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Estado de Minas SA�DE

Cirurgia pl�stica: precisamos desconstruir o mito da beleza

H� s�culos as mulheres s�o induzidas a se enquadrar em modelos est�ticos irreais. V�rias gera��es cresceram acreditando que seus corpos s�o imperfeitos


22/12/2021 04:00 - atualizado 22/12/2021 07:31

Mulher levanta a blusa e sua barriga é marcada a caneta por alguem usando luva azul
(foto: REPRODU��O DE INTERNET)

O cirurgi�o pl�stico Victor Cutait, pioneiro em lipoaspira��o fracionada no Brasil, envia artigo interessante sobre os danos que a busca desenfreada pela beleza a qualquer custo podem causar:

“Em meados de 1800, a forma feminina ideal exigia uma cintura t�o fina que nenhuma mulher na vida real conseguia alcan�ar, nem mesmo com espartilhos bem apertados. Na �poca, os an�ncios na revista eram ilustra��es e era dessa forma que a mulher era retratada: com cinturas min�sculas humanamente imposs�veis na vida real. No entanto, inspiradas na imagem de um tipo de corpo ideal, as mulheres prejudicariam sua sa�de e at� mesmo reduziriam sua expectativa de vida usando espartilhos cada vez mais justos.

Se naquela �poca eram os desenhos nas revistas que forneciam �s mulheres um modelo de corpo ideal, a partir dos anos 2000, a tecnologia entrou em a��o para deixar ainda mais complicada a luta para se enquadrar em um padr�o de beleza: estava iniciada a era das fotos com Photoshop. N�o bastavam as modelos lind�ssimas. Com a edi��o das imagens, suas barrigas ficavam ainda mais retas, seus seios mais empinados e gl�teos mais redondos.

Depois de muitos anos nos quais fomos obrigados a entender a beleza dessa forma, o debate girou em torno de como o uso convencional de modelos extremamente magras, feitas para parecer ainda mais magras com o Photoshop, influenciou muitas mulheres a seguirem dietas rigorosas e at� desenvolver transtornos alimentares. A resist�ncia contra a extrema magreza na moda fez com que a ind�stria mudasse gradativamente para um visual um pouco menos radical, mas ainda perfeitamente tonificado e esculpido.

Com a expans�o das m�dias sociais e a ascens�o dos influenciadores, o corpo feminino perfeito passou a ser inspirado pelo que est� em nossos feeds do Instagram. Rapidamente, vieram os aplicativos e filtros e, al�m de qualquer pessoa poder fazer sua barriga parecer mais sequinha, rostos sem manchas e imperfei��es, narizes mais finos e l�bios mais carnudos tamb�m podem ser conseguidos em segundos.

Mas o que a cirurgia pl�stica tem a ver com isso? Absolutamente, tudo! H� s�culos, as mulheres s�o induzidas a se enquadrar em modelos irreais de beleza e gera��es cresceram acreditando que seus corpos precisam se adequar. E a qualquer custo. N�o � toa, cada vez mais vemos jovens mulheres perfeitas perdendo sua vida em procedimentos est�ticos que nem sequer precisavam realizar.

Cirurgi�o pl�stico h� mais de 20 anos, j� atendi pacientes que chegaram at� mim ansiosas para ter corpos parecidos aos de celebridades e, agora, mais recentemente, querendo fazer procedimentos da moda influenciadas pelo que veem nas redes sociais. Infelizmente, esses meios banalizam cirurgias pl�sticas. Todo tipo de cirurgia, da mais simples � mais complexa, tem riscos.

� imprescind�vel informar sobre os riscos de forma muito clara, listando as intercorr�ncias que podem acontecer. Al�m disso, a aten��o e o cuidado para com os pacientes que s�o submetidos aos procedimentos est�ticos precisam ser uma constante em todas as etapas do processo, especialmente no p�s-cir�rgico, momento no qual muitas vezes acontecem as complica��es que levam � morte.

O trabalho de um bom cirurgi�o vai muito al�m de realizar o procedimento em si: � preciso entender as expectativas de cada paciente, suas motiva��es para realizar tal procedimento – junto a um bom hist�rico do que a pessoa est� vivendo no momento – ter certeza de que ela realmente precisa dessa cirurgia e, enfim, faz�-la entender que cada pessoa � um ser humano �nico e que a beleza � m�ltipla e n�o tem um padr�o.

Sim, ser um bom profissional tamb�m abrange dizer coisas como: ‘N�o, voc� n�o precisa de lipo, voc� � linda do jeito que �’. Muitas vezes, o que o paciente precisa � de uma boa orienta��o e at� mesmo tratar problemas psicol�gicos, como transtornos dism�rficos, alimentares e depress�o, entre tantos outros, mas n�o de uma pl�stica.

Sou um grande defensor da cirurgia pl�stica como uma ferramenta de empoderamento e conquista da autoestima. No entanto, n�s, especialistas, precisamos entender que as mulheres est�o sentindo press�o para parecer suas vers�es photoshopadas. Para combater isso, temos que incentiv�-las a serem a melhor vers�o de si mesmas, desconstruindo o mito da beleza a qualquer custo. � preciso incentiv�-las a perceber a beleza real.”

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