
Para acompanhar uma sobrinha que mora em Po�os de Caldas e queria conhecer o outlet que fica ao lado do Leroy, capitulei e fui com ela. Avisei antes o que acontecia por ali, uma vez que os pre�os s�o praticamente os mesmos das lojas normais e h� pouca variedade.
Acertei todas as informa��es, menos uma: a COVID-19 conseguiu fechar a maioria das lojas que esta vam abertas. O que continua funcionando em maior n�mero � o mesmo de antes: roupas masculinas.
Jeans principalmente, camisas sociais e camisetas e algumas lojas que vendem ternos, poucas sapatarias, duas ou tr�s ofertas de vestu�rio feminino. Ela acabou comprando um conjunto de moleton para o filho que mora em S�o Paulo. O pre�o � praticamente o mesmo da cidade: pouco mais de R$ 400. N�o havia muita op��o nas lojas e acredito que ela acabou comprando o conjunto para n�o perder a caminhada.
A tradi��o dos outlets nacionais por aqui � sempre a mesma: pre�os com um m�nimo de diferen�a. Pela distancia que � preciso percorrer para chegar at� eles, mais vale ficar nas lojas conhecidas, nos bairros e shoppings. Como gostava de viajar e sempre gostei de pesquisar e comprar, tive durante esse tempo os endere�os de regi�es de maior oferta de pre�os baixos das cidades onde ia. Sabia onde comprar os tecidos mais em conta em lan�amento recente, bolsas e sapatos em ponta de estoque, produtos para casa e por a� vai.
Pesquisava tanto que encontrei at� uma ponta de estoque de acess�rios Chanel em Paris, onde tudo era vendido praticamente pela metade do pre�o. E at� em Portugal sabia onde estavam os melhores endere�os para compras mais em conta. Em Nova York, a regi�o das pontas de estoque era de enlouquecer, porque os pre�os eram uma brincadeira.
Sem falar naquele pequeno endere�o fora da cidade, Woodburry, aonde era preciso ir de �nibus ou carro. O conforto � total, a “pequena cidade” tem mais de 200 lojas de outlets das melhores grifes americanas e italianas ocupam todas as ruas. O legal era ir com tempo, procurar aqui e ali, passar o dia, almo�ar num dos restaurantes locais. Al�m das butiques de cada marca, l� tem tamb�m outlets conhecidos – em alguns deles, quem compra mais de uma pe�a de um produto paga a metade do pre�o pela segunda.
Uma vez, cheguei em Nova York numa �poca de liquida��o e nunca vi nada igual. Tenho at� hoje jogos americanos que comprei, de linho italiano, com estampas que n�o somem na lavagem, que custavam pouco mais de nada cada um. E foi na Saks, onde o normal � pre�os altos. Sem falar nas roupas confort�veis de vestir em casa, que por aqui n�o s�o encontradas em lugar nenhum. A n�o ser os modelos tipo praia, de al�as ou sem mangas, que oferecem tudo, menos praticidade.
Por aqui, a pr�tica das liquida��es � diferente: os lojistas aumentam o pre�o normal para oferecerem o produto pelo custo antigo – quer dizer, a liquida��o mesmo � apenas uma brincadeira. Pesquisadora como sempre fui, acabei descobrindo que, na R�ssia, o pre�o do metro de linho de largura dupla era menor do que nosso morim por aqui. S� n�o trouxe uma pe�a fechada, com 40 metros, porque meu marido achou que eu estava ficando doida. Quando estive no pa�s, ainda no tempo do comunismo feroz, at� as toalhas de banho dos hot�is eram de linho, um luxo s�. O linho era vendido em uma loja no bel�ssimo shopping Gum, cuja fachada fica em frente � Pra�a Vermelha. E naquele tempo em que estive no pa�s, mesmo os turistas n�o podiam comprar muitas pe�as de uma coisa s�.
Essas coisas n�o existem por aqui, mas filho de amigo meu tem um truque: vai a uma loja especializada em vender produtos em fim de data de produ��o por pre�os irris�rios. O custo � apenas figurativo, uma vez que a fiscaliza��o, quando funciona, costuma recolher esses produtos j� com a data de vencimento quase no fim. Como o comerciante vai perder tudo, prefere oferecer a mercadoria por pouco mais e nada. Mas � s� nesses termos que pechinchas s�o encontradas por aqui.
Em S�o Paulo, a atra��o � a Rua 25 de Mar�o, que oferece todo tipo de produto, em lojas e barracas. A curiosidade � que a maior parte dos produtos tem etiqueta chinesa, a nossa ind�stria de vestu�rio ainda n�o conseguiu encontrar o caminho das pedras. Para mim, outlet � mais truque de publicidade do que realmente uma realidade em termos de venda.