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Estado de Minas ANNA MARINA

Psiquiatra explica as diferen�as entre transtorno bipolar e esquizofrenia

As duas doen�as s�o muito confundidas, com sintomas semelhantes. Os relatos do paciente e da fam�lia t�m grande import�ncia para se fechar o diagn�stico correto


08/07/2023 04:00 - atualizado 07/07/2023 22:08
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Ilustração mostra dois rostos de perfil
(foto: Pixabay/reprodu��o)

 
Existem diversos tipos de transtornos mentais, geralmente caracterizados por combina��es de sintomas diferentes. No entanto, alguns podem se manifestar de forma semelhante. A depress�o, o transtorno bipolar, a dem�ncia e a esquizofrenia, somados, afetam cerca de 1 bilh�o de pessoas no mundo, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
 
O transtorno bipolar e a esquizofrenia, que levam muitos pacientes para interna��o e para resid�ncias terap�uticas, s�o doen�as conhecidas, mas muito confundidas. “As pessoas podem confundir essas condi��es porque alguns sinais, como agita��o, desorganiza��o, sintomas psic�ticos, des�nimo e inadequa��o, podem aparecer em ambas, especialmente em momentos de crise”, afirma o psiquiatra Ariel Lipman, diretor da SIG Resid�ncia Terap�utica.
 
Os dois transtornos mentais podem ser graves e afetar o pensamento nos per�odos de agudiza��o. A doen�a pode ser indistingu�vel em um primeiro momento, necessitando de mais tempo para se fechar o diagn�stico, que muitas vezes nem � fechado ou pode at� mesmo ser modificado ao longo do acompanhamento m�dico.
 
“Al�m disso, h� um diagn�stico em que as doen�as se misturam: o transtorno esquizoafetivo. Existe uma teoria bem aceita entre os psiquiatras de que ambas seriam a mesma doen�a. Por�m, quando falamos da apresenta��o cl�ssica dos transtornos, elas possuem diferen�as”, observa o especialista. A principal delas � a possibilidade de, no transtorno bipolar, o paciente poder ficar quase completamente assintom�tico.
 
O transtorno bipolar tem tr�s fases, explica Lipman. H� a fase da depress�o, a fase da euforia e a fase da estabilidade, chamada eutimia. “O objetivo do tratamento � prolongar ao m�ximo a eutimia e reduzir as crises, seja de euforia ou de depress�o. J� na esquizofrenia, a fase da estabilidade costuma n�o ser isenta de sintomas, com comprometimento maior e sinais como desinteresse, embotamento afetivo, perdas funcionais mais pronunciadas”, comenta.
 
“A semelhan�a entre as doen�as aparece em evolu��es mais graves do transtorno bipolar, que pode se assemelhar � esquizofrenia, ou no per�odo das crises. Por�m, com as crises tratadas, costuma ser mais f�cil fazer a diferencia��o”, completa.
 
De acordo com o doutor Lipman, ao falarmos de transtornos mentais, estamos falando sobre doen�as que n�o t�m exame espec�fico para o diagn�stico. Por esse motivo, os relatos do paciente s�o importantes, assim como a entrevista com os familiares.
 
“Como essas e outras doen�as t�m sintomas muito parecidos, cada relato, cada informa��o vinda do paciente � extremamente importante para fechar o diagn�stico certeiro e, assim, realizar o tratamento correto”, orienta ele.
 
Nos dois casos, o uso de medica��o psicotr�pica se mostra fundamental. Na esquizofrenia, os antipsic�ticos s�o a pedra mestre do tratamento, enquanto no transtorno bipolar o mesmo � feito com estabilizadores de humor.
 
“Nos dois casos pode ser necess�rio o uso de outras medica��es, como antipsic�ticos e antidepressivos no transtorno bipolar, ou antidepressivos e benzodiazep�nicos, entre outros, na esquizofrenia”, explica.
 
Tratamentos como psicoterapia e hospital-dia tamb�m s�o �teis e devem ser avaliados caso a caso. “Para as duas doen�as, os tratamentos s�o cont�nuos, tendo como objetivo a revers�o de sintomas e o alargamento dos per�odos intercrises e n�o da doen�a, pois as duas s�o cr�nicas, ou seja, durar�o por toda a vida”, observa o m�dico.
 
De acordo com o profissional, essas s�o as duas doen�as que mais levam pacientes para a resid�ncia terap�utica, lar para pessoas com doen�as mentais cr�nicas. Como em muitos casos o paciente precisa de cuidados intensos que nem sempre os familiares conseguem prestar, um lugar pr�prio para isso pode fazer toda a diferen�a e gerar melhor qualidade de vida.

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