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Sampaoli no Galo: do endeusamento p�s-vit�rias � crucifica��o p�s-derrota

Sampaoli ainda est� construindo o Atl�tico dele - ou melhor, os v�rios Atl�ticos dele


21/08/2020 04:00 - atualizado 20/08/2020 20:20

(foto: Bruno Cantini/Atlético)
(foto: Bruno Cantini/Atl�tico)

Se h� uma coisa em que a gente ainda precisa evoluir no futebol (e na vida em geral) � a pressa em criar r�tulos. Em colocar um carimbo na testa de quem � bom – e que com isso parece perder o direito de errar – e de quem nem � t�o bom assim, mas em um dia inspirado � al�ado � condi��o de semideus e tem todos os pecados redimidos.

A vida n�o deveria ser sempre ou s� preto ou s� branco. � para isso que existe uma cartela de cores. Tamb�m n�o se encerra no frio ou no quente – o morno, por vezes, vem a calhar.

A passionalidade do futebol acaba por explicar essas an�lises mais imediatas e rasas. E o t�cnico atleticano Jorge Sampaoli tem sido um exemplo perfeito dessa dicotomia for�ada.

Em quatro jogos do Campeonato Brasileiro, foi classificado de g�nio ap�s as vit�rias sobre Flamengo, Corinthians e Cear� e de superestimado depois da derrota para o Botafogo. Na verdade, em nenhum momento o argentino foi s� um ou s� outro.

Esses dois Sampaolis que alguns tentam limitar em caixas separadas coexistem, s�o partes de um todo. E quer saber? Todos n�s somos assim, n�o � s� com ele! “Somos instantes”.

Essa altern�ncia em Sampaoli nada mais � que resultado do estilo inquieto dele. Uma forma de trabalho que vem marcando a carreira do argentino, e que talvez seja encarada com mais naturalidade em outros centros do futebol nos quais predomina a vis�o mais ampla de time. Neles, uma equipe n�o se resume a 11 atletas nem tampouco a um s� esquema de jogo.

Sampaoli tem por filosofia criar um conjunto mais abrangente, t�cnica e taticamente. O rod�zio que ele faz nas equipes que dirige n�o � aquela busca desesperada por uma salva��o, nem obrigada por les�o ou pela falta de op��es no grupo. Pelo contr�rio: as mudan�as que ele prop�e s�o justamente uma forma de aumentar as op��es no time.

S�o cartadas que ele d� de maneira consciente para que a din�mica de seu time seja alterada sem grandes traumas dentro de uma partida, ou de um confronto para outro. E isso s� se consegue treinando e jogando.

Vai ser fazendo na pr�tica que ele vai ver o que funciona. Em alguns casos, n�o vai funcionar mesmo. Nessas horas, o importante � o treinador ter sensibilidade para reconhecer que errou e agir rapidamente para mudar.

N�o � t�o somente pelo status que alcan�ou nos gramados que Sampaoli trabalha assim. Ele faz isso porque � assim que ele entende o futebol.

O fato de ser um treinador de grife o credencia, claro, a tomar atitudes mais ousadas, porque ele acaba tendo mais respaldo para lan�ar m�o da ideia que quiser, por mais absurda que possa soar para n�s, reles mortais. Isso n�o o exime das cr�ticas quando erra. Nem dos elogios, quando se percebe que h� um caminho s�lido sendo constru�do.

Esse estilo de trabalho do argentino est� longe de ser algum tra�o isolado de genialidade. � estudo. � ambi��o. � inquieta��o. � convic��o. S�o caracter�sticas da personalidade dele. E a miss�o dele � tornar essa estrat�gia bem-sucedida a longo prazo.

S� que n�o d� para ficar rotulando o t�cnico a cada mudan�a de dire��o do vento.

Essa ousadia meticulosa � saud�vel, muito necess�ria, ali�s, principalmente nos jogos contra times de n�vel mais elevado. Porque hoje em dia � tudo muito previs�vel. O trabalho de um treinador �, sim, encontrar uma base consistente para a equipe, mas, al�m disso, � oferecer ao time “sa�das de emerg�ncia” nos momentos em que a t�tica escolhida n�o estiver dando certo.

� para isso que o “professor” est� l�, n�o � mesmo?

Sampaoli n�o faz experimenta��es baratas, movidas por resultados imediatos. Isso � claro desde a �poca do Santos. O torcedor e, n�s, cr�ticos do futebol, temos de acostumar o nosso olhar a esse jeito do argentino, que se der certo pode ser muito positivo para o Galo.

Avalia��es precipitadas n�o passam disso: precipita��o.

O Atl�tico est� nessa fase, a de azeitamento da m�quina. � natural que haja oscila��o. � natural que uma ou outra experi�ncia n�o d� certo. Nessa caminhada, ele ser� elogiado e criticado pelas escolhas, faz parte. Mas n�o d� para estabelecer vereditos, decretar que j� deu ou n�o certo.

Sampaoli ainda est� construindo o Atl�tico dele – ou melhor, os v�rios Atl�ticos dele. A esta altura, n�o faz o menor sentido endeusar o trabalho do treinador no alvinegro, muito menos crucific�-lo.

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