Pouca gente conhece os medicamentos que t�m como base o canabidiol, que � uma subst�ncia qu�mica presente na Cannabis sativa, mais conhecida como maconha. Diferentemente do que prega quem desconhece a subst�ncia, canabidiol n�o tem THC, subst�ncia alucin�gena presente nos cigarros feitos da planta. Com isso, seu uso n�o apresenta efeitos colaterais. E s� pode ser usado porque recebeu da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), no fim do ano passado, autoriza��o para seu uso.
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A Cannabis � uma solu��o de uso oral � base de canabidiol (e, por causa disso, dever� ser comercializada em farm�cias e drogarias a partir da prescri��o m�dica por meio de receita do tipo B, de cor azul). A fabrica��o do produto autorizado pela Anvisa, por meio da Resolu��o RE 4.067, ser� feita na Col�mbia. Com a autoriza��o, a empresa pode importar o produto j� pronto para uso e iniciar a distribui��o e a comercializa��o no pa�s. Tem outro empecilho legal: produto � base de canabidiol aprovado pela Anvisa s� deve ser prescrito quando estiverem esgotadas outras op��es terap�uticas dispon�veis no mercado brasileiro.
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Ele � utilizado e eficaz no tratamento de doen�as e sintomas como dores cr�nicas, epilepsia, n�useas, v�mitos e espasticidade, por exemplo, al�m de proporcionar diversos outros benef�cios aos seus consumidores. O c�rebro humano tem um sistema capaz de interagir com os componentes da maconha, conhecido como sistema endocanabinoide, atuando na regula��o do sono, dor, humor, apetite e processos f�sicos e cognitivos.
Apesar de o uso da maconha ser proibido no Brasil, por conta de uma recomenda��o da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), os �leos concentrados de canabidiol com menos de 0,2% de THC n�o s�o mais controlados pelas conven��es internacionais de controle de drogas. Al�m disso, j� s�o classificados como “subst�ncia controlada”. Assim, se o seu objetivo � se beneficiar do uso do canabidiol, � fundamental que voc� conhe�a todos os seus principais benef�cios
Os relatos para o uso desse tipo de medicamento est�o se tornando cada vez mais comuns por causa de sua efic�cia na redu��o da dor e de outros dist�rbios. Mas, al�m do preconceito, quem deseja iniciar um tratamento desse tipo se depara com outro problema: a dificuldade em encontrar profissionais que conhe�am e prescrevam o canabidiol. Dos quase 500 mil m�dicos que atuam em territ�rio nacional, estima-se que apenas mil conhecem e indicam tratamento com canabinoides. Desses, 42% est�o em S�o Paulo e Rio de Janeiro. Quem reside em outros estados praticamente n�o tem acesso.
O que sobressai muito na divulga��o dos rem�dios feitos com a Cannabis s�o os usados por mulheres. Mas estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Ci�ncias do C�rebro do Imperial College London, e publicado na BMJ, uma das mais influentes e conceituadas publica��es sobre medicina do mundo, revelou que a Cannabis medicinal pode reduzir em at� 86% a frequ�ncia de crises de epilepsia em crian�as. Em linhas gerais, a subst�ncia exerce influ�ncia direta no sistema nervoso central, atuando como modulador da transmiss�o neurol�gica.
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Semelhante a uma subst�ncia produzida pelo pr�prio corpo humano, o canabidiol, conhecido popularmente como CBD, tem potencial de controlar as descargas de neurotransmissores nos neur�nios pr�-sin�pticos e pode ajudar a reduzir crises convulsivas tanto em quantidade quanto em intensidade. Outro ponto de destaque sobre o uso do canabidiol em rela��o aos tratamentos convencionais para epilepsia � que ele n�o sobrecarrega o f�gado, n�o provoca irritabilidade e nem altera o humor do paciente, al�m de n�o apresentar outros efeitos colaterais indesejados, como a redu��o da capacidade de cogni��o do paciente, por exemplo.
Geralmente, a Cannabis � introduzida no tratamento do problema de forma adjunta com outros medicamentos anticonvulsivantes, por�m em alguns casos a subst�ncia pode vir a ser o �nico tratamento de uma pessoa epil�ptica, dependendo da avalia��o m�dica e do caso cl�nico.
O potencial terap�utico da Cannabis medicinal ainda � pouco conhecido pela sociedade e por grande parte da classe m�dica. O Conselho Federal de Medicina (CFM) j� reconhece a prescri��o de canabinoides para epilepsia infantil e em adolescentes; contudo, esse reconhecimento � considerado parcial. Posicionamento diferente da Anvisa, que permite a prescri��o para diversas patologias por diferentes especialidades m�dicas, inclusive epilepsia de adultos e idosos.