MÚSICA NA PRAÇA

Festival Tudo é Jazz homenageia Dolores Duran e Ella Fitzgerald

Evento neste fim de semana (19 e 20/7) terá cinco shows distribuídos entre o Museu das Minas e do Metal e a Alameda da Educação, na Praça da Liberdade

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Uma é dona de uma das vozes mais marcantes do jazz mundial. Mestra da improvisação vocal, Ella Fitzgerald estabeleceu um padrão de excelência com seu médio-agudo cristalino e interpretou com maestria os maiores compositores norte-americanos.

A outra, Dolores Duran, foi uma das cantoras e compositoras mais sensíveis e sofisticadas da música brasileira. Com voz doce, melancólica e intensa, destacou-se como intérprete de sambas-canções, boleros e standards americanos. Mas que paralelos podem ser traçados entre Ella e Dolores, além do fato de terem sido gigantes da música em seus países?

“Existem similaridades na visão de mundo delas e no lugar que ocuparam na música”, diz o estilista Ronaldo Fraga, diretor criativo do Festival Tudo é Jazz, que este ano homenageia as duas cantoras.

“Foram duas mulheres pretas, fortes, que influenciam músicos e cantores no mundo inteiro, e que fizeram da própria obra sua bandeira política. A Ella mesmo disse isso. Quando questionada sobre por que não se pronunciava contra o racismo, respondeu: ‘Minha bandeira política é minha obra, meu trabalho’”, acrescenta.

Criado há 23 anos em Ouro Preto, o festival expandiu sua programação nos últimos anos para Belo Horizonte, Itabirito, Congonhas e Ouro Branco. Neste sábado e domingo (19 e 20/7), a capital mineira receberá o Tudo é Jazz com entrada gratuita.

A programação inclui cinco shows, distribuídos entre o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal e a Alameda da Educação, na Praça da Liberdade, além de exposição de fotos com curadoria de Fraga.

A prática de homenagear duplas de artistas – um ícone do jazz internacional e uma figura marcante da música brasileira – tem se consolidado no evento. Em 2022, as homenageadas foram Nina Simone e Elza Soares; e, em 2023, Ray Charles e Pixinguinha.

“É um evento que se chama Tudo é Jazz, mas que vai além do jazz. Ele chama atenção, principalmente, para o diálogo com outros estilos. Por isso, é muito importante – considerando a formação de público – lançarmos luz sobre um nome mundial e um nome nacional”, explica Fraga.

Felipe Continentino

Quem abre a programação deste sábado (19/7) é o Felipe Continentino Trio, formado pelo baterista que dá nome ao grupo, além do guitarrista Felipe Vilas Boas e do baixista Bruno Veloso. No repertório, composições autorais e versões instrumentais de clássicos de Pat Metheny e Eric Clapton.

Felipe nutre profunda admiração pela obra de Ella Fitzgerald, especialmente pela maneira como ela interpretava melodias com elegância e personalidade. Em homenagem à cantora, ele planeja incorporar ao repertório do trio algum clássico imortalizado por Ella, recriando-o à sua maneira.

“A voz dela é inconfundível, representa a força de tantas mulheres, em especial das mulheres negras. Além disso, o timbre é único, reconhecível de imediato – como acontece com o saxofone de John Coltrane ou com o toque do baterista Elvin Jones”, afirma Felipe Continentino.

Além dos shows, o Festival Tudo é Jazz também contará com exposição do fotógrafo Rodrigo Januário. Em cartaz no MM Gerdau, a mostra apresenta 10 imagens em preto e branco com duas mulheres negras caracterizadas como Ella e Dolores, retratadas em cenários do cotidiano: botecos, salões de beleza, igrejas.

“A Dolores também costurava. Quando fazia um vestido, estreava essa roupa indo à missa com ele. Era a forma que ela encontrou de benzer aquela roupa”, conta Ronaldo Fraga. As fotos foram feitas em cidades como Goiânia, Belo Horizonte, Goiás Velho, Salvador e Rio de Janeiro, fugindo do eixo tradicional Rio-São Paulo-BH.

A programação em Belo Horizonte contará ainda com shows de Carolina Serdeira, Vibrafino, Cuca Teixeira Groove Reunion e o tributo “Ella & Dolores”, com Izzy Gordon.

Entre agosto e setembro, o festival circulará por Ouro Preto (7 a 10/8), Itabirito (15 a 17/8), Congonhas (23 e 24/8) e Ouro Branco (13 e 14/9).

Reconhecido pela revista especializada “Down Beat” como um dos 10 melhores festivais do gênero no mundo, o evento mantém viva sua missão de celebrar a música e formar público engajado – provando, ano após ano, que, de fato, tudo é jazz.

PROGRAME-SE

• Sábado (19/7)

No MM Gerdau

20h: Show Felipe Continentino Trio
21h30: Carolina Serdeira

• Domingo (20/7)

Na Alameda da Educação, na Praça da Liberdade

16h: Vibrafino
17h20: Cuca Teixeira Groove Reunion
19h: Izzy Gordon canta Ella e Dolores

FESTIVAL TUDO É JAZZ

Neste sábado e domingo (19 e 20/7), no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade, 680, Funcionários) e na Alameda da Educação, na Praça da Liberdade. Entrada franca.

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