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Atl�tico x Cruzeiro com torcida dividida: que o passado inspire o presente

A final deste s�bado ser� apenas o terceiro duelo entre Atl�tico e Cruzeiro com torcida meio a meio desde a reabertura


31/03/2022 17:47 - atualizado 01/04/2022 00:32

Visão geral do Mineirão, em um dia de sol
Atl�tico e Cruzeiro se enfrentam neste s�bado, no Mineir�o, pela final do Campeonato Mineiro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
No cl�ssico deste s�bado, entre Atl�tico e Cruzeiro, pela final do Campeonato Mineiro, muita gente estar� de olho no atacante alvinegro Hulk, artilheiro do Estadual e do novo Mineir�o. Outros estar�o atentos ao que o t�cnico celeste Paulo Pezzolano conseguir� extrair do seu time – a partida pela fase de classifica��o mostrou que ele j� implementou um sentido coletivo importante na equipe, que est� encorpada taticamente. Mas a aten��o tamb�m estar� em algo que ser� fundamental no duelo, quase um marco civilizat�rio: o est�dio de novo dividido entre torcedores de Galo e Raposa.

Houve um tempo em que isso nem era not�cia. O Mineir�o colorido de preto, branco e azul nos dias de Atl�tico x Cruzeiro era a regra, n�o a exce��o. Era parte integrante do cl�ssico.

O torcedor j� sabia o caminho que lhe era mais conveniente na ida para o est�dio – a Abrah�o Caram, geralmente, rota dos alvinegros, enquanto os cruzeirenses dominavam a Catal�o. Que eu saiba, isso nunca foi estabelecido oficialmente, determinado por alguma autoridade, e sim era uma esp�cie de acordo informal entre as torcidas. 

No entorno do Gigante da Pampulha, n�o eram raros os encontros. No aquecimento no antigo Mineir�ssimo, as duas camisas circulavam, em aglomera��es regadas a cerveja nos domingos de sol. Sim, volta e meia havia algum entrevero mais forte. �s vezes, era necess�ria a interven��o de policiais, para acalmar os �nimos. Logo o futebol voltava a ser assunto nas rodinhas de conversa. 

Dentro do est�dio, a coexist�ncia se repetia nas cadeiras cativas e na tribuna de honra. De novo: o clima era pac�fico at� a p�gina 2. Que fique claro: havia momentos de tens�o, uma ou outra briga. Mas n�o causava apreens�o t�o forte ver atleticanos e cruzeirenses pr�ximos, como nos dias de hoje, em que s�o necess�rios tapumes para que n�o haja sequer contato visual entre eles no Mineir�o.

A primeira vez que ouvi um dirigente mencionar a possibilidade de implementa��o de torcida �nica nos cl�ssicos, achei imposs�vel a ideia ir adiante. Lembro perfeitamente que era noite de premia��o do Trof�u Tel� Santana, no Pal�cio das Artes, no in�cio de 2010. Foi um cartola do Cruzeiro quem levantou a quest�o na �poca, dando o exemplo de Internazionale e Milan, que dividem o est�dio em Mil�o. A inten��o era fazer o mesmo com o Mineir�o, deixando que apenas o torcedor mandante fosse a campo em dia de d�rbi.

Fato � que em junho daquele mesmo ano o Gigante da Pampulha foi fechado, para reforma, e com aquele velho est�dio ficaram muitas recorda��es – talvez por mero saudosismo, ainda gosto mais dele do que do moderno e acinzentado atual; sinto falta sobretudo do estacionamento arborizado e do clima mais familiar que a antiga arena trazia.

Com a reinaugura��o em 2013, veio a era da torcida �nica. A final deste s�bado ser� apenas o terceiro duelo entre Atl�tico e Cruzeiro com torcida meio a meio desde a reabertura, h� nove anos. Nessa conta entram a diminui��o da capacidade de p�blico, provocada pelo "advento" das cadeiras, e a tese de defesa da maior seguran�a. 

O caso � que o p�blico foi diminuindo, por�m, os problemas relativos a viol�ncia entre torcidas (sobretudo organizadas) n�o cessaram na mesma propor��o. O embate migrou das proximidades do Mineir�o para regi�es perif�ricas, resultando at� em mortes. Ficou claro: o futebol nunca foi o motivo e, sim, a desculpa para justificar a selvageria de quem tem �ndole perversa.

Ver de novo o Gigante pintado com as cores de Atl�tico e Cruzeiro resgata um passado de disputas mais saud�veis – embora n�o menos acaloradas.

Por isso, neste s�bado, tanto quanto as belas jogadas, os gols e as grandes defesas, as torcidas ser�o protagonistas. Ficar� registrado tamb�m o que acontecer horas antes de a bola rolar, durante a partida e horas depois do apito final. Fora e dentro do Mineir�o. 

� fun��o e of�cio da Pol�cia Militar garantir a seguran�a de todo cidad�o, em qualquer parte da cidade, mas tamb�m � grande a responsabilidade do torcedor vai vivenciar este momento in loco e de jogadores e dirigentes, que precisam dar o exemplo de um ambiente pac�fico, com disputas restritas ao jogo. 

Seria bom se tudo fosse s� festa, em campo e fora dele. Que os personagens da not�cia estejam t�o somente nas se��es esportivas, n�o nos relatos policiais. 
            

                

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