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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Para o Galo, Flamengo virou o Cruzeiro, fregu�s de carteirinha

No novo normal, em tempos de VAR, o rival carioca n�o pode mais contar com o apito amigo, que sempre dava aquela m�ozinha


14/11/2020 04:00 - atualizado 14/11/2020 07:14

No último confronto com o rubro-negro, goleada atleticana: um 4 a 0 impiedoso no Mineirão pelo Brasileiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
No �ltimo confronto com o rubro-negro, goleada atleticana: um 4 a 0 impiedoso no Mineir�o pelo Brasileiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Na pen�ria em que se encontra o arquifregu�s, uma mudan�a importante se d� no equil�brio de for�as do futebol em Minas e no Brasil – ou, como diz o meu amigo Daniel, insepar�vel irm�o da Igreja Universal do Reino do Galo, “as coisas est�o voltando ao normal nas Minas Gerais”.

O Am�rica d� sinais de que pode voltar ao posto de onde jamais teria sa�do n�o fosse a cabe�a de burro enterrada no momento da constru��o do Mineir�o – uma �poca em que o Cruzeiro ainda honrava os vencimentos com o pai de santo, aferindo as vantagens capazes de elev�-lo a Maior de Minas Depois do Galo. Usurpadores!

Essas coisas, por�m, s�o sempre complicadas, e o normal � que o tiro, mais dia, menos dia, acabe por sair pela culatra. Hoje, o arquifregu�s sonha ser algo como um Cuiab�, enquanto o outro acaba de bater o poderoso Internacional fora de casa pela Copa do Brasil. Um vive o del�rio de ter em seu comando o campe�o do mundo, mesmo que este tenha encerrado a carreira levando na corcova o 7 a 1 eterno, Caco Antibes do futebol mundial. O outro tem Lisca Doido, um Sampaoli com a telha no lugar. Quando o primeiro acordar, j� ter� sido rebaixado a terceiro, e o segundo elevado ao n�mero dois.

Enquanto se movem as pe�as no tabuleiro local da geopol�tica boleira, o Gal�o da Massa constr�i seu bunker no Calif�rnia, e arma-se com Sampaoli, Vargas, Zaracho, Jair, Alan Franco, Keno, Savarino, Junior Alonso – as veias abertas da Am�rica Latina des�guam na sele��o da Ursal, a �nica capaz de enfrentar, quem sabe, os imperialistas da Champions League. Hasta la victoria siempre!

Por enquanto sem rivais � altura no quintal de casa, o Galo faz um campeonato � parte com o Flamengo, arquirrival, esse sim. Arquiladr�o, diga-se, com seu memor�vel esquadr�o formado por Zico, Nunes, Wright e Arag�o. O velho esquema tamb�m adotado em certames recentes por Corinthians e Fluminense: o homem de amarelo como elemento surpresa atuando pelo meio, os dois bandeirinhas abertos pelas pontas. A estrat�gia, no entanto, n�o resistiu ao advento do VAR.

Sem Wright e Arag�o, o Flamengo sucumbiu a esse Galo cada dia mais parecido com o tribunal da Fifa: perdeu 6 pontos. Levou cinco e n�o fez nenhum. O col�der agora se encontra covice, junto com nosotros, mas separado por um jogo a menos. Se o Am�rica ser� o rival nessas Minas Gerais que voltaram ao normal, o Flamengo � e sempre foi, em n�vel nacional, o time a ser batido pelo Galo. A rec�proca � verdadeira. No novo normal, o Flamengo � agora o nosso Cruzeiro. E o Galo � o Vasco deles.

Imiscui-se nessa disputa o Corinthians, que por seu tamanho � sempre um candidato a arquirrival, ainda mais porque adepto do apito amigo. Venc�-lo j� foi um dever c�vico, pois assim como ganhar do Flamengo era ganhar da ditadura, bater o Corinthians tamb�m era bater a Globo, a Odebrecht, o time oficial. Em 2020, n�o h� como negar o belo papel que faz a Democracia Corintiana e a Gavi�es antifascista, mas, ainda assim, devemos, por acerto de contas, bater o Corinthians. Que assim seja, hoje e sempre.

O Galo n�o perde mais, alguma coisa me diz. E como n�o empata nunca, resta a sucess�o impar�vel das vit�rias – e o t�tulo imposs�vel finalmente poss�vel. Se bem que s� acredito vendo, porque, l� no fundo, eu acho que o mundo acaba antes, a segunda onda de COVID, o meteoro, a Terceira Guerra Mundial, o Trump apertando o bot�o vermelho no �ltimo ato de um doido varrido. Igual 2013: quando o Galo deu sinais de que ia ganhar, eclodiram de repente as jornadas de junho, e o Brasil amea�ou desintegrar-se na onda improv�vel dos megaprotestos. Pensei comigo: n�o vai haver mais Brasil, a Libertadores ser� cancelada, jamais seremos campe�es, a culpa � de Deus. No final das contas, entregamos o poder � mil�cia carioca, mas pelo menos o Galo ganhou. Bom, foda-se o Brasil.

Hoje, diante do Corinthians, � o famoso “n�s contra eles”. “N�s”, sempre no plural, dizemos “vamo, Galo”, porque “n�s somos do Clube Atl�tico Mineiro” – 8 milh�es em a��o, salve a sele��o da Ursal! Eles falam apenas “vai, Corinthians”. Ganharemos. Foda-se o meteoro.

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