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Estado de Minas ANNA MARINA

Queda e coice existem mesmo: depois que ca�, n�o posso mais dirigir

Fui orientada a deixar o carro de lado, logo eu que fa�o do autom�vel meu servidor mais pr�ximo


10/07/2023 04:00 - atualizado 09/07/2023 19:59
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 SIMBOLO DE PROÍBIDO FAZER A CONVERSÃO
(foto: PIXABAY/REPRODU��O)

 
Leitores habituais da coluna j� devem saber de cor como ca� na rua e quebrei a coluna, que teve que ser operada com um parafuso de cimento para melhorar meu estado geral. Consegui, ao longo deste mais de um ano,  um bom retorno ao normal, mas continuo com o equil�brio meio detonado. E com a recomenda��o m�dica de n�o guiar.
 
Deixar o carro de lado, logo eu que fa�o do carro meu servidor mais pr�ximo. Nossa rela��o come�ou quando eu, sem carro, resolvi aprender a dirigir. As escolas de dire��o da �poca ensinavam usando um jipe para l� de detonado, a mudan�a da marcha ficava numa pe�a de lado, vinda do ch�o. Era um terror s�, e o local de treinamento era na Pra�a da Assembleia, totalmente vazia, nem a igreja existia. Chegar l� era um tormento, mas eu ia firme e forte – queria aprender. Mesmo sem ter carro.
 
Um belo dia sa� de f�rias e, quando voltei, tive uma boa surpresa: podia comprar um carro em m�dicas presta��es, que eram financiadas pelo Banco Nacional. Acontece que Moacir Carvalho de Oliveira era diretor da Volks na cidade e tinha resolvido abrir um financiamento do carro para jornalistas. Eu estava fora, mas naquele tempo a reda��o do jornal era como uma fam�lia: todos se conheciam, se frequentavam e meu nome foi colocado na lista dos que queriam ter um carro.
 
E para ter o carro, era preciso ter carteira de tr�nsito. Eu mal e mal sabia dirigir, mas fui fazer meu exame com um amigo, Herm�genes Ladeira, que na �poca trabalhava no Detran. � claro que passei, peguei o carro, um Volks azul, e fiquei feliz da vida. Ia para tudo quanto � lado e, como na �poca trabalhava tamb�m na cria��o do PIC, ia para a Avenida Afonso Pena de carro, que estacionava entre as �rvores, que ainda existiam. Parava o carro numa boa. Mas como conseguir sair da vaga dando marcha a r�? Sempre encontrava um motorista gentil, que retirava o carro para mim.
 
Assim fui levando, at� que mudei de carro, do Volks para um maior, Parati. Peguei a novidade na distribuidora e fui firme para o trabalho. Devia parar no caminho para comprar alguma coisa. Estacionei o carro novo e como � que conseguia sair? O carro n�o era autom�tico e o sistema motor, ainda pouco conhecido, n�o pegava nem a pau. � claro que apareceu logo um senhor bondoso que me ensinou a colocar a r� no carro. Sa� feliz e mantive o carro, grande e confort�vel, por muitos anos.
 
At� que um dia resolvi troc�-lo por um Fiat. Fiz a troca e passei muito tempo penando com um problema que existia com a �gua do motor, que n�o funcionava, nem sei bem a raz�o. O resultado disso � que antes de ligar o carro tinha que balan�ar um pouco para o sistema funcionar. Penei muito tempo, contei o problema aqui e algu�m me ajudou, n�o me lembro mais quem.
 
De tanto penar com o sistema motor do carro, resolvi partir para um autom�tico – e comprei um franc�s Citro�n, que chegava por aqui importado. Foi a minha salva��o e, de carro em carro, cheguei a um Audi, que era o c�u. Mas todos os transtornos em dire��o tinham um resultado mais do que pr�tico – nunca dei uma trombada, at� um dia que calculei mal a dist�ncia e o para-choque da frente ficou preso em um caminh�o parado. O estrago foi m�nimo e n�o significava muito para quem j� dirigia h� mais de 60 anos.
 
Agora, estou a p� de todo. N�o quis contratar motorista, porque tenho a maior afli��o de ter uma pessoa me esperando, sem fazer nada. Ando de t�xi, e � claro que as surpresas s�o quase di�rias. Mas quando preciso fazer alguma coisa fora de casa, penso logo no carro que est� na garagem. Como fui proibida de dirigir, a afli��o � dobrada. N�o consigo entender como n�o posso mais dirigir. Mas viver muito traz esses problemas... 

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