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Estado de Minas ANNA MARINA

Sociedade n�o pode fugir dos casos de abuso infantil e viol�ncia dom�stica

A cada hora, o Brasil tem 2,2 casos de viol�ncia sexual contra crian�as. Nos �ltimos 12 meses, 17 milh�es de brasileiras foram v�timas de agress�o


01/06/2022 04:00 - atualizado 01/06/2022 07:47

Ilustração mostra figura infantil, com os braços para o alto, tentando se proteger de uma grande mão que a ameaça

 
J� perceberam que tem alguns assuntos que tentamos fugir deles? Fingir que n�o vemos, que n�o existem, ou que pensamos que est�o t�o longe de n�s, que � mais f�cil “delet�-los” de nosso raio de coisas com as quais nos preocuparmos.
 
Infelizmente, eles est�o bem mais pr�ximos de n�s do que podemos imaginar. E nada � feito na tentativa de acabar ou minimizar o problema, exatamente porque n�s e as autoridades que podem agir fechamos os olhos, ouvidos e bocas iguais aos tr�s macaquinhos.

Dois desses temas desagrad�veis s�o abuso sexual infantil e viol�ncia dom�stica. E os n�meros s�o alarmantes, infelizmente.
 
Com rela��o � viol�ncia dom�stica, estamos falando com mais frequ�ncia, porque, desde antes da pandemia, a sociedade levantou contra isso por causa do crescente n�mero de assassinato de mulheres por companheiros e ex-companheiros. O crime ganhou at� nome: feminic�dio.
 
Minha filha foi mission�ria por cinco anos no sert�o da Bahia, onde trabalhou diretamente com crian�as e foi chocante saber a quantidade de crian�as abusadas sexualmente. Os pequenos e os adolescentes confiaram nela e se abriram. Fiquei sabendo por alto, pelos relatos superficiais que ela me contou. Chegou a denunciar na Promotoria, e, pasmem, foi sutilmente amea�ada de morte por eles. Ela criou um projeto espetacular sobre o tema. Infelizmente, nenhum empres�rio da Regi�o Sudeste se interessa em investir nesta �rea, provavelmente por n�o trazer a visibilidade desejada.

A cada hora, o Brasil tem 2,2 casos de viol�ncia sexual contra crian�as e adolescentes, com registros no Disque 100, o telefone da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica. Vale lembrar que o n�mero de den�ncias � baix�ssimo, portanto, esse n�mero � bem maior.
 
Cerca de 51% destas v�timas t�m entre 1 e 5 anos de idade, de acordo com dados do Comit� Nacional de Enfrentamento � Viol�ncia Sexual contra Crian�as e Adolescentes e a Rede ECPAT Brasil. Ranking dos tipos de viol�ncia: abuso sexual (49,3%), abuso psicol�gico (24,4%), f�sico (15,6%) e neglig�ncia (10,7%).
 
Infelizmente, assim como a viol�ncia dom�stica, que s� cresceu nos �ltimos anos, inclusive na pandemia, esses assuntos ainda n�o s�o banalizados pela sociedade. Segundo a psic�loga Patricia Bezerra, eles t�m que ser a pauta di�ria dentro de casa, na escola e no governo.

A especialista alerta os pais para ficarem de olho aos sinais e mudan�as de comportamento das poss�veis v�timas, entre eles, vergonha excessiva do corpo, brincadeiras de cunho sexual, agressividade e tristeza, por exemplo. O grande problema � que, na maioria das vezes, o abuso ocorre dentro da pr�pria fam�lia, pelo pai, irm�o, tio, ou mesmo amigo da fam�lia.
 
Por causa da Jornada Solid�ria, h� um tempo, fiz uma den�ncia pelo telefone. Uma crian�a de uma das creches que ajudamos estava sendo abusada pelo meio irm�o, adolescente. Ela tinha 4 anos, o rapaz, 16 – e como era traficante, o pessoal da creche tinha medo de fazer a den�ncia.

A liga��o � an�nima, mas precisamos dar tantos detalhes para tornar a den�ncia mais segura – para evitar den�ncia falsa –, o que tamb�m dificulta. N�o d� para saber nome completo do abusador, idade, locais que frequenta, endere�o completo etc, etc.
 
“O enfrentamento tem que acontecer na preven��o. A prote��o de crian�as e adolescentes � papel de todos n�s. A viol�ncia muitas vezes ocorre de forma velada, o que leva a uma banaliza��o desse ato entre os indiv�duos”, diz Patr�cia.
 
De acordo com o F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de viol�ncia dom�stica nos �ltimos 12 meses, ou seja, cerca de 17 milh�es de mulheres brasileiras sofreram algum tipo de viol�ncia no �ltimo ano.
 
Nunca sofri nenhuma viol�ncia f�sica, nem sexual, mas sei que, se um homem quiser bater em uma mulher, ele bate, porque � mais forte, mas a segunda vez � apenas se a mulher permitir, porque cabe a ela tomar uma atitude depois da primeira vez. Sei que n�o � f�cil sair de casa, denunciar na pol�cia, mas � preciso.
 
Em entrevista � imprensa, a advogada que foi esfaqueada no Gutierrez disse que, mesmo depois de terminar com o ex que a esfaqueou, ela tentou ajud�-lo. Fica a prova de que toda e qualquer mulher que j� foi agredida deve manter dist�ncia do seu agressor, sob qualquer circunst�ncia. Gra�as a Deus, essa sobreviveu.
 
* Isabela Teixeira da Costa/ Interina

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