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Estado de Minas FILOSOFIA EXPLICADINHA

Esque�a o ChatGPT, nossos alunos pedem algo mais que a tecnologia

Enquanto discut�amos a revolu��o tecnol�gica, a sociedade em rede, incubadora de imbecis, anunciava massacre em escolas


11/04/2023 09:17 - atualizado 11/04/2023 10:19

A segurança nas escolas passa pela construção de valores humanos
As escolas e o problema da seguran�a (foto: www.monterre.com.br)

 

O rebuli�o causado pelo an�ncio do ChatGPT foi bonito de se ver. Especialista para todo lado, ind�stria investindo capital pesado entre os magnatas da economia virtual, gente convencida de que estamos no melhor momento da hist�ria e algumas rea��es apontando para um caminho de prosperidade e sucesso para nossas crian�as e jovens. O neg�cio � t�o surreal que, com pouco tempo de vida, o chatogepeto – porque o da hist�ria do Pin�quio � bem mais legal, pois vai pela via contr�ria, tentando humanizar um objeto artificial -  j� est� na s�tima, oitava ou nona vers�o, sei l�... Parece gera��o de smartphone.

 

S� que o real, como sempre, veio com seus assaltos. Enquanto est�vamos nesse novo-momento-iluminado-da-educa��o-mundial, nossas escolas eram atacadas com crimes e atentados de toda ordem, amea�as, agress�es e, infelizmente, mortes. A realidade, de forma habitual, apontou para outro lado, em oposi��o �s nossas idea��es, ilus�es e fantasias.

E o problema n�o est� na realidade em si, que n�o � bonita nem feia, simplesmente � o que �, mas na aposta em um mundo controlado tecnologicamente, mas empobrecido de rela��es humanas e de investimento no desenvolvimento moral dos indiv�duos. Tolos, acreditamos que o dom�nio t�cnico impulsionaria o comportamento �tico. Erramos feio, erramos rude.

  

Enquanto discut�amos essa nova "era de aqu�rio", a sociedade em rede, incubadora de imbecis, produzia v�deos anunciando massacre em escolas, assustando gestores, familiares, crian�as e jovens. Entramos em p�nico, pois, sujeitos que n�o se desenvolveram moralmente no momento oportuno agora brincam com a vida e a morte como se estivessem em uma cadeira gamer, jogando com a finitude como se ela fosse uma brincadeira virtual.

O espanto � que, pelo visto, n�o aprendemos nada ainda. A sa�da para esse impasse, acompanhando a discuss�o nos f�runs apropriados, volta ao mesmo registro tecnol�gico: c�meras, reconhecimento facial, digitais, chips nos uniformes e controles paralisantes dentro das escolas.   

 

� preciso destacar que o problema n�o est� na tecnologia em si, mas na esperan�a inf�rtil que nela depositamos como resolvedora de todos os problemas. Quest�es humanas somente s�o resolvidas por seres humanos, simples assim.

 

Os col�gios, as fam�lias e os demais espa�os de socializa��o devem ser os mais humanos poss�veis, fortalecendo la�os como um caminho de educa��o que nos distancia da barb�rie que se instala no horizonte. Nossos jovens j� lidam com softwares avan�ados, jogos e aplicativos, sem nem mesmo aprenderem isso na escola, mas o que eles precisam mesmo � saber sobre rela��es emp�ticas, lidar com as frustra��es pessoais, resolu��o de conflitos em comunidade, constru��o de valores civilizat�rios e conviv�ncia democr�tica, habilidades que nos fazem progredir como pessoas e como sociedade.

Na �poca dos acelerados de vozes do WhatsApp, a escuta paciente, qualificada e honesta de nossos estudantes, entendendo seus desafios no processo de humaniza��o, far� toda diferen�a na vida dos indiv�duos que s�o confiados a n�s.

 

O desespero e o p�nico s�o p�ssimos professores, pois n�o ensinam nada a ningu�m, apenas retiram a confian�a dos jovens em n�s, adultos, deixando de ser um porto seguro, exemplos de sobriedade e serenidade.

 

Talvez assim tenhamos uma sociedade mais �tica, com mais escuta e menos disputa. Isso, a intelig�ncia artificial n�o d� conta.   

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