Zema critica Lula sobre tarifas: 'cliente a gente paparica'
Governador Romeu Zema vem reforçando suas críticas ao presidente Lula pela condução da negociação com os EUA
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Siga noEm participação no Congresso Brasileiro de Agronegócio (CBA) nesta segunda-feira (11/8), em São Paulo, o governador Romeu Zema (Novo) seguiu com suas críticas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela condução das tratativas para impedir a aplicação de tarifas pelos Estados Unidos ao Brasil.
"Venho do setor de varejo, onde atuei há mais de 30 anos. Cliente a gente paparica. A gente não critica, não briga. Cliente gera emprego no Brasil, gera desenvolvimento. Então, totalmente tardia essa reação do governo federal. Se fosse um bom presidente, ele teria ido lá antes do jornal ter publicado a medida aqui, no dia seguinte, na edição impressa", afirmou.
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Zema, que vai anunciar no próximo sábado (16/8) sua pré-candidatura à Presidência no ano que vem, vem repetindo reiteradamente suas críticas ao petista. Na última quinta-feira (7/8), após uma reunião com outros nove governadores, todos de direita, para tratar do tema, o mineiro afirmou que as taxas aplicadas pelos americanos são devidos a inabilidade do presidente brasileiro.
O governador defendeu que o petista telefonasse para o americano para tratar do tema. Medida que já foi rechaçada pelo brasileiro, afirmando que não vai ser humilhado pelo Trump. “Isso, para mim, não é humilhação. Para mim, humilhação é ficar aqui sem ter o segundo maior parceiro comercial do Brasil comprando os nossos produtos e prejudicando o setor produtivo”, disse Zema.
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Trump chegou a afirmar que estava disposto a receber uma ligação de Lula para tratar das negociações, mas o movimento foi rechaçado pelo petista que alegou que sua intuição diz que o americano não busca dialogar e sim humilhá-lo. O receio, segundo alguns analistas, se deve às recentes reuniões com outros líderes estrangeiros, como Volodimir Zelensky, da Ucrânia; e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que foram constrangidos pelo norte-americano.
O presidente norte-americano aplicou 50% de tarifas em diversos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Em carta, após o anúncio em meados de julho, Trump exigiu que, para rever as sanções, o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado seja interrompido; que as big techs americanas não estejam sujeitas as decisões da Justiça brasileira; e sobre um suposto equilíbrio financeiro entre os países, apesar da balança comercial pender favorável aos EUA desde 2009.
A aplicação das tarifas foi celebrada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vem negociando com políticos americanos sanções ao Brasil e aos líderes dos Três Poderes, e que afirma que só com a aprovação da anistia ao seu pai, o ex-presidente, terá chance das punições serem abandonadas.
A atuação de Eduardo Bolsonaro foi criticada por Zema que alegou que“nenhum país pode receber retaliação por causa de uma pessoa, qualquer que seja essa pessoa. A nação está acima de qualquer indivíduo”.
Zema vem constantemente adotando críticas a Lula e buscando ganhar reconhecimento nacional, o que o cacifaria para ser um possível "herdeiro" político do ex-presidente Jair Bolsonaro que está impedido de concorrer às eleições após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter usado prédios públicos e televisão estatal para fazer campanha eleitoral na disputa de 2022, o que é vedado pela legislação.
Além do mineiro, podem concorrer pela direita no pleito de 2026, o deputado federal Eduardo Bolsonaro; a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL); o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Tarcísio de Freitas, que também esteve no evento da CBA, também defendeu que Lula ligasse para Trump para tratar das tarifas.