
Quando o desembargador Afr�nio Vilela, do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais, chegou ao seu primeiro encontro com o presidente Lula, o ato de indica��o dele ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ) j� havia sido assinado. Ao serem apresentados e apertarem as m�os, Lula o parabenizou e disse uma �nica frase relacionada � futura fun��o jurisdicional de Afr�nio Vilela, que ser� sabatinado pelo Senado, ainda em data a ser definida: “Meu prezado desembargador, queria conhec�-lo h� muito tempo, muitos vieram falar bem de voc�. Continue no STJ como tem sido ao longo de sua vida”.
Nos dias anteriores � assinatura presidencial do ato, Lula receber�, em apoio � indica��o de Afr�nio, um sem-n�mero de cartas e abaixo-assinados de um amplo espectro de institui��es, contrariando a m�xima de Otto Lara Resende de que “mineiro s� � solid�rio no c�ncer”. Pelo menos desta vez, as for�as sociais e pol�ticas de Minas se uniram. Afr�nio Vilela concorreu na lista qu�drupla da magistratura com o paulista Carlos Vieira von Adamek, o fluminense Elton Martinez Carvalho Leme e o cearense Teodoro Silva Santos, este, tamb�m indicado por Lula.
Muitos fatores contribu�ram para a decis�o de Lula em favor de Afr�nio. Para al�m do fato de Minas Gerais n�o ter tido nenhum ministro indicado ao STJ h� 10 anos – o �ltimo mineiro foi Rog�rio Schietti Machado Cruz, por Dilma Rousseff em 2013 –, Afr�nio Vilela exibe uma trajet�ria impec�vel na magistratura, de observ�ncia ao devido processo legal e ao direito de defesa.
Tem envolvimento pioneiro nos processos tecnol�gicos do Poder Judici�rio – de seu gabinete saiu o profissional que atuou nos prim�rdios na urna eletr�nica; acompanhou de perto a informatiza��o de processos judiciais em Minas e no Brasil – e segue integrado ao debate em torno do emprego da intelig�ncia artificial em determinadas tarefas judici�rias.
Tem envolvimento pioneiro nos processos tecnol�gicos do Poder Judici�rio – de seu gabinete saiu o profissional que atuou nos prim�rdios na urna eletr�nica; acompanhou de perto a informatiza��o de processos judiciais em Minas e no Brasil – e segue integrado ao debate em torno do emprego da intelig�ncia artificial em determinadas tarefas judici�rias.
Afr�nio Vilela tem capacidade de agregar, expressa, na pr�pria origem de sua candidatura �nica, que saiu do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais, frequentemente dividido em tr�s grupos nas disputas internas para aquela presid�ncia. N�o � toa, obteve 26 votos em segundo escrut�nio, entre os 30 ministros do col�gio eleitoral do STJ, para a forma��o da lista qu�drupla.
Presenciada por quatro ministros, a conversa entre Lula e Afr�nio, que se seguiu ao cumprimento inicial, foi amena. Entre as hist�rias pessoais compartilhadas, aquela que mais emocionou Lula foi o relato do caso familiar de Afr�nio Vilela, cujo av�, Juca Vilella, foi injustamente julgado e preso, nos idos dos anos 30, por um assassinato que n�o cometeu. O crime s� foi devidamente esclarecido 20 anos depois, pela confiss�o do verdadeiro assassino no leito de morte. Dizem que justi�a que tarda, falha sempre. Quando enfim Juca Vilella foi inocentado, j� havia cumprido pena e os danos a ele e � toda fam�lia eram irrevers�veis. A hist�ria � promessa de um livro, de autoria do neto magistrado, que conheceu de perto a injusti�a.
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