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Fred e Cruzeiro: a cada dia, um novo cap�tulo da novela

Em sua segunda passagem pelo Cruzeiro, Fred n�o trouxe retorno t�cnico e ainda vai deixar um preju�zo financeiro que est� longe de ser calculado. Mas a culpa n�o � dele


17/07/2020 04:00 - atualizado 16/07/2020 18:07

No início de 2020, Fred chegou a treinar na Toca da Raposa II, antes de deixar o clube celeste
No in�cio de 2020, Fred chegou a treinar na Toca da Raposa II, antes de deixar o clube celeste (foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
Os �ltimos tempos t�m mostrado que se h� uma certeza que podemos apreender nesta vida � que n�o h� grandes certezas sobre nada. N�o � poss�vel ter tudo sob controle o tempo todo. Mas existem certas situa��es evit�veis, em que mesmo antes de entrar a pessoa j� disp�e de elementos para saber que a chance de n�o dar certo � enorme – e isso vale para rela��es humanas e profissionais. Mesmo assim, muita gente embarca. Talvez acreditando em for�as vibracionais positivas emanadas pelo universo ou pela cegueira t�pica das grandes paix�es, que nos tiram a racionalidade diante dos fatos. E a segunda passagem do atacante Fred pelo Cruzeiro � um desses casos em que o revert�rio estava anunciado.

L� no fim de 2017, quando o acordo para o retorno do jogador � Toca da Raposa II foi selado – devidamente registrado com fotos sorridentes dos personagens envolvidos e marcado pela empolga��o dos torcedores que reencontrariam o �dolo –, era poss�vel prever que num momento qualquer o que era pren�ncio se materializaria.

N�o faltavam motivos para quem acompanhava o caso desprovido de passionalidade acreditar que uma novela come�ava a ser escrita com aquela assinatura de contrato. Talvez n�o se imaginasse que seriam tantos cap�tulos.

Esse roteiro, na verdade, come�ou a se desenhar em meados de 2016, quando Fred, rompido com o ent�o t�cnico do Fluminense, Levir Culpi, fez as malas para voltar ao estado natal. A not�cia de que o destino era o Atl�tico n�o agradou a cruzeirenses que o adoravam. Foi como uma trai��o. Imperdo�vel.

Afinal, embora revelado pelo Am�rica, foi com a camisa celeste que Fred fizera seu nome nacionalmente e carimbara o passaporte para o futebol europeu, indo para o franc�s Lyon.

Mesmo a dist�ncia, Fred sempre declarou amor ao Cruzeiro. De novo no Brasil, repatriado pelo Fluminense, fazia quest�o de n�o comemorar os gols que marcava na Raposa. Como se isso atenuasse no cora��o azul o peso de balan�ar as redes do time. De fato, muitos torcedores davam a Fred essa salvaguarda. Ele fumava, mas n�o tragava, parafraseando a frase dita pelo ex-presidente norte-americano Bill Clinton.

Pois esse amor imaculado sofreu a primeira cis�o quando Fred aceitou vestir as cores alvinegras. Por um ano e meio, ele deixou o olimpo dos deuses celestiais, para onde veio a retornar – embora distante de ser unanimidade – em dezembro de 2017, ao assinar aquele documento.

Naquele momento, o Cruzeiro fazia s� mais um de v�rios maus (lesivos at�) neg�cios da gest�o de Wagner Pires de S� e Itair Machado. Noves fora a idade avan�ada do atacante (34 anos) e a condi��o f�sica que j� n�o era a ideal, o fato de ignorar a cl�usula contratual que previa multa inicial de R$ 10 milh�es ao Atl�tico era de uma irresponsabilidade sem tamanho.

Os dirigentes esbanjavam confian�a de que anulariam tal multa. Quem acompanhava de fora (e at� de dentro do clube) sabia que n�o seria t�o f�cil assim.

Ficasse s� nesse particular, j� era sinal de mau agouro. Mas aos poucos vieram � tona outros fatos que mostram qu�o nocivo foi aquele acerto para o Cruzeiro. S�o premia��es milion�rias para metas alcan�adas e cl�usulas compensat�rias que beiram o absurdo.

Em a��o na Justi�a (que est� sendo contestada pelo clube celeste), Fred pede R$ 71 milh�es, referentes a sal�rios, direitos trabalhistas e bonifica��es atrasadas, entre outras cobran�as. J� o caso envolvendo a multa ao Atl�tico tem senten�a prevista para setembro – e aqui s�o mais R$ 10 milh�es acrescidos de corre��es.

Fred n�o trouxe retorno t�cnico � Raposa (em 69 jogos na segunda passagem, fez 25 gols) e ainda vai deixar um preju�zo financeiro que est� longe de ser calculado. Mas a culpa n�o � dele. O jogador foi um prestador de servi�o. A cobran�a precisa recair em cima de quem o contratou.

A heran�a maldita � dos dirigentes, que se apossam dos clubes como donos e depois v�o embora como se n�o tivessem nada a ver com o problema. Lembre-se sempre disso quando seu time fizer uma contrata��o bomb�stica. Promessa de gols n�o garante bons neg�cios.

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