Al�vio. Um dos melhores sentimentos. Quando ele vem junto com o fim de um longo per�odo de infort�nios, naturalmente transforma-se em autoestima por conta da supera��o. Esse � o momento do cruzeirense. Al�vio.
Como tenho de rabiscar essa cr�nica nas tardes de ter�as-feiras, escrevi sem ver o resultado da peleja contra o Ituano. Perdemos? Empatamos? Ganhamos? Jogando bem ou mal? Seja como tenha sido, n�o mudar� em nada o meu acordar dessa quarta-feira. Minha alvorada ser� de completo al�vio. O atual Cruzeiro de Paulo Pezzolano me permite essa premoni��o.
Quem v� o Cruzeiro hoje, l�der absoluto do campeonato, talvez nem consiga imaginar o quanto isso era algo intang�vel pouco tempo atr�s. Volto ao dia 2 de fevereiro deste ano. Uma noite de expectativa para a Na��o Azul, no Mineir�o. Enfrentar�amos o Am�rica. Era apenas a terceira rodada da Country Cup, mas o Cabuloso liderava com duas vit�rias: 3 a 0 sobre a URT (com Ronaldo no est�dio, pela primeira vez como s�cio do Cruzeiro) e 1 a 0, fora de casa, sobre o Athletic. Vencer a terceira seguida seria uma oportunidade para embalarmos.
Logo aos 19 minutos de jogo, Waguininho, que havia sido destaque nos primeiros jogos, foi expulso. Com um a menos, tomamos o primeiro gol logo em seguida. O time, perdido, levou o segundo gol na sequ�ncia.
No grupo de whatsapp, os amigos execravam Pezzolano. “Inventa demais.” “Fraco.” “Est� perdido.” Da� para baixo. Na arquibancada, vendo um time do Cruzeiro ainda em forma��o, tentando de todas as formas jogar, eu n�o conseguia entender aquela cornetagem sobre nosso t�cnico. Abandonei o grupo de whatsapp, mas senti al�vio pelo Cruzeiro n�o desistir do projeto com o comandante uruguaio.
Continuamos com dificuldades. Um empate contra o Villa Nova, em casa, algumas rodadas � frente, nos tirou a chance de disparar em primeiro. Derrota para o Atl�tico de Lourdes, com um p�nalti arranjado pelo “camisa 12” da Turma do Sapat�nis: o juiz. Mas ali, mesmo com a derrota por 2 a 1, Pezzolano deu um show no esquema t�tico. Perdemos, mas sentimos um al�vio imenso ao perceber que o futebol covarde e inefici�ncia era passado. Finalmente, t�nhamos um time sedento por vencer.
Sei o quanto ainda temos que evoluir. At� aqui, perdemos todas as partidas disputadas contra equipes da S�rie A, como a “aldeia” insiste a vomitar para manter o seu h�bito centen�rio de tentar diminuir a grandeza do Cruzeiro. Mas fato � que essas derrotas para a dupla da oligarquia de Belo Horizonte (Am�rica e Atl�tico de Lourdes) e para o Fluminense n�o foram resultado de erros de nosso t�cnico, pelo esquema t�tico ou fruto de confus�es extracampo. Elas vieram ap�s muita luta em campo. Quem nos venceu, precisou se esfor�ar sobremaneira. Com Pezzolano ser� sempre assim. Isso nos d� al�vio.
Muito provavelmente, fecharemos o primeiro turno com aproximadamente 16 pontos de diferen�a para o quinto colocado. Ou seja, mesmo que percamos cinco partidas no returno, para n�o atingir o objetivo central do regresso � S�rie A, os advers�rios ter�o de vencer todas as suas partidas. Al�vio.
Na pr�xima semana ainda teremos a chance de um feito incr�vel para o n�vel do nosso elenco, que apesar de disciplinado taticamente, � de qualidade individual de mediana para razo�vel: temos totais condi��es de eliminar o Fluminense e avan�armos �s quartas de final da Copa (do Cruzeiro) do Brasil.
Fico imaginando se naquele 2 de fevereiro, na derrota para o Am�rica, Ronaldo estivesse no grupo de whatsapp e resolvesse atender a ala que queria a cabe�a de Pezzolano.
Dificilmente teremos um t�tulo nacional que mere�a comemora��o neste ano e mesmo nos pr�ximos, mas nosso comandante j� ter� nos dados uma conquista das mais desejadas nos �ltimos tempos: o al�vio.