LUTO

BH: servidores da saúde protestam pela morte de dra. Maggy

Os servidores foram trabalhar no Centro de Saúde Ventosa vestidos de preto.

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Servidores da saúde se vestiram de preto, nesta segunda-feira (22), em protesto pela morte da médica Maggy Lopes da Costa, de 63 anos, na última sexta-feira (19). A mobilização aconteceu em diversas centros de saúde da Belo Horizonte.

A médica sofreu uma parada cardiorrespiratória, no Centro de Saúde Ventosa, na Região Oeste da capital mineira, após relatar que vinha sofrendo assédios por meio de publicações em redes sociais, provenientes de uma liderança comunitária. 

"O objetivo é não deixar que a morte da Maggy caia no esquecimento. Esperamos uma resposta da Prefeitura de BH, ainda mais agora com a intenção do prefeito de retirar a Guarda Municipal dos centros de saúde", contou uma enfermeira, que prefere não de identificar, ao Estado de Minas. "Diante do contexto todo, ficamos com receio. Não há um controle de entrada e saída nas unidades. Tudo faz a gente se sentir descartável", completou. 

Durante o sepultamento de Maggy, no último dia 20, colegas de trabalho usaram uma camisa com os dizeres 'profissionais da saúde importam', também em forma de protesto. "Vamos continuar vestindo no decorrer da semana", disse a enfermeira.    

Sindicato se reúne com Secretaria Municipal de Saúde 

O Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel-BH) participou de uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde "para discutir a situação dos trabalhadores do Centro de Saúde Ventosa, a segurança das unidades e as medidas urgentes para prevenir novos episódios de violência e adoecimento dos trabalhadores da saúde", afirmou a instituição. 

O encontro aconteceu na manhã de segunda (22) e contou com a presença do secretário municipal de saúde Danilo Borges, representantes do Conselho Distrital da Oeste, Representantes da Regional Oeste, a Mesa Diretora do Conselho Municipal de Saúde, o vereador Bruno Pedralva (PT), os coordenadores do Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed-MG) e os coordenadores do Sindibel. 

Em nota, o Sindibel afirmou que, na ocasião, representantes da instituição reiteraram que "segue aguardando, em caráter de urgência, uma reunião com o prefeito de Belo Horizonte para cobrar providências concretas e imediatas para proteger trabalhadores e usuários das unidades de saúde".

 

O que diz a Prefeitura 

Em nota, a Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, lamentou o falecimento da médica. O Executivo ainda afirmou que o município disponibiliza um "acompanhamento sociofuncional, cuidado que é destinado aos trabalhadores da rede SUS-BH que apresentem instabilidade no trabalho por intercorrências diversas, como conflitos, problemas de adaptação, adoecimentos físicos e/ou psíquicos adquiridos ou agravados no contexto laboral, além de outras situações que interfiram no pleno desempenho." 

Em relação à segurança nos centros de saúde, a PBH informou que a distribuição de efetivo da Guarda Civil Municipal nas unidades de saúde da capital é definida com base em "critérios técnicos, estratégicos e na análise da realidade de cada local."

Por fim, destacou que é mantida a "Patrulha SUS", modalidade de patrulhamento preventivo voltado exclusivamente para as unidades de saúde, com foco na segurança de usuários e trabalhadores.

Segurança nos centros de saúde 

Em agosto, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), anunciou um projeto de de segurança comunitária, prevendo a participação da vizinhança na observação do entorno das unidades de saúde, como forma de complementar o trabalho da Guarda Municipal e prevenir conflitos. 

Segundo o prefeito, a PBH realiza estudos para reorganizar o trabalho da Guarda Civil Municipal, incluindo a retirada gradual dos agentes das unidades básicas de saúde. A mudança, prevista para o fim de agosto e início de setembro, manterá os guardas apenas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Relembre o caso 

Maggy Lopes da Costa, de 63 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória no Centro de Saúde Ventosa, na Região Oeste de Belo Horizonte, na última sexta-feira (19). A servidora passou mal logo após relatar um caso de violência psicológica do qual era vítima. 

O episódio ocorreu durante uma visita técnica no local, organizada pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), para "averiguar uma situação de exposição pública de violência contra profissionais de saúde".

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A servidora relatou que vinha sofrendo repetidos assédios por meio de publicações em redes sociais, provenientes de uma liderança comunitária. O autor apareceu em vídeos expondo nominalmente os profissionais de saúde, por meio de gravações feitas sem consentimento deles. Outros dois médicos da unidade também foram vítimas.

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