A ooforectomia profilática é uma cirurgia para remover os ovários e reduzir o risco de câncer de ovário e de mama. Se uma mulher apresenta  alto risco de desenvolver câncer de mama, câncer de ovário ou ambos, pode-se considerar a remoção dos ovários antes da menopausa para reduzir o risco de câncer. Essa cirurgia é chamada de ooforectomia profilática.

Os ovários — localizados em ambos os lados do útero — são os órgãos onde os óvulos se formam. Eles também são a principal fonte dos hormônios estrogênio e progesterona antes da menopausa.

Tipos de ooforectomia

- Ooforectomia unilateral: remove o ovário de um lado do corpo
- Ooforectomia bilateral: remove ambos os ovários
- Salpingo-ooforectomia: remove a trompa de Falópio (o órgão que transporta os óvulos dos ovários para o útero) juntamente com o ovário (ou ovários). 

Como a ooforectomia reduz o risco de câncer de mama?

O estrogênio e a progesterona estimulam o crescimento de cânceres de mama com receptores hormonais positivos. A remoção dos ovários antes da menopausa reduz significativamente a quantidade desses hormônios no corpo. Isso ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento e crescimento do câncer de mama com receptores hormonais positivos.

Embora a remoção dos ovários após a menopausa reduza o risco de câncer de ovário, ela não reduz o risco de câncer de mama. Isso ocorre porque, após a menopausa, os ovários produzem pouco ou nenhum estrogênio e progesterona.

Por que realizar ooforectomia em portadoras de mutações dos genes BRCA?

  • Reduz o risco de câncer de ovário

  • Reduz o risco de câncer de mama

  • Reduz a mortalidade por todas as causas

Quando deve ser considerada?

O procedimento é recomendado após a mulher ter completado a gravidez, mas antes das idades de pico de risco para câncer de ovário. Para portadoras de BRCA1, isso geralmente ocorre entre 35 e 40 anos, enquanto para portadoras de BRCA2, geralmente ocorre entre 40 e 45 anos, de acordo com o ScienceDirect.com.

Câncer de mama prévio: a ooforectomia é recomendada para portadoras de BRCA previamente diagnosticadas com câncer de mama para reduzir o risco de doença contralateral.

Possíveis desvantagens e tratamento

Menopausa cirúrgica: a ooforectomia causa menopausa cirúrgica imediata, o que pode levar a sintomas graves, como ondas de calor e outros sintomas climatéricos.

Terapia com estrogênio: a terapia hormonal é frequentemente recomendada após a ooforectomia para controlar os sintomas da menopausa e proteger a saúde a longo prazo. 

O que se esperar da cirurgia de remoção de ovário

Antes da ooforectomia profilática, o médico normalmente realizará exames para garantir que os ovários estejam saudáveis. Estes podem incluir:

- Ultrassom transvaginal, que cria imagens dos ovários

- Tomografia computadorizada ou outro exame de imagem

- Dosagem sanguínea de  CA125, para verificar a presença de uma proteína que pode estar elevada se houver câncer de ovário

A remoção profilática dos ovários pode ser feita por laparoscopia (um procedimento que utiliza um tubo fino e iluminado com uma câmera) ou por meio de uma cirurgia abdominal mais tradicional, chamada laparotomia. 

Ooforectomia laparoscópica

A ooforectomia laparoscópica é considerada uma abordagem menos invasiva e é utilizada na maioria dos casos. A cirurgia geralmente é realizada em regime ambulatorial (o que significa que você não precisará passar a noite no hospital) e geralmente tem uma recuperação mais rápida e menos dor do que a laparotomia.

A paciente provavelmente receberá anestesia geral antes da ooforectomia laparoscópica, o que significa que ficará inconsciente durante o procedimento. Primeiramente, o médico faz uma pequena incisão no abdômen e, em seguida, insere um tubo para inflar o abdômen com gás dióxido de carbono. Isso dá ao médico mais espaço para realizar a cirurgia. Em seguida, o médico faz várias pequenas incisões no abdômen e, em seguida, insere uma câmera de vídeo longa e fina e instrumentos cirúrgicos em seu corpo. 

O médico usará os instrumentos para remover os ovários — e as trompas de Falópio, se a paciente estiver fazendo uma salpingo-ooforectomia — através das pequenas incisões. Em alguns casos, o médico pode usar um robô para controlar a câmera e os instrumentos cirúrgicos.

Se o médico observar sinais de câncer de ovário durante a ooforectomia laparoscópica, ele provavelmente mudará a ooforectomia laparoscópica para a ooforectomia laparotômica.

Ooforectomia laparotômica

A ooforectomia laparotômica é um procedimento mais invasivo do que a ooforectomia laparotômica. A paciente receberá anestesia geral por via intravenosa na mão ou no braço, o que a deixará inconsciente.

Durante o procedimento, o médico faz uma longa incisão na parte inferior do abdômen para remover os ovários (e as trompas de Falópio, se for fazer uma salpingo-ooforectomia). Na maioria dos casos, a incisão será horizontal, logo acima do osso púbico.

Após a cirurgia

O médico enviará o tecido removido para um laboratório para que possa ser examinado ao microscópio para verificar a presença de câncer.

Independentemente do procedimento realizado, após a cirurgia, a paciente passará um tempo na sala de recuperação até que o efeito da anestesia passe. Normalmente, a paciente será orientada a começar a caminhar no dia da cirurgia e poderá se alimentar normalmente.

Como em qualquer cirurgia, existem riscos e efeitos colaterais da cirurgia de remoção de ovários que a paciente  deve conhecer. É importante ligar para o médico imediatamente se a mesma notar sinais de infecção, como febre, vômitos ou vermelhidão ou secreção incomum nas incisões.

compartilhe