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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Is this love, Cruzeiro

O gol de St�nio nos fez sentir o inexplic�vel, o final feliz de uma saudade. Vibramos! Ganhei um daqueles abra�os inteiros e permaneci colado nele at� o final


27/07/2022 04:00 - atualizado 27/07/2022 08:46

Jovem Stênio marcou o gol da vitória do Cruzeiro em cima do Bahia por 1 a 0, no Mineirão, pela Série B do Campeonato Brasileiro
Jovem St�nio marcou o gol da vit�ria do Cruzeiro em cima do Bahia por 1 a 0, no Mineir�o, pela S�rie B do Campeonato Brasileiro (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


A peleja entre Cruzeiro e Bahia, no �ltimo s�bado, foi a representa��o m�xima do amor. Desse sentimento carregado de poder de transforma��o. Tudo come�ou dif�cil naquela tarde no Mineir�o, mas em se tratando de cumplicidade, � na maior das aperturas que se encontra o instante para celebrar uma paix�o. Esse foi o surpreendente enredo que tivemos a d�diva de vivenciar.

Caminh�vamos para um jogo sem muitas emo��es. Tanto a Na��o Azul quanto os jogadores estavam modorrentos. Veio o castigo. A expuls�o de Brock. Tristonhos e ap�ticos, partimos para s� esperar o momento do gol da derrota. Mas o amor transforma, lembra?

O gol do menino St�nio nos fez sentir o inexplic�vel, o final feliz de uma saudade. Vibramos! Ganhei um daqueles abra�os inteiros e permaneci colado nele at� o final. Quando assistimos o nosso guarda-metas Rafael Cabral se tornar um guarda paix�es.
Vencemos e nos permitimos o sorriso mais lindo do mundo!

“Sentimentos v�m.” Uma mo�a de minha terra me disse essa frase. Lembrei disso quando, ao apito final, olhei para os jogadores pulando e cantando no gramado como se torcedores fossem. Fechei os olhos e cantei baixinho: “I wanna love you /And treat you right /I wanna love you / Every day and every night / Is this love / Is this love that I feeling?” Eu quero te amar / E trat�-lo bem / Eu quero te amar / Todo dia e toda noite / Isso � amor / Isto � amor o que estou sentindo?

Embalado pela genialidade de Bob Marley, abri os olhos e me veio a imagem da torcida Comando Rasta bem � minha frente. “O que a gente prega, procuramos praticar.” Escutei, certa feita, do Robert Fonseca, idealizador da Comando Rasta.

Assim como o pr�prio Palestra/Cruzeiro, essa torcida nasceu do amor do povo, dos jovens, dos trabalhadores das comunidades perif�ricas de Belo Horizonte. “Made in favela.” � seu slogan. Foi criada no bairro Copacabana, regi�o de Venda Nova. Hoje, est� no S�o Bernardo/Vila Aeroporto, na Zona Norte.

Avessa a qualquer tipo de viol�ncia (nas arquibancadas ou fora delas), a Comando Rasta prega exatamente o amor como forma de combater qualquer preconceito, seja ele de ra�a, g�nero ou classe social. Pratica por isso. Desenvolve a��es educativas, de resist�ncia e assist�ncia social, principalmente nas comunidades pobres, para onde a burguesia olha e s� enxerga mazelas (assim como faz, preconceituosamente, em rela��o �s torcidas organizadas).
 
A��es de arrecada��o de livros, alimentos, roupas e outros itens b�sicos s�o corriqueiras nas fileiras do Comando Rasta. “Grandes poderes geram grandes responsabilidades.” Assim encaram a capacidade de mobilizar muitos cruzeirenses para apadrinhar pessoas desfavorecidas.
Numa a��o de apoio ao povo Patax�, no sul da Bahia, o Comando Rasta n�o s� levou mantimentos, como tamb�m inspirou a cria��o de um time de futebol na aldeia. O Cruzeiro Patax�, que hoje disputa campeonatos regionais e ind�genas.

Outra a��o emblem�tica, da qual todo cruzeirense conhecedor da origem oper�ria e perif�rica do clube deveria ser orgulhar, foi a manifesta��o feita pela Comando Rasta, no Mineir�o, em rela��o ao assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, em 2018. Por�m, a faixa com os dizeres “Marielle presente” foi censurada por ordem de um coronel, como se o asqueroso coturno lhe desse a autoridade de Deus para impedir manifesta��es pac�ficas de indigna��o e respeito.

Depois de muitos levantarmos a voz contra esse ato de censura da Minas Arena, ela voltou atr�s e, no jogo seguinte, as mulheres do Comando Rasta deram uma volta ol�mpica no Mineir�o carregando a mesma faixa. Gra�as a elas, a torcida do Cruzeiro foi a primeira no Brasil a realizar tal ato inesquec�vel.

“Levante e resista”, assim Bob Marley cantava pelo amor entre as pessoas. Por isso, fa�o da peleja entre Cruzeiro e Bahia uma ode, uma celebra��o m�xima ao amor, e disso, uma ato singelo para homenagear a torcida Comando Rasta, que no pr�ximo domingo (31/7), completar� dez anos de exist�ncia, servi�os prestados e amor profundo ao Cruzeiro.

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