
A crise do coronav�rus exige doses elevadas de sacrif�cio de todos os setores da sociedade. N�o adianta o empres�rio defender a preserva��o dos empregos e, depois, demitir centenas de funcion�rios. N�o adianta o banco anunciar doa��es de utens�lios hospitalares e, ao mesmo tempo, subir os juros dos empr�stimos para os donos de pequenos neg�cios. N�o adianta o pequeno empres�rio dizer que � hora de ser solid�rio, mas cortar o sal�rio dos funcion�rios – mesmo captando cr�ditos subsidiados pelo governo. N�o adianta a autoridade p�blica lamentar mortes, mas entrar em embates pol�ticos. N�o adianta o cidad�o que deveria estar em quarentena manter encontros sociais. “A crise vai passar, mas algumas reputa��es ficar�o manchadas”, diz Eduardo Tancinksy, consultor especializado em marcas. Warren Buffett, o genial investidor americano, tem uma frase definitiva sobre o assunto: “S�o necess�rios 20 anos para construir uma reputa��o e apenas cinco minutos para destru�-la.”
Coronav�rus dever� estimular novos neg�cios
Neste exato momento, alguma grande empresa come�a a ser gestada. Pelo menos � isso o que ensina a hist�ria. Depois da crise do subprime, em 2008, dois neg�cios surgiram para mudar o mundo. O Airbnb, nascido em agosto de 2008, ofereceu uma oportunidade de renda para quem tinha im�veis vagos. Criada em mar�o de 2009, a Uber abriu portas para milh�es de pessoas que perderam o emprego. Hoje em dia, as maiores apostas s�o para novos neg�cios relacionados � �rea de sa�de e tecnologia.

Compras com cart�es de d�bito caem at� 90%
Um levantamento feito pela empresa de pagamentos Elo, que possui 132 milh�es de cart�es em sua base, mostra o tamanho do estrago da crise do coronav�rus. A Elo comparou o movimento do dia 23 de mar�o, em plena pandemia, com o faturamento m�dio de um dia comum. Os pagamentos com cart�o de d�bito ca�ram 91% no setor de vestu�rio. Nos bares e restaurantes, a queda foi de 69%. Nos postos de combust�vel, 35%. Apenas os supermercados (alta de 20%) e farm�cias (aumento de 15%) venderam mais.

"Entre ouro e dinheiro, prefiro ouro. Entre ouro e empresas, prefiro empresas"
Henrique Bredda, s�cio da firma de investimentos Alaska
Empresas de videoconfer�ncias faturam alto
O mercado de eventos tem sofrido com as restri��es de circula��o, mas muitas empresas descobriram novos nichos nas videoconfer�ncias. A startup americana Zoom Video Communications, dona de um aplicativo para o setor corporativo que conecta pessoas em reuni�es a dist�ncia, representa em 2020 uma not�vel exce��o na bolsa dos Estados Unidos. Desde janeiro, enquanto a maioria das a��es derreteu, seus pap�is dispararam 60%. N�o � toa: o n�mero de usu�rios triplicou no per�odo.
155.810 autom�veis e comerciais leves foram vendidos no Brasil em mar�o, queda de 21% sobre o mesmo per�odo do ano passado. Segundo a Fenabrave, associa��o que re�ne as concession�rias, foi o pior resultado em 14 anos
RAPIDINHAS

A ind�stria de videogames est� faturando com a quarentena global. A americana Twitch, empresa de transmiss�o ao vivo de jogos eletr�nicos, alcan�ou a marca recorde de 1,1 bilh�o de horas assistidas em mar�o. Lan�ado recentemente, o jogo Call of Duty Warzone passou de 6 milh�es de jogadores (foto) para 25 milh�es em 10 dias.
As empresas que t�m faturamento proveniente de compras digitais est�o bem posicionadas para enfrentar a crise. O mundo se depara com uma mudan�a sem precedentes. Muitas pessoas acessaram softwares e aplicativos pela primeira vez e a tend�ncia � que sejam fidelizadas diante da comodidade que as novas tecnologias oferecem.
A operadora Vivo ofereceu ao governo de S�o Paulo uma ferramenta utilizada na Europa, �sia e Estados Unidos: o acompanhamento dos deslocamentos da popula��o em tempo real por meio das redes de telefonia celular. A empresa entregar� as informa��es ao Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas (IPT).
Segundo a Vivo, os dados ser�o apresentados em um modelo de “mapa de calor” que indica maior ou menor concentra��o populacional por localidade, em diferentes per�odos. De posse das informa��es, as autoridades poder�o adotar estrat�gias para evitar a dissemina��o da pandemia. O Estado de S�o Paulo lidera as estat�sticas de casos do coronav�rus.
