
� uma boa not�cia para quem faz parte atualmente do grupo e nem t�o boa para quem ainda sonha com um lugar no avi�o que levar� a delega��o do Brasil para o mundo �rabe.
Noves fora a pouca qualidade t�cnica dos sul-coreanos – que t�m em Son, destaque do Tottenham (com 23 gols, dividiu a artilharia do �ltimo Campeonato Ingl�s com Salah, do Liverpool), sua estrela solit�ria –, a Sele��o deu sinais de que est� encorpando, e na hora certa.
Na partida em Seul, mais do que atua��es individuais, foi a evolu��o coletiva que chamou a aten��o. Mesmo com algumas baixas, como a do lateral-direito Danilo (cortado da excurs�o � �sia por causa de les�o), e de alguns jogadores poupados, foi poss�vel perceber o Brasil como um time, na acep��o da palavra. Ocupou bem os espa�os e fez a bola circular em velocidade, a��es poss�veis gra�as � integra��o decorrente do entrosamento.
A Sele��o teve um repert�rio que passou por Neymar, mas n�o se encerrou nos p�s dele.
At� nos momentos em que n�o foi l� t�o exigido, o time brasileiro fez a parte dele. H� pe�as a serem ajustadas, mas a principal avalia��o a se fazer neste momento era esta: a perspectiva que a equipe de Tite nos d�, a pouco mais de cinco meses da Copa. E a impress�o foi boa.
Ainda que o treinador tenha sido precavido com alguns de seus mais promissores atletas, como Vin�cius J�nior (que brilhou na final da Liga dos Campe�es, poucos dias antes, e por isso entrou em campo apenas nos �ltimos minutos), a ideia do que o Brasil ter� no Catar est� clara.
Tecnicamente, n�o h� grandes mist�rios. Nesse departamento, a Sele��o vai precisar que o talento de seus jogadores aflore naturalmente quando a bola rolar. Mas esse talento s� n�o basta, j� vimos essa hist�ria antes.
Por isso, a quest�o, a partir de agora, � ajustar a sintonia para que o time encontre os atalhos do campo quando a situa��o apertar. E isso n�o passa somente por defini��es t�ticas ou pela t�cnica dos atletas.
Uma frase de Tite ap�s a partida em Seul foi a principal dica para entender tal equa��o: "Gostei n�o s� de quem come�ou entre os 11, mas de quem entrou. Ainda mais com alguns atletas vindo depois e trazendo esse n�vel de desempenho. Eu falo dos 'perninhas r�pidas'. Quanto mais o F�bio (Mahseredjian, preparador f�sico) colocar, mais o advers�rio se desgasta".
Os "perninhas r�pidas" aos quais Tite se referiu s�o jogadores como Neymar, Vin�cius J�nior, Raphinha e outros, r�pidos e dribladores, que ajudam a abrir brechas nas defesas alheias.
Para que eles possam exercer esse papel na plenitude, a forma como chegar�o fisicamente � Copa ser� fundamental. Afinal, a velocidade na troca de passes e na movimenta��o do ataque s�o grandes cartadas do time verde-amarelo.
Est� tudo intrinsecamente conectado, e a mudan�a de calend�rio vai acabar sendo bem �til nessa estrat�gia, j� que, diferentemente das edi��es anteriores do Mundial, esta ser� disputada no meio da temporada europeia, onde atua a maior parte do grupo brasileiro. Se nenhuma les�o atravessar o caminho, a expectativa � de que eles cheguem inteiros ao Catar
Nessa prepara��o, entram os pr�ximos dois jogos da Sele��o (segunda-feira, contra o Jap�o, e em 22 de setembro, contra a Argentina), os �ltimos antes da estreia contra a S�rvia.
Para que tudo d� certo, Tite vai precisar que os "perninhas r�pidas" voem baixo na Copa. A grande senha para o Brasil rumo ao hexacampeonato estar� na conjun��o entre talento e f�lego.