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Estado de Minas ANNA MARINA

Campanha faz alerta sobre o perigo das bebidas a�ucaradas para a sa�de

Chamada Doce Veneno, iniciativa busca a conscientiza��o do consumidor e tamb�m a retirada de incentivos aos fabricantes e o veto a propagandas


01/08/2022 04:00 - atualizado 31/07/2022 17:45

Posto de venda em supermercado exibe logomarca da Coca-Cola com preços
An�ncio de refrigerante nos Estados Unidos; campanha Doce Veneno tenta proibir publicidade no Brasil (foto: Jewel SAMAD / AFP)

Nunca soube que chocolate estragava. Aprendi com uma p�ssima experi�ncia e tenho que alertar o leitor. Semana passada, “envenenei” minha filha. Isso mesmo, foi sem querer, mas ela passou muito mal.

Havia ganhado um chocolate. Recebi junto do convite de inaugura��o de uma loja muito fina. Ele veio em forma de torta, com a massa parecendo de cheesecake, ou de torta de lim�o, por�m, de chocolate. O recheio parecia uma barra redonda de chocolate.

Era firme, dura, em nenhum momento suspeitei se tratar de uma ganache ou recheio que levasse algum outro ingrediente al�m do puro chocolate. Guardei.

Minha filha � choc�latra e, vez ou outra, pergunta se n�o tenho nenhum chocolate. Pois bem, semana retrasada, fez o pedido e lembrei do chocolate que havia ganhado h� uns 20 dias e estava bem guardado. Dei a ela, mas n�o sem antes abrir e verificar se n�o estava esbranqui�ado.

Sempre achei que essa era a imagem m�xima de um chocolate velho, mas nunca estragado. N�o tinha mofo, nem bolor e nem estava esbranqui�ado. Dei a ela, que, pelo que vi no dia seguinte, deu tr�s mordidas pequenas.

No dia seguinte, ela me chama no seu quarto, branca. Tinha passado a noite com sess�es constantes de diarreia e v�mitos. O v�mito melhorou, mas ela n�o conseguia comer nada porque o enjoo continuou, mesmo ap�s conseguir tomar um Vonau.

Isso continuou por tr�s dias, e s� ent�o consegui lev�-la ao hospital. Depois de exames, soro e v�rios medicamentos na veia, relaxei achando que estaria curada. Que nada. No s�bado pela manh�, o v�mito voltou com for�a total, e no domingo tamb�m. S� foi melhorar na segunda-feira.

Nos primeiros dias, conversando com ela, disse que nunca soube que chocolate puro estragava, e foi quando ela disse que n�o era puro, tinha at� sabor de licor. Desesperei, mas n�o podia fazer mais nada, a n�o ser tratar dela e pedir a Deus para cur�-la.

Resolvi ent�o pesquisar sobre esse n�ctar dos deuses, porque todos com quem conversei reagiam com o mesmo espanto, quando eu ainda achava que era puro chocolate. Fica aqui um alerta para lojas e empresas de marketing: nunca troquem o produto de embalagem, porque a gente fica sem refer�ncia da data de validade.

Na pesquisa que fiz, descobri que todos os tipos de chocolate podem sofrer danos se forem guardados em lugares muito �midos, escuros e com temperatura alta. O chocolate estragado pode estar esbranqui�ado, cheio de bolinhas na parte superior e com sabor bem diferente.

Esses problemas, tecnicamente conhecidos como fat bloom e sugar bloom, podem ser reclamados pelo consumidor, pois al�m de preju�zo financeiro, o descuido da empresa ou da loja na armazenagem pode resultar at� na presen�a de algumas larvas dentro do chocolate.

Inclusive marcas conhecidas j� passaram por esses problemas e foram obrigadas a ressarcir os consumidores. O fungo, por si s�, n�o causa mal, mas alguns tipos produzem micotoxinas que causam desde intoxica��es alimentares at� c�ncer do sistema hep�tico.

Aproveitando o tema, vou falar da campanha Doce Veneno, que alerta sobre os problemas de sa�de causados pelo consumo excessivo de bebidas a�ucaradas. Simples assim: a ind�stria produz, a propaganda vende, a sociedade paga.

Um ciclo que come�a com incentivos fiscais concedidos aos fabricantes e termina provocando obesidade, diabetes, c�ncer e complica��es cardiorrespirat�rias, entre outros problemas de sa�de. No Brasil, o tratamento dessas doen�as custa, por ano, R$ 3 bilh�es ao SUS. S� os casos de diabetes passam de 1,3 milh�o.

O novo filme publicit�rio mostra a quantidade de a��car ingerida em um �nico dia por uma pessoa que tem o h�bito de consumir bebidas a�ucaradas durante e entre as refei��es di�rias, e faz um alerta sobre os danos � sa�de que podem ser causados por esse consumo. 

Al�m da conscientiza��o, o movimento prop�e v�rias medidas, como a ado��o de impostos diferenciados para ajudar nos gastos com as doen�as causadas pelo consumo de refrigerantes, sucos de caixa etc. Ainda na �rea da tributa��o, as organiza��es sugerem o fim do subs�dio de R$ 3,8 bilh�es concedido, por ano, a fabricantes de refrigerante, e o fim das propagandas de refrigerantes. Vamos ver se conseguem. Acho dif�cil.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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