Fala s�rio, esse neg�cio de suar muito incomoda demais, tanto para quem sua quanto para quem est� do lado e v� a pessoa naquele estado. D� uma agonia. O que pouca gente sabe que isso � uma doen�a chamada hiperidrose, que provoca suor excessivo, at� mesmo em repouso, porque as gl�ndulas sudor�paras s�o hiperfuncionantes. Geralmente, os pacientes suam nas axilas, palma das m�os e sola dos p�s, mas pode ocorrer excesso de suor tamb�m no couro cabeludo, abaixo das mamas, nas virilhas ou na face.
A hiperidrose atinge de 1% a 5% da popula��o e parece ter um componente gen�tico/familiar. O suor que observamos na face, no tronco e nas costas est�o relacionados ao esfor�o, enquanto o que ocorre nas palmas das m�os e dos p�s ocorrem por est�mulos emocionais e n�o costumam ocorrer durante o sono. A hiperidrose parece ocorrer por uma resposta exagerada do c�rebro aos est�mulos emocionais/afetivos.
Infelizmente, na maioria dos casos, o excesso de suor nas axilas, que causa as indesej�veis “pizzas” sob os bra�os, nas roupas, vem com mau cheiro, o que � chamado de bromidrose, que � a vers�o da hiperidrose com odor. Essa condi��o pode afetar a autoestima de pessoas em diferentes faixas et�rias.
N�o se se � o caso, mas tinha um colega de col�gio que sempre estava com as cal�as umedecidas nas costuras da regi�o do bumbum. Era constrangedor a gente ver. Sab�amos que era suor na regi�o, mas nunca t�nhamos visto em ningu�m. Ainda bem que os colegas cooperavam e ningu�m fazia bullying com ele.
Pouca gente sabe que hiperidrose tem solu��o e, por isso, � uma condi��o subdiagnosticada, devido ao embara�o social que est� relacionado ao problema. Estima-se que apenas cerca de 38% das pessoas com sintomas caracter�sticos procuraram atendimento m�dico.
Aqui em Belo Horizonte, um dos m�dicos que � refer�ncia no assunto � Jo�o Bosco Vieira Duarte. At� alguns anos atr�s, o tratamento era cl�nico ou cir�rgico, dependendo do grau da doen�a e do desconforto do paciente. No caso cl�nico, � poss�vel utilizar um medicamento � base de cloridrato de oxibutinina, de uso cont�nuo, em doses di�rias. A medica��o tem como efeito inibir as transmiss�es nervosas que estimulam a produ��o de suor. Cerca de 30% dos pacientes relatam bons resultados com o tratamento, principalmente da hiperidrose axilar.
Quando o paciente n�o responde bem aos medicamentos, indica-se a cirurgia. Trata-se de uma cirurgia chamada simpatectomia tor�cica por videotoracoscopia, na regi�o do t�rax. S�o feitas duas pequenas incis�es, uma na axila e outra no sulco mam�rio (dobra de pele abaixo da mama) para localizar o g�nglio simp�tico respons�vel pela regi�o que se pretende atingir e cauteriz�-lo, isso interrompe a a��o dos g�nglios simp�ticos, respons�veis por estimular as gl�ndulas de suor.
O bom � que depois que aprenderam a usar o botox, ele passou a ter 1001 utilidades na �rea da sa�de. E o combate a hiperidrose � um deles. De acordo com o cirurgi�o pl�stico Hugo Sabath, o tratamento consiste em aplicar atrav�s de inje��o quantidades muito pequenas da toxina nos m�sculos a fim de imobiliz�-los.
Quando aplicada na pele, a toxina botul�nica bloqueia a libera��o do neurotransmissor acetilcolina, impedindo o contato nervoso com a gl�ndula sudor�para. O nervo e a gl�ndula continuam funcionais, mas n�o h� passagem do est�mulo que provoca o suor. “Recomenda-se esta t�cnica para os pacientes que apresentam excesso de suor ou que tenham suor com cheiro muito desagrad�vel nas axilas.”
A dura��o do tratamento � de 8 a 10 meses, podendo reaplicar uma vez por ano. Os resultados ap�s a aplica��o do botox s�o extremamente eficientes e j� aparecem na primeira semana ap�s a aplica��o. O tempo de dura��o do efeito varia de quatro a 18 meses, com m�dia de seis meses.
Infelizmente, a aplica��o do botox nas m�os � mais delicada, porque pode haver perda da mobilidade caso a aplica��o n�o seja feita de maneira adequada.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)