(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Como diz o outro, Eduardo Coudet n�o passa frio - est� coberto de raz�o

Da maneira como se comporta parte da torcida at� a atua��o dos 'mecenas', a quem chama acertadamente de 'investidor'. Sabe das coisas


08/04/2023 08:50 - atualizado 08/04/2023 08:55

Eduardo Coudet, técnico do Atlético
Eduardo Coudet, t�cnico do Atl�tico, desabafou ap�s derrota para o Libertad, pela Libertadores (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
At� anteontem eu n�o gostava de Eduardo Coudet. N�o � que n�o gostasse, assim, da pessoa dele. Apenas n�o entendia, at� a quinta-feira, a que tinha vindo Coudet. Ficava pensando se de fato ele treinava o time, um amontoado de jogadores a atuar no j� manjado tiki-taka vers�o aquela-sesta-depois-de-mandar-uma-vaca-atolada-com-cerveja. O Galo de Coudet � um poderoso son�fero, uma can��o de ninar interrompida apenas quando Hulk desafina o coro.

Como treinador do Atl�tico, o argentino Eduardo Coudet �, at� aqui, um Joel Santana que n�o se arrisca a falar em outra l�ngua, a gente que lute. Da pessoa de Coudet n�o se pode aferir nada, afinal n�o vota nem declarou voto na �ltima elei��o brasileira - eis o mais eficaz medidor de car�ter que se tem no mercado.

Desde a coletiva de quinta-feira, por�m, podemos intuir que dignidade � algo que n�o lhe falta.

Coudet n�o passa frio, diriam os gaiatos da internet - est� coberto de raz�o. De cabo a rabo. Da maneira como se comporta parte da torcida at� a atua��o dos "mecenas", a quem chama acertadamente de "investidor". Sabe das coisas. Sua melhor atua��o aconteceu na quinta-feira.

Infelizmente, n�o foi no jogo, mas na coletiva. E pensando bem, nem t�o infelizmente assim. Saiu vitorioso na ingl�ria tarefa de fazer o cego enxergar. 

Esse povo, a que chamaremos """mecenas""", quebrou o Atl�tico. Por duas raz�es principais: vaidade e pol�tica. H� outras, eu chutaria secund�rias, mas de qualquer forma n�o menos importantes: dinheiro e incompet�ncia.

H� CR7. Houve R10. S� esses tipos que se t�m certeza (mais do que se acham, aprendi com o Juca) se autointitulariam 4Rs. Tamb�m gostam e deixam rolar o termo "mecenas", afinal lhes confere o necess�rio altru�smo capaz de garantir �xito na pol�tica e dividendos na conta-corrente. 

Os tipos que se t�m certeza muito comumente acabam por quebrar a banca, pois lhes falta a imprescind�vel no��o da realidade. Em geral, s�o ricos e mimados.

Pare para pensar na maior dificuldade j� enfrentada na vida, digamos, do Rafael Menin. Eu apostaria que foi na inf�ncia, naquele dia em que sua "secret�ria" trouxe do supermercado um Nescau no lugar do Ovomaltine. Maldito leite sem flocos que o pequeno Menin foi obrigado a enfrentar como um bravo guerreiro!

T�o logo os """mecenas""" assumiram o Galo, passaram a destruir sistematicamente a reputa��o de Alexandre Kalil, que havia salvado o clube da bancarrota, pavimentado um bom caminho para o futuro, e deixado o clube campe�o depois de 42 anos na fila dos t�tulos importantes.

� preciso m�gica para lograr sucesso na miss�o. Nada que o dinheiro n�o possa comprar, inclusive a r�dio e a televis�o.

De um lado, banqueiros, megaempreendedores da constru��o civil, donos de vastas extens�es de terra em todo o cintur�o que envolve Belo Horizonte.

De outro, um ex-dirigente de futebol que virou prefeito e tentava fazer a coisa certa, inclusive um plano diretor que limitasse a voracidade destruidora dos especuladores imobili�rios. "Se espirrar, sa�de, papai Menin", dizia grande parte da torcida. E este colunista que vos fala era, e �, acusado de usar o Galo pra fazer pol�tica. 

Deu no que deu. O est�dio, antes inteiramente quitado, virou uma d�vida impag�vel. O shopping n�o faz mais c�cegas na mitiga��o do problema. J� se pega dinheiro em banco (adivinha qual) para acertar a folha de pagamento. E pensar que anualmente faziam (fazem) um certo "Galo Business Day" (esses nomes s�o sempre bons para se pegar trouxas).

Qualquer dia far�o o powerpoint do Dallagnol com o Kalil no c�rculo central - o monstro das contrapartidas.   

Os """mecenas""" sucatearam o Galo a um ponto jamais visto. S� a SAF salva. A SAF que faz o que faz no arquifregu�s. A SAF que eles pr�prios comprar�o, na baixa, em alguma medida. 

Ainda que o estado de coisas seja esse, o time, car�ssimo para o padr�o falimentar em que nos encontramos, podia entregar mais. N�o entrega porque nenhum dos 4Rs entende nada de futebol - a grande experi�ncia no ramo vivida por boa parte deles e da turma que os cerca � a queda � Segunda Divis�o em 2005.

Contratam um treinador como quem contrata um gerente para as suas empresas: foda-se o que lhe prometemos, se est� insatisfeito, passe no RH.

A torcida, ou parte significativa dela, bateu palma pra ver rica�o dan�ar - e fazer pol�tica, e pouco a pouco se apropriar do clube, aparelhar seu conselho, atentar contra a sua hist�ria e, por fim, destruir suas finan�as e privatiz�-lo.

Esse mesmo pessoal ocupou as arquibancadas, substituindo o torcedor pelo consumidor. Pagam para ver o espet�culo. N�o havendo um SAC onde se possa reclamar, atiram cerveja no treinador. "Se espirrar, sa�de, papai Menin."   

Boa P�scoa, pessoal! Que nos poupe o Coelho. Seremos campe�es.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)