
A ativista Marina Smith, que trabalhava com educa��o sobre o Holocausto, morreu em junho aos 87 anos. Alguns dias depois, no entanto, sua fam�lia e amigos puderam v�-la respondendo a perguntas sobre sua vida - em seu pr�prio vel�rio - gra�as a uma tecnologia criada por seu filho.
Stephen Smith disse que a ferramenta de v�deo da sua empresa, a StoryFile, permitiu que sua m�e estivesse "presente, de certa forma" durante a cerim�nia.
Ele explica que a tecnologia permite uma conversa por v�deo com uma pessoa que j� morreu - e ela "responde como se estivesse l�".
Smith afirma que a tecnologia trouxe � conversa os aspectos da vida de sua m�e que eram mais importantes para ela e para as pessoas que mais a amavam. E as palavras utilizadas eram falas de sua m�e de fato, n�o um texto criado por intelig�ncia artificial.
Mas como isso funciona?Para fazer o v�deo, a pessoa deve fazer uma grava��o antes de morrer, respondendo a in�meras perguntas sobre sua vida.
Mais tarde, ap�s a morte, um sistema de intelig�ncia artificial seleciona os clipes apropriados para reproduzir em resposta a perguntas de pessoas que assistem ao v�deo, e a pessoa parece ouvir e responder - em algo que a empresa chamou de "v�deo conversacional".
Rollo Carpenter, que criou o chatbot CleverBot - e n�o tem conex�o com a empresa de Smith - afirma que o sistema de conversa em v�deo funciona de forma diferente, sem tentar construir suas pr�prias respostas ou usar intelig�ncia artificial para criar respostas novas.
"� apenas selecionar a partir de um conjunto pr�-gravado de sequ�ncias que podem ser reproduzidas", diz ele.
Intera��o de celebridades
Marina Smith foi uma das cofundadoras do Centro Nacional do Holocausto em Nottinghamshire, no Reino Unido, onde ela coordenava um programa de educa��o sobre o Holocausto. Em 2005, ela foi premiada com uma ordem de cavalaria dada pela realeza brit�nica pelo seu trabalho.
Os fundadores da StoryFile tiveram a ideia do v�deo conversacional enquanto trabalhavam na cria��o de hologramas interativos de sobreviventes do Holocausto para a funda��o USC Shoah.
A empresa v� uma ampla gama de poss�veis aplica��es comerciais para a tecnologia, desde atendimento ao cliente at� vendas.
A companhia tamb�m encorajou algumas celebridades a documentar suas carreiras usando a tecnologia, incluindo o ator William Shatner, conhecido por seu papel como capit�o Kirk na s�rie Star Trek (Jornada nas Estrelas). � poss�vel interagir com o v�deo no site da empresa.

'Vers�o virtual de mim'
Olhando para o futuro, Smith prev� um mundo em que as pessoas documentem suas vidas continuamente, sugerindo que os usu�rios possam "falar com o seu eu de 18 anos, quando tiverem 50, ou apresentar seus filhos ao seu eu de 16 anos".
A ideia de que no futuro a intelig�ncia artificial poderia ser usada para criar vers�es virtuais de pessoas mortas � algo que j� existe h� algum tempo. O tema foi tratado, por exemplo, em um epis�dio da s�rie Black Mirror.
Mas Smith explica que n�o � isso que sua tecnologia faz e rejeita a ideia. "Tudo sobre n�s � absolutamente �nico. N�o h� como voc� criar uma vers�o de mim."
Carpenter concorda, dizendo que usar a tecnologia de intelig�ncia artificial atual para criar uma pessoa "gerada por computador" arriscaria "colocar palavras na boca da pessoa falecida".
O resultado poderia ser ainda pior se outras pessoas acreditassem que o falecido de fato falou aquelas palavras enquanto estava vivo.
Os limites dos chatbots - rob�s com intelig�ncia artificial que imitam conversas - foram demonstrados pelo BlenderBot 3, o conversador da Meta, a empresa que controla o Facebook. O programa foi criticado por fazer coment�rios ofensivos e dizer coisas pouco lisonjeiras sobre o cofundador da empresa, Mark Zuckerberg.
A Meta disse que o rob� � um prot�tipo criado para fins de pesquisa. A empresa afirmou tamb�m que os usu�rios foram alertados que o programa poderia dizer coisas que idealmente n�o deveria.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62579891
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