Otto e Mois�s (filhos dos atores Sophie Charlotte e Daniel Oliveira), Joaquim (filho de Elen Cunha e do ator J�lio Andrade), Miguel (filho do cantor Rog�rio Flausino e Ludmila) s�o crian�as. N�o t�m a dimens�o da import�ncia de Milton Nascimento para a hist�ria da m�sica e da cultura brasileira.
Mas nem por isso os garotos, ao modo deles, deixaram de se emocionar no show que marcou a despedida do cantor e compositor, de 80 anos, dos palcos.
Claro que s�o crian�as. Volta e meia, algo inusitado, como a luz do fundo dos copos do camarote da Cemig, chamava a aten��o dos pequenos.
Conhecedores do repert�rio de Bituca, os pais deram um jeito para que os filhos n�o perdessem nada do momento hist�rico. Em “Bola de meia, bola de gude”, Daniel de Oliveira e J�lio Andrade colocaram os filhos nos ombros.
Miguel, o ca�ula de Rog�rio Flausino, de 7 anos, estava sentado algumas filas depois de Otto, Mois�s e Joaquim. Era o mais emocionado. Chegou a cantar com o pai trechos de algumas can��es, como “O trem azul”. Ludmila revelou que o filho conhece bem o repert�rio do Clube da Esquina.
Rog�rio Flausino contou que aquelas can��es marcaram sua vida. “A po�tica do Clube da Esquina me moldou muito antes do rock Brasil”, afirmou.
Lembrou que de 1964 a 1968, Milton morou em sua cidade, Alfenas, vindo de Tr�s Pontas, antes de se mudar para Belo Horizonte e conquistar o mundo.
No espa�o que ocupava a tribuna do Mineir�o, o p�blico n�o escondia a ansiedade para o in�cio da apresenta��o. Destacava-se imenso cartaz mostrando Bituca abra�ado com Gal Costa, que nos deixou.
O cantor e compositor Celso Adolfo disse que, para ele, a emo��o desse domingo come�ou em 1982, quando gravou com Milton sua can��o “Cora��o brasileiro”. Em seguida, os dois trabalharam juntos no primeiro LP do jovem mineiro.
“Esta n�o � a �ltima sess�o de m�sica. � mais uma sess�o de m�sica”, disse.
Regina Bertola, diretora do Grupo Ponto de Partida, de Barbacena, trabalhou com Milton e Os Meninos de Ara�ua�, em 2004, no espet�culo que ficou em cartaz por 10 anos. Ela definiu Bituca como refer�ncia de genialidade.
“Sem fazer for�a, ele tem confian�a na raiz dele, na luz que ele tem. Milton canta para viver, ele n�o vive para cantar”, apontou.
O arquiteto Gustavo Penna, sentado ao lado do compositor Tavinho Moura, foi sucinto: “Milton � a trilha sonora da minha vida. Toda vez que ou�o, toca meu cora��o”.
Entre os convidados, Z�lia Vargas j� sabia que a noite seria diferente. Ela mora em Cascais, em Portugal, e viu o mesmo show em Lisboa.
A festa no Mineir�o foi ainda mais especial para ela, pois estava com os bilhetes comprados para o show que Gal Costa faria em Lisboa.
“Eu moro h� 10 anos em Portugal, e sempre me d� um quentinho no cora��o quando vejo shows como o do Milton”, disse.
A core�grafa Suely Machado, diretora do Grupo de Dan�a 1º Ato, falou com gratid�o sobre Bituca, afirmando que a obra dele faz parte da sua vida. “Milton tem a voz mais bonita do mundo”, elogiou.
V�nia Leonardo, acompanhada do marido, o advogado Marcelo Leonardo, comentou que a m�sica de Milton Nascimento significa vida, poesia, carinho e amor. “Tudo de que o mundo est� precisando”, resumiu.
