEE 802.11, um grupo de protocolos sem fio criado pelo Instituto de Engenheiros El�tricos e Eletr�nicos, uma associa��o mundial dedicada � padroniza��o e desenvolvimento em �reas t�cnicas.

Ao longo de 25 anos, o wifi teve um impacto profundo na forma como as sociedades se conectam.

"O maior impacto do wifi foi o acesso equitativo � internet. Imagine se o mundo tivesse se desenvolvido apenas com telefones celulares ou sat�lite. S� os ricos poderiam pagar", explica Sujit Dey, diretor do Centro de Comunica��es Sem Fio da Universidade de San Diego (USD), nos Estados Unidos.


Pessoas mexendo no celular.
Wifi teve impacto profundo na forma como pessoas se conectam (foto: Getty Images)

O wifi � acess�vel porque � baseado em um espectro sem licen�a.

"Isso significa que ningu�m o controla, mas tamb�m significa que a qualidade do servi�o �s vezes � ruim. Mas, por ser um espectro sem limites, desde que voc� tenha as redes a cabo, a parte wifi � gratuita. Isso democratiza o acesso. Sem wifi, milh�es e milh�es de pessoas n�o teriam nenhum tipo de acesso � internet", diz Dey.

Mas o wifi tamb�m gera um efeito econ�mico. "S�o v�rios bilh�es de d�lares por ano. � um impacto fenomenal. � enorme o impacto da conectividade na vida das pessoas", diz Dorothy Stanley, da Associa��o de Padr�es do Instituto de Engenheiros El�tricos e Eletr�nicos (IEEE SA).

Segundo estimativas da organiza��o sem fins lucrativos Wi-Fi Alliance, que � dona da marca wifi, ao longo de 2022, quase 18 bilh�es de dispositivos habilitados estar�o em uso.

O valor econ�mico global do wifi � estimado em US$ 3,3 trilh�es (R$ 17,6 trilh�es) em 2021. Em 2025, espera-se que esse valor atinja US$ 4,9 trilh�es (R$ 26,1 trilh�es), segundo um estudo.


Pessoas conectadas na internet
Conectividade ganhou impulso com a pandemia (foto: Getty Images)

O wifi tamb�m elevou as exig�ncias por conex�es mais eficientes, confi�veis e seguras, em cen�rios h�bridos ou de trabalho remoto, de sistemas complexos de conectividade em casa e nas empresas, e da internet das coisas.

Em um mundo cada vez mais conectado, nos perguntamos: qual ser� o futuro da conectividade? O que vir� depois do wifi?

Evolu��o

� importante lembrar que, embora o wifi tenha se tornado onipresente no mundo desenvolvido nas �ltimas duas d�cadas, ainda existem muitos lugares do planeta sem essa tecnologia e sem acesso � internet.

Por exemplo, estima-se que 244 milh�es de pessoas na Am�rica Latina (ou um ter�o da popula��o) n�o tenham acesso � internet, de acordo com um estudo de 2021 do Instituto Interamericano de Coopera��o para a Agricultura (IICA), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Microsoft.

Mas, depois da pandemia de covid-19, a conectividade ganhou impulso, Muitas novidades tecnol�gicas por parte de governos e organiza��es ajudaram a levar conectividade a �reas remotas.

"O wifi n�o � a solu��o para tudo, mas � uma parte importante da solu��o geral", diz Stanley.

A especialista lista exemplos em �reas remotas da �ndia e do Canad� onde foram implementados sistemas mistos de conectividade com sat�lites, fibra �tica e sem fio. A Cidade do M�xico recebeu em 2021 o Recorde Mundial do Guinness como cidade mais conectada do mundo, com 21,5 mil pontos gratuitos de internet.

Desde o lan�amento do wifi, os padr�es evolu�ram continuamente, melhorando a velocidade, acrescentando novos recursos ou tecnologias e um novo nome de identifica��o.

O 802.11ax, ou Wi-Fi 6, � a atualiza��o mais recente, lan�ada em 2021. Esse padr�o oferece velocidade ultrarr�pida de 9,6 gigabit por segundo (Gbps) e suporta bandas de frequ�ncia de 2,4 gigahertz (GHz), 5 GHz e 6 GHz e canais amplos (80, 160 MHz), entre outros recursos.

Mas ele ainda n�o est� amplamente dispon�vel no mercado.

Os engenheiros j� est�o trabalhando no pr�ximo passo, o 802.11be ou Wi-Fi 7, com recursos aprimorados que prometem ser "um marco importante", de acordo com um relat�rio do grupo de trabalho de junho de 2022.


Homem trabalha com laptop
Demanda por wifi deve crescer (foto: Getty Images)

Tudo parece indicar que n�o h� limites para o wifi.

"Ainda n�o encontramos [limite], e a proje��o � que haver� um crescimento de dez vezes na demanda por fontes wifi nos pr�ximos dez anos", diz Stanley.

"Nosso objetivo � focar em maior alcance, desempenho e continuar a compatibilidade com vers�es anteriores, porque queremos que as pessoas usem seus dispositivos que j� compraram."

Os avan�os no wifi n�o apenas melhoram a velocidade, como tamb�m permitem que muitos dispositivos se conectem ao mesmo tempo e mantenham essa velocidade.

