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Estado de Minas TRANSFOBIA

Viol�ncia contra pessoas trans ainda � realidade no Brasil

A cada quatro pessoas trans, tr�s j� relataram ter sofrido algum tipo de agress�o


06/01/2023 10:51 - atualizado 06/01/2023 11:28

Bandeira trans desenhada com giz no asfalto
Pesquisas apontam o terr�vel impacto da transfobia na vida de pessoas trans (foto: Katie Rainbow)

Ao longo de 2022, apresentei aqui muitas viv�ncias e pesquisas que demonstram como a popula��o trans e travesti sofre com a transfobia de diferentes maneiras. E uma nova pesquisa que demonstra isso foi realizada pelo projeto TransVida, do Grupo Pela Vidda, com apoio do Minist�rio da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos, e condu��o do antrop�logo e ativista Fabr�cio Longo.

O levantamento colheu 147 respostas, sendo a maior parte dos participantes mulheres trans (42,9%), de cor/ra�a preta (31,3%) e com 19 a 29 anos de idade (55,1%).

Ao longo da pesquisa, as pessoas entrevistadas podiam marcar todas as viol�ncias e discrimina��es sofridas durante a forma��o. O resultado? Infelizmente apenas uma em cada quatro afirmou nunca ter sofrido discrimina��o, enquanto 36,7% disseram ter sido v�timas de transfobia; 34%, de homofobia; e 10,9%, de racismo.

As formas de viol�ncia mais comuns foram o desrespeito:
  • o desrespeito ao nome social (27,9%);
  • tortura psicol�gica (21,1%); 
  • proibi��o do uso de banheiro adequado ao seu g�nero (20,4%);
  • viol�ncia f�sica (15,6%) e ass�dio sexual ou estupro (16,3%) 
E n�o se engane, muitas dessas “piadas” ou xingamentos e nega��es de direitos n�o s�o feitas apenas por colegas de classe

Segundo a pesquisa realizada pela projeto TransVida, os respons�veis por essas agress�es durante o per�odo de forma��o s�o: 
  • amigos ou conhecidos (38,4%); 
  • professores, coordenadores e diretores escolares (32,9%); 
  • pais, m�es e irm�os (30,8%); 
  • e outros membros da fam�lia (23,3%)
A pesquisa tamb�m mostra que, diante de tanta viol�ncia, muitas pessoas alvos dessas agress�es tamb�m s�o intimidadas e acabam n�o denunciado. S� para voc� ter ideia, apenas 15% decidiram denunciar essas viola��es de direitos � escola ou a autoridades, 29,9% preferiram n�o dizer nada e 10,2% abandonaram os estudos ap�s epis�dios de viol�ncia. 

De acordo com a pesquisa, 49% dos entrevistados conseguiram concluir o ensino m�dio, mas menos da metade (21,1%) chegou a concluir o ensino superior.
 
O levantamento tamb�m mostrou que tantas dificuldades e agress�es ao longo da vida prejudicam tamb�m a sa�de mental dessa popula��o. As entrevistas apontaram que tr�s em cada quatro participantes precisaram de apoio psicol�gico profissional e 60,5% j� tiveram pensamentos suicidas.

Ou seja, a pesquisa realizada pelo Grupo Pela Vidda aponta como toda essa transfobia impacta o acesso e a perman�ncia de pessoas trans e travestis no ambiente escolar e tamb�m como essa transfobia prejudica diretamente a sa�de mental dessa popula��o. 

E voc� n�o precisa ser da sociologia para perceber como tudo isso tamb�m acaba gerando barreiras para pessoas transexuais serem absorvidas no mercado de trabalho.

S� para voc� ter uma ideia, segundo a pesquisa do Grupo Pela Vidda, apenas 15% das pessoas entrevistadas relataram ter um trabalho com carteira assinada, enquanto 15,6% t�m trabalho aut�nomo formal e 27,2%, trabalho aut�nomo informal.

Considerado �ltimo recurso de sobreviv�ncia da popula��o trans em muitos casos, a prostitui��o era a atividade remunerada de 14,3% dos entrevistados.

Al�m disso, a pesquisa apontou que mais da metade (52,7%) dos entrevistados afirma que � o �nico trabalhador transexual da empresa, e 25,9% dizem que h� entre duas e 10 pessoas trans entre os funcion�rios. E quase a metade das pessoas trans empregadas (48%) conseguiu o posto por meio da indica��o de amigos ou conhecidos. 

Estamos no M�s da Visibilidade Trans e Travesti, e � uma �tima oportunidade para ampliar o debate sobre a import�ncia da cria��o de pol�ticas p�blicas efetivas para garantir o acesso e a perman�ncia dessa popula��o no ambiente escolar e tamb�m da import�ncia da cria��o e investimentos reais em programas que promovem a diversidade, equidade e inclus�o no universo corporativo.

Ou seja, tanto o poder p�blico como o setor privado precisam parar com discursos vazios e partirem para debates fundamentais e, principalmente, precisam partir para a pr�tica!

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