Seja no campinho de terra, cravado na encosta da Igreja do S�o Pedro, na minha Mariana, ou no templo sagrado do futebol, o Maracan�. Um velho ditado dos boleiros se aplica a ambos os cen�rios. Quando um bom jogador atua num time repleto de outros horr�veis, no m�ximo, ele consegue ser ruim.
Ainda tentando entender as causas desse calv�rio do Cruzeiro, me peguei fazendo uma retrospectiva desde a trag�dia de 2019, provocada pela organiza��o criminosa composta por dirigentes, conselheiros e jogadores. Analisei resultados, escala��es e desempenhos do nosso time do in�cio de 2020 at� o �ltimo final de semana, quando de mais um vexame diante do Ava�.
Descobri que, em tempos de Claudinho e sua incapacidade de jogar futebol para al�m dos passes para tr�s, como um jogador de rugby, buscar al�vio no passado de Jo�o Lucas, Everton Felipe e Wellinton “Forest Gump” pode ser ainda mais torturante.
� desolador passar por uma fase como essa tendo a certeza e os v�rios exemplos de como � quase imposs�vel fazermos a roda girar ao nosso favor tendo um coletivo t�o sofr�vel, mesmo que percebamos em meio a ele alguns bons jogadores e at� �dolos, como F�bio.
Estamos h� um ano e meio desnorteados. Assistindo a v�rias forma��es diferentes em campo e no plantel, mas com uma caracter�stica singular. Todas elas foram arremedos de um time de futebol. Vejamos algumas escala��es para perceber essa triste const�ncia.
Na primeira partida de 2020, logo ap�s o desmonte provocado pela ida � S�rie B, vencemos o Boa Esporte com F�bio, Ed�lson, Leo, Cac� e Rafael Santos; Jadsom (Edu), Adriano, Rodriguinho (Welinton) e Maur�cio; Thiago (Judivan) e Alexandre de Jesus. T�cnico: Ad�lson Batista.
Mais � frente, quando a partida contra o CRB j� era o pren�ncio (que se concretizou dias depois) da parada por conta da pandemia de COVID que chegava ao Brasil, a China Azul, nas arquibancadas, teve o desprazer de assistir a uma derrota por 2 a 0. Jogamos assim: F�bio, Ed�lson (Welinton), Arthur, Cac� e Jo�o Lucas (Rafael Santos); Felipe Machado, Jadsom, Maur�cio e Everton Felipe (Robinho); Thiago e Marcelo Moreno. T�cnico: Ad�lson Batista.
Quando o desastre de n�o retornarmos � S�rie A j� era um fato, encerramos a temporada 2020, num 0 a 0 contra o Paran� Clube, assim: Lucas Fran�a, Rafael Luiz, C�ceres, Paulo e Mateus Pereira; Adriano, Jadsom, Giovanni Piccolomo (Claudinho); William Pottker, Welinton (St�nio) e Rafael S�bis. T�cnico: C�lio L�cio.
Iniciamos a temporada 2021. Ventos bons pareciam soprar e acredit�vamos que nada poderia ser pior do que o que havia passado at� ent�o. Veio o 1 a 1 contra o Uberl�ndia. Assim jogamos: F�bio, C�ceres, Manoel, Weverton e Alan Ruschel (Mateus Pereira); Matheus Neris (Adriano), Mateus Barbosa (Claudinho) e Marcinho (Thiago); Rafael Sobis, William Pottker e Felipe Augusto (Airton). T�cnico: Felipe Concei��o.
No �ltimo s�bado, revivendo o pesadelo de jamais termos entrado ao menos no G-4 da S�rie B, derrota por 3 a 0 para o Ava� com F�bio, Norberto, L�o Santos (Wellington Nem) e Rodolpho e Jean Victor (Felipe Augusto); Ariel Cabral, Lucas Ventura (R�mulo), Marcinho e Claudinho (Rafael Sobis); Bruno Jos� (Giovanni Piccolomo) e Marcelo Moreno. T�cnico: Mozart.
Nos 83 jogos, foram 26 derrotas; duas desclassifica��es precoces na Copa do Brasil; duas Country Cups sem chegar � final e rodadas intermin�veis de namoro com as �ltimas posi��es do Campeonato Brasileiro. Nas 31 vit�rias, jogos realmente convincentes, apenas dois: contra a Ponte Preta, em 2020, e frente ao Atl�tico de Lourdes na temporada atual.
O que consigo enxergar nisso tudo � desola��o. � fruto do agora ou resqu�cio do antes? N�o tenho afei��o por ca�a �s bruxas, por transfer�ncia de responsabilidades, vaidades pessoais acima do bem coletivo e tampouco, pela covardia do “quanto pior, melhor”. N�o julgo um fato sem analisar seu contexto hist�rico.
O cap�tulo tenebroso de 2019 nos trouxe ao fato de hoje. Quais s�o os culpados por n�o virarmos essa p�gina? Escolho tentar vir�-la.