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Estado de Minas MEM�RIA

Na base do improviso, Raga Mofe fez carnaval hist�rico no Santa Tereza

Na se��o ''Bloco na Rua'', o m�sico Heleno Augusto relembra o dia 10 de fevereiro de 2013, quando BH redescobriu sua voca��o foli�


16/01/2022 04:00 - atualizado 15/01/2022 07:45

Foliões reunidos na Rua Goiás, em BH, levam estandarte onde está desenhado um peru, no carnaval de 1950. Vários têm o rosto pintado de preto
"Batalha real", promovida pelos Di�rios Associados, lotou a Rua Goi�s, no Centro de BH, em fevereiro de 1950 (foto: Arquivo EM/16/2/1950)
Heleno Augusto
DJ, compositor e vocalista das bandas Raga Mofe, Havayanas Usadas e Samba Queixinho

Em fevereiro de 2013, eu estava pr�ximo de completar 30 anos de idade e decidi, em conjunto com os amigos Diogo Torino, K�tia Aboim e Pablo Malta, fazer o carnaval da banda Raga Mofe no alto de uma casa na Rua Quimberlita, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte.

Apesar da previs�o de forte chuva, acabou sendo um lindo domingo de carnaval, com muito sol e calor. N�o faz�amos a menor ideia do que podia acontecer, pois tudo foi feito na base do improviso, da alegria e da imensa vontade de carnavalizar com a cidade. Marcamos o encontro “Suingue de rua” pelo Facebook, �nico canal de comunica��o que a gente usava na �poca, para come�ar ao meio-dia. A estrutura de som era o famoso “junta” de equipamentos que t�nhamos � m�o. E fomos pra rua.

At� por volta das 13h30, eu discotecava cl�ssicos do ax� enquanto termin�vamos de ajustar e passar o som. Chegavam poucas pessoas conhecidas, a fam�lia que morava na casa preparava as bebidas, gelos e placas com os pre�os pra come�ar as vendas, que em pouqu�ssimo tempo j� tinham esgotado todo o estoque. S� sei dizer que rapidamente a rua ficou absurdamente lotada.

Come�amos a tocar nosso repert�rio de resgate de cl�ssicos dos anos 90 e da ax� music em que a Banda Raga Mofe � pioneira, ao arriscar trazer olhares e ouvidos atentos do p�blico para m�sicas de artistas como � O Tchan, Cia. do Pagode, Tchakabum, Sarajane e Gang do Samba, al�m de Bamdamel, Timbalada, Cheiro de Amor e Harmonia do Samba, pouco prestigiados naquele momento.

No meio da festa, jornalistas e fot�grafos come�aram a subir para nos entrevistar e registrar aquela loucura maravilhosa, que acabou rendendo v�rias mat�rias de destaque no Estado de Minas (em que Marcelo da Fonseca usou o “Rooftop concert” dos Beatles de 1969 como inspira��o) e em outros ve�culos de comunica��o.

Um momento marcante pra mim foi quando um �nibus de linha passou no meio da multid�o e todo mundo abriu caminho. O incr�vel motorista que conseguiu conduzir o ve�culo naquele mar de gente come�ou a buzinar, parou na frente da casa onde a gente estava tocando, foi at� os degraus, ficou sambando e agradecendo a gentileza geral, para del�rio completo da banda, foli�s e foli�es.

Nunca esqueci o sentimento daquela tarde, o brilho no olhar das pessoas, os acenos e gestos de felicidade. Aquela mistura de surpresa, emo��o e amor terminou por volta das 17h30. Senti que a nossa cidade estava entendendo que tinha carnaval de novo naquele momento do dia 10 de fevereiro de 2013.

>> A SE��O “BLOCO NA RUA”, PUBLICADA AOS DOMINGOS NA COLUNA HIT, TRAZ TEXTO SOBRE O CARNAVAL ESCRITO POR UM CONVIDADO E FOTO DE FOLIAS DE OUTROS TEMPOS









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