
Foi bonita a festa, p�, fiquei contente, ainda aguardo renitente um velho cravo para mim. Poderia ser o cravo de alguma chuteira, de prefer�ncia a do Paulinho, porque o gramado realmente estava a favorecer o arranca-toco. Mas isso de nada diminuiu a beleza da inaugura��o. E o cravo do Paulinho estar� exposto para sempre no Museu do Futuro, a lembrar do dia em que, ao receber as chaves da casa pr�pria, batemos o Santos. Ningu�m menos que o Santos de Pel�.
Achei curioso como a grama nos salvou do gol de empate santista, ao fazer escorregar um atacante advers�rio. E, de novo ela, a grama, foi quem fez vacilar o goleir�o dos caras no que seria nosso segundo gol, anulado pelo VAR. Ou seja, � uma grama safada, mas pelo menos joga no nosso time. Do que se depreende que, em pelejas futuras, poderemos contar com seus montinhos artilheiros.
A condi��o dessa braqui�ria fez valer ainda mais o nome aqui proposto para o novo est�dio, da cepa do ator Daniel de Oliveira – o Terreir�o do Galo. Sim, aquele gramado s� nos fez lembrar dos velhos terreiros ainda em estado de terr�o, com galinhas a ciscar pedrinhas e minhocas. E o galo a reinar, sen�o absoluto, em confronto com c�es sem nenhuma frescura, vira-latas da �poca em que cachorro mesmo era o doberman e o pequin�s.
Outro aspecto importante no rebatismo da “arena” foi o protagonismo de Paulinho, esse filho de Ox�ssi. Por duas vezes sua flechada fez hist�ria. Eu, que n�o sou homem de nenhuma f�, a n�o ser em S�o V�ctor, estou agora em d�vida. Ser� que na inaugura��o do Terreiro n�o tivemos nos orix�s a vantagem que outros j� conseguiram com figuras mais terrenas, como Wright e Arag�o? Achei estranho como a bola advers�ria n�o entrava de jeito nenhum, apesar de Everson ter atuado muito pouco. N�o precisa fechar o gol quando j� se est� com o corpo fechado.
Um terceiro ponto, que havia me escapado at� o domingo passado, consagra o Terreir�o do Galo como o verdadeiro naming right da nossa casa: � s� trocar “Mineir�o” por “Terreir�o”, e todas as m�sicas da Galoucura podem ser preservadas ipsis litteris. “Domingo, eu vou pro Terreir�o, vou torcer pro time que sou f�”, e por a� vai. Ou, ainda, “o Terreir�o � nosso, tem que respeitar, Galoucura BH”. Parece que foram feitas pra isso, e que o Mineir�o � que estava a guard�-las provisoriamente para esse futuro que enfim chegou.
Esse futuro inaugura um tempo novo. Que seja de bom agouro! E que mesmo ciscando em outros terreiros, como ser� o caso na peleja de hoje contra o Athl�tico do Paraguai, que o Galo carregue a reboque a atmosfera de ra�a e amor que se p�de ver e sentir na pr�pria casa.
Que o Felip�o queime a l�ngua de todos aqueles que n�o acreditaram. Eu mesmo j� estou reservando um espeto do churrasco para o meu pr�prio flagelo. A picanha e a fraldinha para celebrar o Bozo na Papuda. A l�ngua para comemorar o Galo na Libertadores. Oxal�!