A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nessa terça-feira (23/9), uma foto em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece acompanhando o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na abertura da 80ª Assembleia Geral, em Nova York (EUA). Como de tradição, coube ao Brasil iniciar a sessão que reúne chefes de Estado, primeiros-ministros e diplomatas dos 193 países-membros.

No púlpito, Lula adotou tom firme contra interferências externas e disse que o Brasil não aceitará tutelas sobre sua democracia, um recado direto ao governo de Donald Trump, que impôs sanções ao país em razão do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, declarou. O presidente também classificou como “inaceitáveis” os ataques ao Judiciário e criticou os “falsos patriotas” que tentam fragilizar as instituições.

Em outro momento, Lula citou diretamente a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro como demonstração de que, mesmo sob pressão, o país resistiu em defesa da democracia.

Trump discursou logo após Lula e surpreendeu ao relatar um encontro breve com o petista nos bastidores da ONU. O republicano descreveu o gesto como positivo e ressaltou a afinidade entre os dois. “Eu estava chegando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, eu vi ele, ele me viu, e nós nos abraçamos. Tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, afirmou.

O norte-americano chegou a dizer que Lula “parece um cara muito legal” e que a simpatia mútua pode ser fundamental para fortalecer o diálogo entre os dois países. “Ele gosta de mim, eu gostei dele e eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Quando eu não gosto, eu não faço”, completou.

Lula na ONU

Em seu discurso na ONU, Lula também abordou temas centrais da agenda internacional, como a defesa da democracia, a proteção da infância, a regulação das redes sociais, o combate à fome, a crise climática, conflitos internacionais e o multilateralismo.

Em tom firme, Lula criticou sanções unilaterais, o avanço do autoritarismo e a desordem internacional, além de cobrar ações concretas da comunidade global para enfrentar desigualdades, proteger direitos fundamentais e promover soluções pacíficas de conflitos.

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“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra [...]. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, disse.

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