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Estado de Minas Colunista

Alimenta��o cancer�gena: o que vai � sua mesa?

Mudan�as sociais, econ�micas e industriais levaram a um aumento no consumo de produtos nocivos � sa�de


20/06/2021 04:00 - atualizado 17/06/2021 10:46



Hoje � domingo, dia de mesa farta. Que tal aproveitar para pensar nos alimentos como fonte de sa�de ? Erros alimentares e o consumo exagerado de subst�ncias potencialmente cancer�genas t�m peso consider�vel na maior incid�ncia de c�ncer.

Uma dieta rica em calorias , gordura saturada e prote�na animal e pobre em fibra vegetal est� relacionada ao surgimento de tumores de mama, endom�trio, pr�stata, intestino grosso e ves�cula biliar.

J� as carnes artificialmente conservadas, especialmente as salgadas e defumadas, como a carne de sol e o bacon, s�o associadas a c�ncer de est�mago (colorretal) e es�fago.

Aditivos alimentares � base de nitratos podem ser transformados em nitritos carcinog�nicos pela flora bacteriana anaer�bica, que coloniza o est�mago, especialmente em pacientes portadores de gastrite atr�fica. Felizmente, nos �ltimos anos, houve uma acentuada redu��o no emprego de nitratos e nitritos como conservantes de alimentos.

J� as nitrosaminas s�o produzidas no ser humano e em outros mam�feros sob condi��es �cidas existentes no est�mago devido � rea��o do nitrito e aminas secund�rias. Esses compostos s�o encontrados em rem�dios, subst�ncias qu�micas industriais e agr�colas.

As nitrosaminas tamb�m podem ser produzidas por meio da rea��o da nicotina com outros compostos, a exemplo do nitrito. Muitas das nitrosaminas s�o cancer�genas em uma vasta variedade de esp�cies. Isso � um ind�cio de que elas podem ser cancer�genas em humanos.

Uma grande pesquisa publicada por Romaguera et al na revista m�dica Clinical Nutrition, com base em question�rios sobre comportamentos alimentares respondidos por cerca de 8 mil pessoas, na Espanha, demonstrou que alimentos ultraprocessados em geral contribuem para o desenvolvimento de c�ncer colorretal – principalmente –, mas tamb�m de mama e pr�stata.

Alimentos ultraprocessados, ou seja, que passam por mais processamento, s�o formula��es industriais com mais de cinco ingredientes, que geralmente cont�m subst�ncias adicionais como a��car, gorduras, sal e aditivos, como os citados acima.

Refrigerantes a�ucarados, refei��es prontas e produtos industrializados de padaria produzidos em massa s�o bons exemplos.

O problema � que as mudan�as sociais, econ�micas e industriais levaram a um aumento no consumo desses alimentos, que atualmente representam entre 25% e 50% do consumo total de energia em dietas na Europa e em pa�ses de alta e m�dia renda.

A tend�ncia � que o fen�meno seja observado tamb�m em pa�ses em ascens�o econ�mica, conforme mais produtos industrializados entrarem na dieta.

V�rios estudos mostram que o consumo desses produtos ultraprocessados � tamb�m fator de risco para o surgimento de outras doen�as, como as cardiovasculares e o diabetes tipo 2, al�m de repercutir no aumento do risco de morte prematura.

Uma dieta rica em fibras vegetais, por outro lado, reduz a absor��o intestinal de estr�genos. Adicionalmente, o consumo de soja e seus produtos tamb�m parece reduzir a incid�ncia do c�ncer de mama, possivelmente pela alta concentra��o dos chamados fitoestr�genos, que s�o compostos fen�licos com a��o antioxidante capazes de proporcionar uma s�rie de benef�cios para o organismo.

Esse tipo especial de estr�geno vegetal parece atuar no tecido mam�rio como um antagonista ao efeito cancer�geno dos estr�genos naturais.

Portanto, uma dieta adequada para a redu��o do risco do c�ncer deve ter baixo teor cal�rico, bem como ser pobre em prote�nas e gorduras animais. Por outro lado, deve ser rica em fibras, gr�os como a soja, cereais, al�m de frutas, legumes e verduras, especialmente br�colis, repolho, couve-flor, couve e frutas c�tricas.

Entretanto, devemos salientar que o consumo de altas doses de subst�ncias como as vitaminas A e E ou betacaroteno, como suplemento alimentar ou mesmo em forma de medicamentos, n�o � recomendado. N�o existem dados na literatura que sugiram qualquer efeito preventivo dessa conduta.

Ao contr�rio! Ensaios cl�nicos utilizando doses elevadas de vitamina E e de betacarote em pacientes fumantes, com a finalidade de reduzir a incid�ncia de c�ncer de pulm�o, demonstraram mesmo um efeito oposto: um pequeno, mas preocupante incremento do risco.

A literatura vem demonstrando que uma vida antic�ncer � a mais natural e simples poss�vel, em que se comem alimentos in natura e em que se praticam atividades f�sicas. Nesse sentido, render-se a algumas das facilidades da modernidade pode n�o ser um bom caminho.

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