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Atl�tico, um campe�o brasileiro incontest�vel, forjado na emo��o da Massa

O Galo n�o ganhou o t�tulo de qualquer maneira. N�o foi campe�o por obra do destino ou ajudinha extra da arbitragem. Ele foi o melhor. Simples assim


02/12/2021 20:07 - atualizado 06/12/2021 14:45

Jogadores do Atlético se abraçam no gramado do Mineirão, depois de jogo contra o Fluminense
Jogadores do Atl�tico comemoraram ap�s a partida contra o Fluminense, em um Mineir�o lotado (foto: Pedro Sousa/Atl�tico)
Foram 11 p�naltis marcados a favor do Atl�tico na campanha do t�tulo brasileiro de 2021. Muita gente se ateve a essa estat�stica nos �ltimos dias, de forma at� obcecada. A eles, um alerta: era at� para ter sido mais, n�o fossem erros de arbitragem que tiraram do Galo a chance de terminar o campeonato com n�meros ainda mais impressionantes. Mas isso que foi t�o falado aqui e ali n�o � o que conta a hist�ria da conquista atleticana. Ela passa por tantos fatores que, aos desavisados, fica o recado: o Atl�tico foi o melhor time da competi��o e, por isso, terminou campe�o. Simples assim. 

O que vai ficar para as futuras gera��es, que n�o presenciaram o que fez este time alvinegro ao longo das 36 rodadas que lhe deram a ta�a, ser�o cenas de uma compet�ncia cartesiana aliada � catarse que tomou conta do Mineir�o nas partidas que serviram de refinado acabamento para o sonho.  

O enredo do bicampeonato do Galo passa pelas defesas milagrosas de �verson, o goleiro que vai da frieza das grandes interven��es em campo ao choro copioso de emo��o por uma vit�ria. Pelas atua��es seguras de Mariano na lateral direita. Por um xerife da zaga, o paraguaio Junior Alonso, cuja estrela no peito merecia ser at� ser maior tamanha a grandiosidade de seu futebol, complementado � altura pela sagacidade do "repatriado" Nathan Silva.

A conquista atleticana tamb�m ser� contada pelos dois guardi�es implac�veis da zaga, Allan e Jair. Pelo impar�vel e platinado Arana escorregando entre os marcadores na lateral esquerda. Pela onipresen�a de Zaracho, que pintou de vermelho todos os mapas de calor que atestavam sua movimenta��o em campo. Pelo talento discreto do argentino Nacho Fern�ndez, senhor absoluto dos passes no ponto futuro.



Todos h�o de se lembrar do renascimento de Keno, oxig�nio novo no ataque a desnortear os advers�rios, quando eles acreditavam ter desvendado os segredos do time de Cuca. Nas imagens que circular�o por anos pela internet estar�o os geniais lances de piv� protagonizados por Diego Costa. E a afirma��o do craque do campeonato, o fio condutor de toda a campanha, o super-her�i materializado em campo: Hulk.

Daqui a alguns anos, a trajet�ria do Galo no Brasileiro tamb�m vai ser relatada pelo olhar de uma torcida apaixonada que foi soltando o grito de campe�o em doses homeop�ticas e gritou e chorou em doses cavalares.  Letra a letra, jogo a jogo, a Massa foi se permitindo viver, em toda a sua intensidade, a gl�ria do reencontro com a aguardada ta�a.

O torcedor que festejou em 1971 e suportou a longa espera sem desistir do time se emocionou nesta quinta-feira como nunca. Aquele que, s� agora, viu o cora��o superar o trauma de 1977, foi �s l�grimas tamb�m. O que carregou consigo, desde 1980, a agonia da injusti�a, exorcizou seus fantasmas. O que lamentou a queda em 1987, quando sonhou mais uma vez embalado por Tel�, sentiu num al�vio na alma.

Quem, em 2001 acreditou que o jejum acabaria pelos gols de Guilherme e Marques, mas novamente viu o sonho ser atropelado pela tristeza, foi ao del�rio.

O atleticano que cantou de forma honrosa o hino em 2005, na queda para a S�rie B do Campeonato Brasileiro, desta vez entoou com orgulho ainda maior o "vencer, vencer, vencer, esse � o nosso ideal".

At� o Rei, Reinaldo, chorou, porque n�o chorariam os mortais?

Hoje, quem comemora o bicampeonato nacional v� cicatrizar feridas abertas h� meio s�culo. 

Portanto, o Atl�tico n�o ganhou o t�tulo de qualquer maneira. N�o foi campe�o por obra do destino ou ajudinha extra da arbitragem. Pelo contr�rio: forjou cada pedacinho da ta�a que vai para a sua galeria de trof�us na Sede de Lourdes. Bateu recordes. Encantou n�o s� o atleticano, mas torcidas de outras partes do pa�s. At� do planeta.

Se na epopeia da Libertadores de 2013 foi o Galo doido de Cuca que levou a um roteiro �pico, no bicampeonato do Brasileiro foi um Galo maduro, consciente do seu jogo, que pavimentou o caminho rumo ao topo. E voc�s, que ainda preferem falar de p�naltis marcados, n�o devem ter compreendido nada disso.  

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