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O que o Bayern, campe�o mais uma vez, tem a nos ensinar sobre futebol

H� uma filosofia j� impregnada ao escudo. Ningu�m ali, por mais famoso e badalado que seja, ser� maior que a institui��o


11/02/2021 20:48 - atualizado 12/02/2021 12:23

O título do Mundial de Clubes foi o sexto do Bayern em 2020, um feito para poucos(foto: Karim JAAFAR/AFP)
O t�tulo do Mundial de Clubes foi o sexto do Bayern em 2020, um feito para poucos (foto: Karim JAAFAR/AFP)

Nove em cada 10 pessoas que lerem o t�tulo desta coluna logo v�o para o lugar-comum de dizer que o grande trunfo do multicampe�o Bayern de Munique est� no cofre: os milhares de euros que entram no caixa b�varo s�o, para muita gente, o que faz do time a pot�ncia que ele �. Mas a resposta � quest�o n�o se resume ao dinheiro, pode acreditar.

Afinal, h� v�rios exemplos pelo mundo de que dinheiro nem sempre garante ta�a – e, se for para falar em bilh�es, � s� lembrar do tanto que o Paris Saint-Germain tem investido nos �ltimos anos em busca da sonhada Liga dos Campe�es, em v�o. O segredo do Bayern est� em outro departamento, t�o importante (ou mais?) quanto o financeiro: a identidade do clube.

Essa identidade � o motor maior da engrenagem. Ela nasce em campo, no futebol. Da� se traduz em t�tulos e, como consequ�ncia aos in�meros trof�us, uma marca s�lida, que faz jorrar milh�es de euros a cada temporada.

Esse montante chega na forma de patroc�nio, de marketing, de venda de jogador, de fideliza��o de torcedores do mundo todo, de venda de ingressos, de camisas e souvenir dos mais diversos, direitos de transmiss�o de campeonatos, premia��es, e por a� vai.

Como existe um ciclo virtuoso de anos, a fonte n�o seca. � uma bola de neve, que s� � poss�vel porque h� uma consci�ncia muito forte dessa identidade.

H� uma filosofia j� impregnada ao escudo. Cada um que chega tem ci�ncia da sua miss�o de forma bem clara. Precisa estar comprometido com isso. Ningu�m ali, por mais famoso e badalado que seja, ser� maior que a institui��o.

Essa ideia fica bem evidente ao se visitar o museu hipertecnol�gico do Bayern, situado dentro da Allianz Arena. O lugar �, obviamente, uma das atra��es tur�sticas de Munique. Uma linha de metr� deixa o visitante a poucos metros do est�dio.

Dentro do museu h� mais do que apenas uma centen�ria hist�ria catalogada. A camisa vermelha est� exposta em toda a sua exuber�ncia e, por todo lado, envergada por craques de todas as eras, do quilate de Beckenbauer, Gerd M�ller, Sepp Mayer, Rummenigge, Math�us, Oliver Kahn, Robben, Rib�ry, Lahm, Schweinsteiger...

A lista � grande. Inclu�dos nela tamb�m est�o brasileiros, como Elber (ele � adorado por l�), Jorginho e Z� Roberto, entre outros.

Esse entrela�amento entre passado e presente tem tamanha for�a que torna mais palat�vel a dimens�o do clube. O que n�o quer dizer que sejam sempre flores. H� pouco tempo, tivemos uma amostra disso.

A chegada de Pep Guardiola, em 2013, foi aclamada. Quem contestaria o pai do exaltado tik-taka do Barcelona? Pois a primeira temporada n�o foi das mais f�ceis. O t�cnico chegou a ser criticado por ningu�m menos que Beckenbauer.

O Kaiser pediu, publicamente, para que o Bayern voltasse a jogar como Bayern. Traduzindo do alem�o: com a objetividade germ�nica.

A goleada para o Real Madrid na semifinal da Liga dos Campe�es, em abril de 2014, com uma derrota humilhante por 4 a 0, em Munique, n�o ajudou muito. Nos bastidores, dizem que Guardiola foi contestado at� por atletas da equipe.

Mas o Bayern apostou em Pep, Pep apostou no Bayern, e, mesmo tendo sa�do do clube sem conquistar o cobi�ado t�tulo europeu, o treinador catal�o tem seu nome l�, guardado na galeria dos grandes.

Guardiola viu que mais do que dar seu estilo ao time, ele tinha de se fazer parte integrante do time. N�o bastava ser quem era. � isso que torna o Bayern campe�o. Repetindo: ningu�m � maior que a institui��o.

Em campo, h� um estilo de jogo consistente, em sintonia com o que � praticado pela Sele��o da Alemanha e que � treinado desde as categorias de base.

E � em casa que volta e meia surge uma joia, como Thomas M�ller. Mas o clube tamb�m sabe garimpar novos talentos, tem metodologia para contrata��es – foi buscar o gan�s Davies no Canad�, praticamente um desconhecido no Velho Continente.

Para alicer�ar essa mescla, conta sempre com uma espinha dorsal de respeito, amparada hoje pelas m�os seguras do goleiro Neuer, pelo vigor do zagueiro Boateng – que n�o jogou a final do Mundial de Clubes por causa da morte da ex-namorada – e pelo faro de gol de Lewandowski.

� por isso que � preciso olhar o Bayern por todo o contexto ao se analisar qualquer nova conquista. O trof�u que o capit�o ergue � o produto final de tudo isso. Vai muito al�m das bolas que param no fundo das redes advers�rias. 

H� uma excel�ncia incontest�vel. O time alem�o � um predador por ess�ncia, e isso se aprende de pequeno. Est� l�, no livro de regras do clube.

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