No festival Lollapalooza, em S�o Paulo, vimos o TSE proibir coment�rios pol�ticos durante os shows. A consequ�ncia dessa tentativa foi uma chuva de cr�ticas e mais artistas se posicionando politicamente. O jornal New York Times aconselhou seus jornalistas a diminu�rem a consulta ao Twitter. Li tamb�m uma longa coluna da Mariliz Pereira Jorge, dizendo que o Twitter � uma m�quina de moer gente.
O que essas informa��es t�m em comum? Na minha opini�o, s�o rea��es � falta de organiza��o deste caos de informa��es em que vivemos.
Um artista externar sua opini�o pol�tica n�o pode, mas um pol�tico depreciar uma jornalista com um coment�rio pejorativo nas redes sociais pode?
Em meu ponto de vista, as redes sociais foram dominadas pelos vendedores e pelos chatos de plant�o. Existe muita informa��o de qualidade, mas est� cada vez mais dif�cil encontr�-las.
Acabou o fator novidade sobre esta quantidade infinita de fotos e selfies. Agora, precisamos decidir se isto � importante para nossas vidas ou n�o. Durante v�rios s�culos, as informa��es eram disseminadas pelos poderosos e acatadas pelo povo como verdades absolutas. Os livros de hist�ria foram escritos pelos vencedores das guerras e, por isto, n�o conhecemos a vers�o dos derrotados.
Com a chegada das redes sociais, ganhamos o poder de opinar sem o controle dos poderosos. O famoso “like”, criado pelo Facebook, foi determinante para mudar o sentido das escolhas.
Isso tudo voc�s j� conhecem, mas o que vamos viver nas pr�ximas elei��es? Acreditar em que informa��o? Por que tentar calar a classe art�stica? Este � um artif�cio antigo e que conhecemos muito bem. Na hist�ria do mundo, isso j� aconteceu muitas vezes.
Penso que o TSE olhou para o lado errado da situa��o. Ainda n�o aprendemos a usar corretamente tanto o poder que nos foi dado. Estamos vivendo um momento muito �cido da humanidade. S�o v�rios exageros nas redes sociais, cancelamentos por coment�rios que n�o agradam uma parte da sociedade e, tamb�m, uma falta de maturidade jur�dica para controlar tantas novidades.
Chico Buarque e Milton Nascimento j� disseram “Afasta de mim este c�lice”. Assim como em “Ticket to ride”, dos Beatles, John Lennon lamenta que sua mulher n�o continue vivendo com ele para que ela seja livre.
A arte instiga e questiona a sociedade e seus valores. A pol�tica, seus conchavos e seus desvios tamb�m devem ser questionados. Vivemos em um pa�s no qual a capital federal � isolada geograficamente do que acontece no pr�prio pa�s e se protege para continuar existindo sem mudan�as.
A arte instiga e questiona a sociedade e seus valores. A pol�tica, seus conchavos e seus desvios tamb�m devem ser questionados. Vivemos em um pa�s no qual a capital federal � isolada geograficamente do que acontece no pr�prio pa�s e se protege para continuar existindo sem mudan�as.
Acabamos deixando a pol�tica para os que aguentam e t�m est�mago de a�o. Se voc� gosta de redes sociais, assim como eu, n�o podemos deixar isto acontecer.
O desafio �, al�m de isolar os chatos e exagerados, controlar as mentiras deliciosas que tanto nos agradam por n�o gostarmos de duras verdades. Voc�s est�o prontos para viverem com lucidez e intensidade este 2022 e tudo o que envolve o seu pacote completo?