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Estado de Minas ONCOLOGIA

O tema �: "Oncofertilidade"

A oncofertilidade pode nem sempre ser a prioridade entre os oncologistas no momento de um novo diagn�stico de c�ncer


07/09/2023 06:00
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As necessidades de oncofertilidade dos pacientes devem ser atendidas no momento do diagnóstico
As necessidades de oncofertilidade dos pacientes devem ser atendidas no momento do diagn�stico (foto: Freepik)

� medida que o n�mero de jovens sobreviventes do c�ncer continua a aumentar, tamb�m aumenta a mir�ade de quest�es de sobreviv�ncia ao longo da vida, incluindo preocupa��es com a sa�de reprodutiva. Mais de 10 mil mulheres em idade reprodutiva s�o diagnosticadas com c�nceres ginecol�gicos todos os anos nos Estados Unidos, e v�rios estudos demonstraram que a preserva��o da fertilidade melhora a capacidade destas pacientes de lidar com o seu diagn�stico e a sua qualidade de vida na sobreviv�ncia.

No entanto, a oncofertilidade pode nem sempre ser a prioridade entre os oncologistas no momento de um novo diagn�stico de c�ncer. Um estudo, publicado em 2009 no Journal of Clinical Oncology, demonstrou que apenas 47% dos oncologistas relataram que encaminham sempre ou frequentemente os pacientes para um especialista em fertilidade quando s�o diagnosticados com c�ncer, mas isso n�o nos diz o quadro completo porque � dif�cil saber de todos os pacientes que s�o diagnosticados, quantos querem encaminhamento, quem deseja esse servi�o e n�o o consegue, ou se somos n�s, os oncologistas, que estamos a n�o oferec�-lo.

Como os oncologistas se concentram no tratamento do c�ncer com o objetivo de cura, eles tamb�m devem estar atentos �s necessidades de sobreviv�ncia, incluindo preocupa��es com a fertilidade. As necessidades de oncofertilidade dos pacientes devem ser atendidas no momento do diagn�stico, porque alguns dos procedimentos de preserva��o da fertilidade s� podem ser realizados antes do in�cio do tratamento do c�ncer. Adicionalmente, as discuss�es devem explicar os riscos de desenvolvimento de insufici�ncias ovarianas prematuras devido aos efeitos colaterais dos tratamentos contra o c�ncer, al�m de tamb�m oferecer estrat�gias dispon�veis para reduzir os riscos de complica��es.

Gravidez ap�s c�ncer de mama

O c�ncer de mama � a doen�a maligna mais comum entre mulheres em idade reprodutiva, sendo respons�vel por aproximadamente 30% dos novos diagn�sticos de c�ncer em todo o mundo entre aquelas com idade inferior a 40 anos. Os avan�os no tratamento levaram a redu��es na mortalidade por c�ncer de mama e aumentaram a �nfase na sobreviv�ncia e nas potenciais toxicidades de longo prazo associadas � terapia. Al�m disso, � medida que a idade da primeira gravidez aumenta, uma percentagem crescente de mulheres � diagnosticada com c�ncer da mama antes de terem filhos.

Uma recente revis�o sistem�tica e a meta-an�lise procurou responder a algumas quest�es relacionadas � gravidez e ao c�ncer de mama. O revis�o abrangeu 39 estudos que inclu�ram um total combinado de 8,26 milh�es de mulheres, 114.573 das quais tinham c�ncer da mama e 57.739 das quais tinham outras doen�as malignas al�m do c�ncer mam�rio. Aproximadamente 6,5% das pessoas com c�ncer de mama (n = 7.505) engravidaram ap�s o diagn�stico.

Os resultados mostraram que a gravidez ap�s o c�ncer de mama n�o teve um efeito negativo nos resultados maternos, independentemente das caracter�sticas do tumor, do estado do gene BRCA, do tipo de tratamento anterior ou do momento da gravidez. Al�m disso, as mulheres que engravidaram ap�s o c�ncer de mama alcan�aram maior sobrevida global do que as mulheres que n�o tiveram uma gravidez subsequente.

Os autores agora est�o avaliando a oncofertilidade em pacientes portadoras de s�ndromes heredit�rias de predisposi��o a c�ncer de mama com muta��o dos genes BRCA. Nestes casos, alguns dados sugerem que pode haver diferen�as entre pacientes com e sem muta��es BRCA ou sem s�ndrome de c�ncer heredit�rio, mas os dados dispon�veis at� o momento s�o limitados para que possa realizar um bom aconselhamento para essas paciente.

Op��es subutilizadas

As op��es para mulheres que desejam preservar a fertilidade ap�s o diagn�stico de c�ncer de mama ou ginecol�gico incluem tecnologia de reprodu��o assistida (TARV) - tratamentos ou procedimentos m�dicos que permitem o congelamento de �vulos ou embri�es e transfer�ncias posteriores - e cuidados oncol�gicos que preservam a fertilidade - interven��es cir�rgicas ou m�dicas que ret�m o �tero e pelo menos um ov�rio para mulheres com c�ncer ginecol�gico.

No entanto, essas abordagens ben�ficas parecem ser subutilizadas, especialmente entre certos grupos de mulheres, mostrou um estudo recente realizado por Jorgensen e colaboradores. Os pesquisadores avaliaram as taxas de TARV e cuidados oncol�gicos que preservam a fertilidade entre 44.529 mulheres com idades entre 18 e 45 anos no banco de dados do Registro de C�ncer da Calif�rnia que foram diagnosticadas com c�ncer de mama em est�gio I a III, c�ncer de ov�rio em est�gio IA ou est�gio IC, est�gio IA ou c�ncer cervical em est�gio IB ou c�ncer endometrial em est�gio IA ou IB entre 2004 e 2015.

Os resultados mostraram que, no geral, apenas 236 mulheres (0,5%) utilizaram TARV. Entre aquelas com hist�rico de c�ncer de mama, mulheres negras e hisp�nicas receberam TARV com menos frequ�ncia do que mulheres brancas n�o hisp�nicas. As mulheres hisp�nicas com hist�ria de cancro do colo do �tero tamb�m receberam TARV com menos frequ�ncia do que as suas hom�logas brancas. Al�m disso, as mulheres com hist�rico de c�ncer de mama usavam TARV com menos frequ�ncia se viviam em �reas rurais versus urbanas, assim como as benefici�rias do Medicaid (sistema p�blico de sa�de americano) versus seguro privado.

Menos de um quarto das mulheres com malignidade ginecol�gica (22,5%) receberam cuidados oncol�gicos que poupam a fertilidade, sendo as mulheres brancas e as que residiam em �reas rurais menos propensas a receber tais cuidados.

Concluindo, devemos ressaltar que os oncologistas devem estabelecer relacionamentos com especialistas em reprodu��o a fim de agilizar os encaminhamentos e atender �s demandas das pacientes. Fazer isso pode ajudar muito a tornar este recurso mais acess�vel e fact�vel a todas as mulheres que necessitem de auxilia nesta importante �rea m�dica.

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