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Estado de Minas SA�DE

Burnout n�o se limita ao trabalho. Dist�rbio � tortura para pais e m�es

Dar conta da casa, do emprego e dos filhos provoca estresse cr�nico. O problema vem aumentando na pandemia, embora seja anterior � chegada da COVID-19


20/12/2021 04:00 - atualizado 20/12/2021 07:14

Ilustração mostra pai, mãe e filho trancados dentro de redoma de vidro

 
Pesquisas mostram que o burnout n�o est� restrito � �rea profissional, mas tamb�m pode estar associado ao estresse cr�nico relacionado ao papel materno ou paterno, sobretudo depois da COVID-19.
 
Pesquisa feita na Austr�lia, em 2020, demonstrou que a chance de burnout foi quatro vezes maior no caso de pais que trabalhavam e cuidavam dos filhos durante a pandemia. O termo � usado para a s�ndrome de esgotamento causada pelo estresse cr�nico no trabalho. Por�m, o problema tamb�m pode estar associado ao estresse dos pais, o chamado burnout parental.

Adriana Drulla, mestra em psicologia positiva pela Universidade da Pensilv�nia (EUA), compara a sa�de mental a uma balan�a. “No primeiro prato est� o peso dos problemas. No segundo, os recursos para lidar com essas quest�es, ou seja, a ajuda de um vizinho ou a pr�tica do autocuidado. Na sa�de mental, o peso dos dois pratos � necessariamente compat�vel. Quando a balan�a pesa mais para o lado dos desafios, nos sentimos sobrecarregados e despreparados. Consideramos que os desafios excedem a habilidade de enfrentamento. Sentimos ansiedade, como se o mundo estivesse sobre nossas costas. Se isso ocorrer por um per�odo prolongado, pode surgir o burnout.”
 
Pais e m�es com burnout costumam se preocupar exaustivamente em dar conta de tudo. “Ocupados com as crian�as e a casa durante o dia, eles deixam tarefas profissionais e pessoais para a noite. A sequ�ncia de noites maldormidas os deixa mais estressados no dia seguinte. Assim, tornam-se menos aptos a dar conta das tarefas com a mesma qualidade. Elas se acumulam e vem a ansiedade e a sensa��o de incompet�ncia”, explica Adriana.
 
Vale destacar: o burnout parental j� era realidade antes da pandemia. Em 2018, pesquisadores da B�lgica constataram que a s�ndrome ocorre com qualquer um que tenha filhos. Basta que o prato dos problemas seja pesado o suficiente ou que o prato dos recursos seja leve demais.
 
“N�o � de hoje que o prato de problemas das m�es solteiras e de pais e m�es de crian�as at�picas est� pesado demais. Nas fam�lias em que o casal trabalha, mas apenas a mulher assume a fun��o parental, o cen�rio desfavorece a sa�de mental da m�e”, informa a especialista.
 
A pesquisadora belga Isabelle Roskam estudou 900 pais e m�es com burnout parental. Identificou quatro est�gios progressivos. O primeiro � marcado pela exaust�o do papel parental. Isso se manifesta tanto fisicamente,  como o cansa�o enorme de pais de crian�as pequenas, quanto emocionalmente, em pais de adolescentes.
 
No segundo est�gio, h� distanciamento emocional entre pais e filhos. Exauridos, pais buscam o isolamento at� como forma de preservar a pr�pria energia. No terceiro, a parentalidade deixa de ser fonte de satisfa��o. O quarto est�gio � o desolamento, quando pais e m�es, esgotados, imaginam a parentalidade que gostariam de exercer. A diferen�a entre realidade e expectativa faz com que se sintam incapazes, sentindo culpa, vergonha e tristeza.
 
De acordo com especialistas, essa condi��o traz consequ�ncias mais graves do que o burnout profissional. Pais e m�es n�o podem tirar licen�a remunerada ou trocar de trabalho. � comum que fantasiem planos de fuga e at� suic�dio.
 
“De certa forma, instala-se um ciclo destrutivo. Os pais se sentem sobrecarregados e incapazes. Mais sens�veis e reativos, acabam agindo de forma violenta, seja verbal ou fisicamente. Depois que o conflito passa, sentem culpa. Acometidos pelo sentimento persistente de inadequa��o e inferioridade, tornam-se suscet�veis a futuras explos�es”, completa Adriana Drulla.
 
A autocompaix�o ajuda a enfrentar o problema. E pode ser aprendida. A pesquisadora Kristin Neff a divide em tr�s elementos: mindfulness, humanidade comum e autogentileza.

“Nos momentos dif�ceis, fa�a uma pausa e passe mentalmente por cada um deles. Primeiro investigue sua experi�ncia com mindfulness, ou seja, com curiosidade e abertura, em vez de negar o sofrimento”, recomenda.
 
“Em segundo lugar, entenda que o sofrimento � inerente � condi��o humana. Se est� nervoso, triste ou ansioso, isso n�o significa que h� algo errado com voc�. Quando se compreende que tais dificuldades n�o s�o provas de incompet�ncia, fica mais f�cil acolher o terceiro elemento da autocompaix�o: a autogentileza”, comenta a especiasista.
 
“Pense sobre como voc� apoiaria um amigo na mesma situa��o, e fale com voc� dessa mesma forma. D� para si mesmo, ou pe�a, aquilo que voc� precisa”, recomenda Kristin Neff.

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