
Desde que foi desenvolvida pelo cirurgi�o pl�stico Bahman Guyuron nos Estados Unidos, a cirurgia da enxaqueca vem sendo estudada por especialistas no mundo inteiro, a partir de 2000. No m�s passado, o procedimento foi discutido no 2º Congresso Nacional BAPS, realizado em S�o Paulo pela Brazilian Association of Plastic Surgeons, que recebeu o doutor Paolo Rubez, pioneiro da t�cnica no pa�s.
“A cirurgia da enxaqueca, pouco invasiva, tem o objetivo de descomprimir e liberar os ramos dos nervos trig�meo e occipital envolvidos nos pontos de dor. Os ramos perif�ricos desses nervos, respons�veis pela sensibilidade da face, pesco�o e couro cabeludo, podem sofrer compress�es das estruturas ao redor, como m�sculos, vasos, ossos e f�scias. Isso gera a libera��o de subst�ncias (neurotoxinas) que desencadeiam a cascata de eventos respons�veis pela inflama��o dos nervos e membranas ao redor do c�rebro, causando dor intensa, n�useas, v�mitos e sensibilidade � luz e ao som”, explica Paolo Rubez. O m�dico faz parte da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca, que funciona nos EUA
H� sete tipos de procedimentos dessa natureza. Eles podem ser realizados nas regi�es frontal, rinog�nica, temporal ou occipital (nuca). Rubez afirma que cada tipo de dor exige acesso diferente para tratar os ramos dos nervos. Isso se d� nas �reas superficiais da face, couro cabeludo ou na cavidade nasal.
Cada cirurgia foi desenvolvida para gerar a menor altera��o poss�vel na fisiologia local, comenta o especialista. “O princ�pio � o mesmo: descomprimir e liberar os ramos dos nervos trig�meo ou occipital, que s�o irritados pelas estruturas adjacentes ao longo de seu trajeto”, diz ele.
A cirurgia � indicada para o paciente que tenha diagn�stico de migr�nea (enxaqueca) feito por um neurologista; para a pessoa com duas ou mais crises severas de dor por m�s, n�o controladas por medica��es; para quem sofre efeitos colaterais de medica��es para dor ou que tenha intoler�ncia a elas; e para quem deseja se operar devido ao comprometimento causado pelas dores em sua vida.
O doutor Paolo Rubez enfatiza que a cirurgia � realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral – em alguns casos, at� sob anestesia local. “A dura��o do procedimento, para cada nervo, � de cerca de uma a duas horas. O paciente tem alta no mesmo dia e pode voltar para casa”, conclui.