Que tal aproveitar o in�cio do novo ano para deixar de lado h�bitos prejudiciais � sa�de, como o consumo excessivo de a��car?
“A��car vicia f�sica e emocionalmente, por causa de v�rios mecanismos metab�licos e bioqu�micos. O consumo excessivo pode levar a doen�as metab�licas como obesidade e diabetes, por�m agrava riscos de doen�as cardiovasculares, inflamat�rias, degenerativas e at� neopl�sicas”, explica a m�dica Marcella Garcez, diretora da Associa��o Brasileira de Nutrologia (Abran).
Especialistas destacam danos tanto percept�veis quanto silenciosos do consumo excessivo de a��car, tal como doen�as metab�licas, renais e c�ncer.
Obesidade e diabetes s�o problemas metab�licos que surgem em consequ�ncia da alimenta��o rica em a��car, principalmente de doces. O carboidrato em excesso tamb�m pode favorecer o surgimento de c�ncer.
“As c�lulas precisam de fontes de energia para sobreviver. Enquanto algumas retiram essa energia do oxig�nio, outras, como as neopl�sicas, utilizam como fonte de energia a fermenta��o do a��car. Dessa forma, a glicose pode impulsionar o desenvolvimento do c�ncer, pois alimenta as c�lulas cancer�genas, que crescem e se espalham pelo organismo”, ressalta a m�dica
“O a��car � um vil�o ainda maior se o c�ncer j� estiver em desenvolvimento, pois, durante os per�odos de r�pido crescimento do tumor, as c�lulas cancer�genas digerem o a��car at� 200 vezes mais rapidamente do que as c�lulas normais.”
Problemas metab�licos favorecem uma cascata de danos, alerta a nefrologista Caroline Reigada, especialista pela Associa��o de Medicina Intensiva Brasileira. “A��car em excesso acarreta maior inflama��o, com consequente risco de diabetes, o maior fator de risco para doen�a renal cr�nica no mundo. A resist�ncia � insulina (condi��o t�pica do diabetes tipo 2) gera vasoconstri��o e reten��o de s�dio e �gua pelo organismo, al�m de endurecimento dos vasos sangu�neos, o que pode lesar os rins”, explica.
A doutora Caroline diz que v�rios alimentos doces, principalmente os ultraprocessados, como bolachas recheadas, recheios prontos e sucos de caixinha, t�m muito s�dio, prejudicial aos rins.
“O sal � a maior causa de hipertens�o arterial (press�o alta). Al�m da reten��o de l�quidos, causa constri��o das arter�olas e eleva��o da press�o arterial. A hipertens�o de longa data lesa os rins e seus diversos vasos, ou seja, ocorrem les�es de �rg�os-alvo, como o cora��o e o c�rebro. Dados recentes mostram que o s�dio tamb�m modula o funcionamento de c�lulas imunol�gicas, apoiando a teoria do aumento inflamat�rio no organismo”, observa Caroline.
Excesso de a��car acelera at� o envelhecimento da pele e do cabelo. “Alimentos ricos em a��car se unem �s prote�nas da pele, causando a glica��o. Quando essa liga��o acontece, as mol�culas de col�geno e elastina s�o quebradas, o que favorece o aparecimento de rugas e flacidez”, explica Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
“A glica��o causa desordem tecidual. � necess�rio utilizar suplementos antiglicantes, como Glycoxil, para reverter os danos”, aconselha a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora da Biotec Dermocosm�ticos.
O consumo exagerado de a��car impacta a sa�de dos cabelos. Alimento inflamat�rio, ele favorece a queda capilar e reduz a taxa de crescimento dos fios.
“O consumo de a��car leva � libera��o de insulina para que esse a��car seja absorvido. Por�m, se a libera��o de insulina for exagerada, ocorre altera��o metab�lica que resulta na produ��o de subst�ncias que inibem o crescimento dos fios”, explica Cintia Guedes.
Cl�udia Merlo, m�dica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS, afirma que no caso da celulite, al�m do excesso de a��car, o exagero no consumo de sal � extremamente mal�fico, pois o s�dio piora a reten��o de l�quidos.
Estrias tamb�m t�m rela��o com a glica��o, diz Ludmila Bonelli, especialista em dermatocosm�tica e diretora cient�fica da Be Belle.
“Quando o a��car endurece o col�geno, ele perde sua funcionalidade de mobilidade, de sustenta��o. A pele fica mais desidratada. Dessa forma, surgem as rugas, a flacidez e at� as estrias, pois o col�geno rompe com mais facilidade, formando essas ‘marcas’”, explica Ludmila.