Perder um ente querido não é apenas enfrentar a ausência física, mas também se adaptar a uma nova realidade enquanto atravessa uma jornada emocional duradoura, marcada por saudade, dor, memórias e um sentimento de ressignificação. A última quinta-feira, 19 de junho, foi Dia Nacional do Luto, uma data que convida a refletir sobre essa experiência inevitável e, ao mesmo tempo, profundamente individual.
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Apesar de natural, o processo de enlutamento ainda é pouco compreendido. Cada pessoa passa por ele de uma forma e é comum identificar fases como negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, mas essas etapas não seguem uma ordem fixa ou têm tempo determinado para acontecer. É possível que familiares se sintam confusos, exaustos ou até mesmo culpados por seguir adiante. O reconhecimento dessas emoções, sem julgamento, é o primeiro passo para a cura.
"Viver o luto é viver um processo ativo de adaptação à ausência. Não é esquecer quem partiu, mas aprender a continuar vivendo com a lembrança. Isso exige tempo, empatia e, em muitos casos, apoio psicológico especializado", explica Lenilson Figueiredo, psicólogo parceiro do Grupo Memorial, instituição no segmento funerário e cemiterial.
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Neste momento delicado, o apoio da rede familiar e de amigos é vital. Um gesto simples, como ouvir sem julgar, pode oferecer mais conforto do que qualquer conselho. Para aqueles que enfrentam um luto mais prolongado ou intenso, o acompanhamento psicológico pode ser um caminho importante. Além do acolhimento emocional, o papel das pessoas próximas é fundamental para ajudar o enlutado a reconhecer e validar sua dor.
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Muitas vezes, quem sofre a perda tenta “ser forte”, evita demonstrar sofrimento ou não sabe nomear o que está sentindo. É justamente nesse contexto que o apoio externo pode atuar como espelho e amparo. Frases como “estou aqui para o que precisar”, “você não precisa passar por isso sozinho” ou mesmo um silêncio respeitoso podem ser mais eficazes do que tentar apressar a superação.
“O luto não é sobre esquecer, é sobre transformar. Quando falamos, escrevemos ou lembramos com carinho de quem se foi, estamos criando novas formas de presença. A dor não desaparece por completo, mas pode se tornar mais leve quando é acolhida”, afirma o psicólogo.
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