"Mais pessoas querem usar v�rios tipos de dispositivos. N�o � apenas o telefone, � o rel�gio, �culos, etc. Haver� cada vez mais dispositivos conectados. Por isso, o wifi continua se atualizando", diz Dey.

Alternativas ao wifi

Embora o wifi ainda tenha muito espa�o para crescer e seja a tecnologia mais est�vel para conectividade, existem algumas alternativas que podem complement�-lo ou talvez at� substitu�-lo no futuro.

"O 5G est� chegando � maioria dos pa�ses da Europa, Estados Unidos e Am�rica Latina. O problema � que a maioria das implanta��es de 5G foi baseada em 4G. Portanto, levar� alguns anos para haver uma verdadeira implementa��o de 5G", diz Sujit Dey.

At� o final de 2026, o 5G dever� responder por cerca de 43% dos pacotes de assinatura na Am�rica Latina, de acordo com um estudo da Ericsson. Mas os custos costumam ser mais altos.

"Muitas pessoas em diferentes demografias n�o conseguem pagar um plano 5G, ent�o o wifi ainda � a alternativa mais barata. Mas, � claro, voc� n�o pode tirar o wifi de casa, ent�o, os planos 5G precisar�o ser acess�veis", diz Dey.

Existe tamb�m a possibilidade de transmiss�o de dados atrav�s da luz.


O Li-Fi, em que a transferência de dados é feita pela luz, é muito mais rápido do que o wifi
O Li-Fi, em que a transfer�ncia de dados � feita pela luz, � muito mais r�pido do que o wifi (foto: Getty Images)

O professor de Comunica��es M�veis Harald Haas, da Universidade de Edimburgo, na Esc�cia, cunhou o termo Li-Fi em 2011, uma tecnologia que usa luzes LED para transmitir dados.

O Li-Fi pode fornecer acesso � Internet cem vezes mais r�pido que o wifi tradicional, com velocidades de at� 1 gigabit por segundo (Gbps).

A desvantagem dos roteadores wifi tradicionais � que v�rios dispositivos no mesmo espa�o podem interferir uns nos outros. J� o Li-Fi pode usar v�rias luzes em uma resid�ncia sem interfer�ncia, diz seu criador.

Para Dey, esse tipo de tecnologia � muito eficaz para ambientes internos, mas exige um custo adicional de infraestrutura. Por isso, n�o � uma alternativa barata.

"Imagine um escrit�rio onde voc� tem que colocar os refletores certos. Existem algumas vantagens em termos de velocidade e n�vel de conectividade, mas h� as desvantagens de exigir nova infraestrutura em termos gerais", diz.


Um terminal de internet SpaceX Starlink na Ucrânia em maio
Um terminal de internet SpaceX Starlink na Ucr�nia em maio (foto: Getty Images)

Existe tamb�m a conectividade com sat�lites. Empresas como a Starlink, do bilion�rio Elon Musk, oferecem servi�o de internet de banda larga via sat�lite de alta velocidade em locais remotos e rurais por um plano mensal de US$ 110 (R$ 585) com um custo �nico de equipamentos de US$ 599 (R$ 3,2 mil).

"O Starlink � uma adi��o inovadora ao nosso portf�lio de conectividade. Acho que ela tem o potencial de aumentar a implanta��o de sat�lites existentes e tornar essa tecnologia talvez mais acess�vel e difundida", diz Stanley.

No entanto, a comunica��o via sat�lite tem uma lat�ncia alta, isso significa que o atraso � maior que o do wifi ou do celular.

"Para mitigar esse problema, algumas empresas t�m sat�lites de �rbita mais baixa e t�m menos problemas de atraso. Agora, eles est�o tentando integrar sat�lite e wifi", diz Dey.

"Se essa integra��o for bem-sucedida nos pr�ximos anos, n�o ser�o apenas poucas pessoas que poder�o fazer as coisas remotamente. Muito mais pessoas conseguir�o tamb�m, porque haver� conectividade wifi", diz.

Dey tamb�m destaca o projeto do Google com bal�es e os de outras empresas com drones.


Um balão do Google pode ajudar a levar a internet a lugares remotos
Um bal�o do Google pode ajudar a levar a internet a lugares remotos (foto: Getty Images)

"Acho que a melhor conex�o ser� por via a�rea, porque o custo da infraestrutura � muito menor", afirma.

"Voc� pode acessar �reas onde n�o existe fibra �tica, especialmente em pa�ses subdesenvolvidos que desejam se tornar mais desenvolvidos."

� claro que existem v�rias tecnologias que est�o sendo testadas e ser�o usadas no futuro para se conectar.

"N�o existe uma tecnologia que abranja tudo. H� tanta demanda por conectividade que precisamos pegar todas as pe�as, juntar os produtos e traz�-los ao mercado para atender �s necessidades das pessoas em todos os lugares", diz Stanley. "Nossa vis�o para o futuro � que todos estejam conectados."

Para Dey, o cen�rio da conectividade mudar� completamente nos pr�ximos dez a 20 anos, e � por isso que "a conectividade deve ser um direito inato nesta incurs�o na era moderna. "N�o podemos fazer nada de forma construtiva sem conectividade", conclui.

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62008999

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