
Mano vinha de um trabalho vitorioso de tr�s temporadas, com a conquista de duas edi��es da Copa do Brasil (2017 e 2018), al�m de dois t�tulos de Campeonato Mineiro (2018 e 2019). Mas n�o resistiu � instabilidade dentro e fora de campo, e principalmente � sequ�ncia ruim, de apenas uma vit�ria em 18 partidas. A sa�da do treinador ga�cho foi somente mais um cap�tulo fat�dico daquele que foi o mais conturbado ano da hist�ria cruzeirense.
Desde ent�o, a soma entre a frustra��o da torcida com o que passou, a incerteza pelo que est� por vir, a press�o por resultados imediatos e a vontade de reviver os tempos gloriosos implicou em demiss�es em s�rie de treinadores na Toca da Raposa.
Ningu�m mais conseguiu cumprir o tempo total de contrato – ali�s, eles ficaram bem longe disso. Em menos de um ano, foram quatro os ocupantes do cargo: Rog�rio Ceni, Abel Braga, Ad�lson Batista e Enderson Moreira.
� importante frisar: eles foram mais v�timas do que culpados pelas escolhas erradas feitas no clube. E � nesse cen�rio que Ney Franco volta ao Cruzeiro, onde come�ou como treinador das categorias de base.
Eu at� me permito fazer aqui algo que costumo abominar: um exerc�cio de futurologia. N�o sou muito adepta de f�rmulas de adivinha��o, de apontar um ou outro time campe�o ou rebaixado quando as competi��es nem sequer chegaram � metade. Muito menos de decretar o sucesso ou o fracasso de um treinador antes mesmo que ele conhe�a o grupo de jogadores.
A hist�ria nos mostra que s�o jornadas constru�das ao longo do caminho.
Nesse caso espec�fico, contudo, � poss�vel tra�ar um paralelo entre passado, presente e futuro baseado em fatos e afirmar: Ney Franco come�a sua trajet�ria agora com a mira voltada para uma data bem espec�fica, dentro de uns dois meses: o dia 28 de novembro.
Daqui pra frente, o calend�rio vai dizer muito do que ser� o Cruzeiro.
Essa contagem vai come�ar em 17 de outubro. Se Ney Franco chegar ao jogo contra o Juventude, no Mineir�o, pela 16ª rodada da S�rie B do Campeonato Brasileiro, ainda como treinador celeste, ele vai se igualar a Rog�rio Ceni, que comandou a Raposa em oito partidas. J� ser� um in�cio.
Dirigindo o time diante do Botafogo, em Ribeir�o Preto, pela 20ª rodada, em 7 de novembro, Ney Franco vai se equiparar a Enderson Moreira, que ficou � frente da equipe por 12 jogos. Um passo importante ser� dado.
Se tudo continuar correndo relativamente bem e duas semanas depois Ney Franco estiver no banco na partida contra o Figueirense, em BH, ele alcan�ar� a marca de Abel Braga, t�cnico cruzeirense em 14 confrontos. J� estar� acima da m�dia geral de seus antecessores, que � de 12,5 partidas.
Agora, se terminar o jogo contra a Chapecoense, em 24 de novembro, em Chapec�, empregado, a� ele estar� diante de um recorde, a ser atingido no duelo seguinte, com o Confian�a, em casa: completar 16 confrontos no comando celeste, superando os 15 em que a equipe teve como treinador Adilson Batista.
Se at� este 28 de novembro Ney Franco estiver de fato prestigiado pela diretoria – e n�o no sentido figurado que a palavra ganhou no vocabul�rio futebol�stico –, ser� um importante sinal de que os bons ventos voltaram a soprar para os lados da Toca da Raposa.
Que o time conseguiu uma trajet�ria ascendente na S�rie B e, pelo menos, faz uma campanha que lhe garante boas perspectivas.
Por isso, torcedor celeste, pode marcar a� na folhinha. O Dia D para o Cruzeiro, a partir de hoje, � o 28 de novembro. A sobrevida de Ney Franco como treinador do time at� l� ser� um ind�cio da ressurrei��o da Raposa. Mais do que isso: ser� o fim de uma busca desesperada por algu�m que realmente d� esperan�a � torcida de dias melhores.