O final do ano � cercado de expectativas, planos, reuni�es de fam�lia e pessoas alegres celebrando a vida. Mas, para alguns, a realidade � outra...
Em muitos casos, sentimentos de frustra��o e melancolia tomam conta neste per�odo, podendo desencadear casos de depress�o e ansiedade. O fen�meno � conhecido como depress�o sazonal ou s�ndrome do final de ano, termos usados para descrever o aumento de quadros ansiosos e depressivos entre o final de novembro e o fim de dezembro.
Segundo pesquisa da International Stress Management Association, o estresse atinge 80% da popula��o nesse per�odo, algo que est� muito ligado ao ac�mulo de tarefas, a pensamentos que sobrecarregam a mente, ao ambiente fren�tico e corrido no trabalho, � prepara��o para as f�rias escolares, ao reencontro de amigos e familiares, al�m de todas as expectativas – para alguns, at� mesmo apreens�o – relacionadas ao ano que est� por vir.
Para Katherine de Paula Machado, neuropsic�loga da Cl�nica Maia, uma das explica��es para rea��es t�o diferentes em rela��o � mesma �poca � o simbolismo do fechamento de ciclo, que traz reflex�es sobre o desempenho de cada um.
“Geralmente, no fim do ano, as pessoas avaliam como foram os �ltimos 12 meses. Caso n�o estejam satisfeitas com as experi�ncias vivenciadas, � comum fazerem an�lises negativas, que desencadeiam sentimentos de autocobran�a, n�o merecimento e percep��o negativa da realidade”, comenta a especialista.
A maneira como a imprensa e as redes sociais lidam com esse per�odo tamb�m contribui para gerar insatisfa��o. “A exibi��o constante de momentos felizes de outras pessoas pode provocar d�vidas em rela��o � qualidade das experi�ncias pessoais, ou pode lembrar, de maneira dolorosa, o que est� faltando em nossa vida, provocando a sensa��o de solid�o e vazio”, explica Katherine.
Todos esses fatores podem colaborar para que esta �poca do ano acabe se tornando particularmente dif�cil, principalmente para aqueles que j� lidam com problemas de sa�de mental, sendo, portanto, o gatilho para crises e reca�das, inclusive com abuso de �lcool e/ou outras subst�ncias psicoativas.
A neuropsic�loga acredita que a idealiza��o das comemora��es de Natal e ano-novo pode levar � frustra��o. “N�o existem pessoas e fam�lias perfeitas, nem tudo vai acontecer como foi planejado, nem todos est�o alegres nesta �poca do ano, a felicidade n�o � obrigat�ria. O importante � tentar relaxar e aproveitar o momento da melhor maneira poss�vel”, recomenda.
Para passar por este per�odo de forma saud�vel, � fundamental ser compreensivo consigo mesmo, n�o fazer cobran�as, evitar compara��es, identificar o que foi bom no ano que passou e valorizar cada conquista, promovendo a autoestima e a seguran�a para gerar as mudan�as desejadas para o pr�ximo ano.
Mas se neste fim de ano estiver muito dif�cil lidar com as feridas e a ang�stia, � fundamental procurar aux�lio profissional. “O acompanhamento psicol�gico � muito importante para ajudar a pessoa a identificar a origem dos sentimentos negativos e ressignificar o momento delicado pelo qual est� passando, principalmente para quem j� tem diagn�stico de transtorno mental. Ent�o, busque ajuda, voc� n�o est� sozinho”, aconselha Katherine de Paula Machado.