ALÉM DE MEDICAMENTOS

Mindfulness: ansiedade exige reeducação mental

De acordo com especialista, 70% do tratamento da ansiedade está em mudanças de hábitos e autoconhecimento não em remédios

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Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 30 milhões de brasileiros se afastaram do trabalho no último ano por conta da ansiedade, que se consolidou como uma das principais causas de incapacidade temporária no país. Apesar disso, o transtorno ainda é, muitas vezes, subestimado ou tratado apenas com medicação. Em conversa com Heros Marques no HofIn Podcast, a neurocientista e especialista em saúde mental Andréa Vermont defende que a verdadeira virada no tratamento está na transformação do estilo de vida, e na maneira como lidamos com nossos pensamentos.

"A medicação representa, no máximo, 30% do tratamento. O restante é mudança de estilo de vida, prática de exercícios, meditação e, principalmente, o desenvolvimento do autoconhecimento", pontua a especialista. Ela compartilha experiências pessoais com a ansiedade e relata como aprendeu a reconhecer seus próprios gatilhos emocionais antes que o quadro se agravasse.

Durante o episódio, a neurocientista chama atenção para o que define como "treinamento mental involuntário". De acordo com ela, o cérebro se condiciona ao modo simpático, o estado de alerta constante, mesmo na ausência de ameaças reais. “É como se estivéssemos sempre nos preparando para o pior. Isso gera exaustão. E é por isso que precisamos reeducar a mente para desacelerar, da mesma forma que reabilitamos o corpo após uma lesão física”, compara.

É nesse ponto que práticas como o mindfulness, ou atenção plena, ganham protagonismo no tratamento. "O mindfulness não é apenas uma moda. Ele ensina o cérebro a permanecer no presente, sem julgamento. Quando você aprende a observar seus pensamentos com consciência, sem se perder neles, começa a desativar esse estado crônico de alerta", explica Andréa.

Ela ressalta que o processo de mudança é gradual e exige disciplina diária. “As pessoas querem soluções milagrosas em cápsulas, mas a verdade é que o tratamento é trabalhoso, assim como uma reeducação alimentar”, afirma. “Com o mindfulness, é possível reaprender a viver com mais presença, reduzindo o impacto dos gatilhos de ansiedade.”

Outro ponto importante, segundo ela, é desconstruir a ideia de que sofrer de ansiedade é sinal de fraqueza. “É um alerta do corpo. É o sistema nervoso dizendo que algo está fora do eixo. Ignorar esses sinais ou mascará-los com medicamentos pode agravar o quadro no futuro”, alerta.

No episódio, Andréa também orienta sobre a importância de adotar rotinas mais saudáveis, com sono de qualidade, alimentação balanceada e redução de estímulos nocivos, como o excesso de redes sociais. “A mente precisa de pausas. O descanso mental é tão importante quanto o descanso físico. Práticas como mindfulness e respiração consciente nos ajudam a criar esses espaços de silêncio interno”, alerta.

No encerramento da conversa, a neurocientista deixa um recado direto para quem convive com o transtorno: “A ansiedade tem tratamento. Mas ele começa no momento em que você se compromete com a mudança. Não espere estar à beira do colapso para cuidar de si.”

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