
Rafael Jos� F�bio Pelorca, mastologista do Grupo S�o Lucas, enumera os fatores de risco: idade (acima de 50 anos), nuliparidade (mulher que nunca gestou), gravidez tardia (acima dos 35 anos), n�o amamentar, menopausa tardia, obesidade, ingest�o de bebidas alco�licas, inatividade f�sica, terapia de reposi��o hormonal, radiografia tor�cica pr�via (menor de 30 anos) e alta densidade mamogr�fica, al�m de condi��es gen�ticas e heredit�rias, que correspondem a 5% a 10% dos casos.
“N�o existe um perfil de paciente mais comum. Sabemos que a maior parte das pacientes com c�ncer de mama est� acima dos 50 anos. Por�m, o estudo brasileiro Amazona III, com 2.950 mulheres de 22 centros de sa�de em nove estados, mostrou que 43% das pacientes tinham menos de 50 anos no momento do diagn�stico. Entre as que tinham menos de 40 anos de idade, 36,9% apresentavam est�gio localmente avan�ado”, alerta.
Com cinco est�gios (de 0 a 4), a principal manifesta��o da doen�a � o n�dulo, fixo e geralmente indolor, presente em cerca de 90% dos casos em que o c�ncer � percebido pela pr�pria mulher. Outros sinais e sintomas s�o pele da mama avermelhada, retra�da ou parecida com casca de laranja; altera��es no mamilo, como retra��o ou ulcera��o; pequenos n�dulos nas axilas; e sa�da de l�quido anormal das mamas, geralmente sanguinolenta. Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, pois podem estar relacionados a doen�as malignas.
O tratamento do c�ncer de mama depende do est�gio da doen�a, do tipo molecular do tumor e das condi��es cl�nicas da paciente. As modalidades de tratamento se dividem em terapias locais (cirurgia e radioterapia) e sist�micas (quimioterapia, hormonoterapia, terapias alvo e imunoterapia).
Nas fases iniciais, principalmente no caso de tumores inferiores a 2cm, o habitual � iniciar com a realiza��o de cirurgia, que pode ser conservadora, com a retirada apenas do tumor (quadrantectomia), ou mais complexa, com a retirada da mama (mastectomia) seguida ou n�o de reconstru��o mam�ria, fator que deve ser considerado para reduzir os impactos negativos do tratamento.
“Em alguns casos, como tumores em est�gio 3, superiores a 5cm, ou tumores maiores que 2cm com subtipos moleculares mais agressivos, iniciamos o tratamento com terapias sist�micas, como a quimioterapia, por exemplo. Ap�s essa fase, ser� realizada a cirurgia e a radioterapia. Portanto, atualmente, o tratamento do c�ncer de mama � individualizado, proposto de acordo com a idade da paciente, o est�gio da doen�a e o subtipo molecular, entre outros fatores”, explica.
Os m�todos apresentaram avan�o exponencial nos �ltimos anos. O descalonamento e a melhora na qualidade est�tica das cirurgias, diminui��o nas doses e o melhor direcionamento da radioterapia se destacam, assim como a utiliza��o de terapias sist�micas mais espec�ficas para as c�lulas tumorais e imunoterapias que auxiliam o pr�prio sistema de defesa da paciente a combater o tumor.
A detec��o precoce � o m�todo mais eficaz de combate � doen�a. Segundo recomenda��o da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Federa��o Brasileira de Ginecologia e Obstetr�cia e do Col�gio Brasileiro de Radiologia, a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos, al�m da ado��o de h�bitos de vida saud�veis, que podem prevenir cerca de 30% dos casos de c�ncer de mama.
“Sempre recomendamos praticar atividades f�sicas regularmente, manter alimenta��o saud�vel, peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alco�licas, evitar o uso de horm�nios sint�ticos, como terapias de reposi��o hormonal, incentivar a amamenta��o e n�o fumar. Pequenas mudan�as de h�bitos podem fazer grande diferen�a na qualidade de vida da paciente”, conclui o mastologista.