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Estado de Minas TIRO LIVRE

A temporada maluca de Lisca Doido

Depois de um ano e quatro meses no Am�rica, Lisca n�o conseguiu passar nem dois meses seguidos empregado em outra equipe


27/10/2022 19:37 - atualizado 27/10/2022 20:12

Lisca na época em que era treinador do América
Depois que deixou o Am�rica, Lisca comandou Vasco, Sport, Santos e Ava� (foto: Jo�o Zebral/Am�rica - 13/6/2021)
N�o sei se voc� acredita em bruxas, mas um ditado popular espanhol garante que elas existem. Coincid�ncia ou n�o, desde que deixou o Lanna Drumond para se aventurar por outras paragens, Lisca, o Doido, tem tido pouco sucesso em suas maluquices.

Os supersticiosos podem crer ter se abatido sobre o treinador uma esp�cie de maldi��o, por ter deixado o Am�rica. Qui�� ele estaria cumprindo algum carma do tipo: aqui se faz aqui se paga. Fato � que o Coelho tem at� se virado bem sem Lisca (pelo menos conseguiu se estabilizar e se permite at� sonhar com Copa Libertadores). J� o contr�rio, sejamos justos, n�o pode ser dito.

Longe do acolhimento americano, o treinador tem vivido desventuras. O dia 14 de junho de 2021 se tornou um tipo de marco na carreira dele. De l� pra c�, nada deu muito certo. Depois de um ano e quatro meses no clube mineiro, Lisca n�o conseguiu passar nem dois meses seguidos empregado em outra equipe. Por motivos diversos.

A demiss�o do Ava�, nesta semana, � o cap�tulo mais recente, mas � preciso retroceder aos �ureos tempos de Am�rica para que a tese inicial desta coluna fa�a sentido.

Pois bem, foi com os olhos marejados que Lisca concedeu sua �ltima entrevista como comandante americano. Ele se disse agradecido, fez um balan�o do trabalho e assegurou n�o estar saindo para assumir outro clube – embora, na �poca, estivesse na mira de v�rias equipes.

"Realmente estou indo para a minha casa, n�o estou saindo por convites de outros clubes. Salum sabe, tive convites de outros clubes antes. Fiquei, acreditei, n�s tentamos, mas tem ciclos que terminam", ratificou.

O time n�o andava muito bem, amargava jejum de sete jogos, a lanterna do Brasileiro (ainda em fase inicial), por�m nem de longe Lisca balan�ava no cargo. Pelo contr�rio: era forte a imagem deixada pelo �pico final de 2020, quando levou o Am�rica � campanha hist�rica na Copa do Brasil (chegou � semifinal, o que garantiu ao clube premia��o de R$ 17,6 milh�es) e foi vice-campe�o da S�rie B do Campeonato Brasileiro. 

Treinador mais longevo entre os que disputavam a elite �quela altura, Lisca decidiu que era hora de partir, deixando para tr�s um aproveitamento expressivo de 60,4%.

O per�odo sab�tico durou pouco mais de um m�s. Foram 36 dias at� que ele vestisse novo uniforme: foi a aposta do Vasco para tentar reconduzir o time de volta � elite nacional.

Assinou contrato curto, v�lido s� at� o fim do ano. Mas, em 8 de setembro, ou 50 dias depois, Lisca pediu demiss�o. Foram quatro vit�rias, um empate e sete derrotas, al�m da frustra��o. "Percorri durante 30 anos para buscar espa�o em um clube como o Vasco, mas chega um momento que a gente precisa de hombridade para reconhecer que o trabalho n�o funcionou", lamentou.

Passaram-se quase 10 meses at� que Lisca reaparecesse no cen�rio nacional. Em 30 de junho deste ano, ele foi apresentado pelo Sport. Chegou levando alegria e otimismo ao clube pernambucano, que brigava pelo G-4 da S�rie B.

"Demorei 10 anos para chegar aqui, mas cheguei", bradou, com um sorriso largo. Ficou apenas quatro jogos – 23 dias –, sendo uma vit�ria e tr�s empates. Deixou a Ilha do Retiro seduzido por proposta para treinar o Santos. A torcida do Le�o n�o engoliu. Guarda ressentimento at� hoje. O presidente do clube, Yuri Rom�o, n�o perdoou: "Atitude anti�tica".

Na Vila Belmiro, outra passagem curta, de 54 dias. Em oito partidas, ganhou s� duas, empatou tr�s e perdeu tr�s. Aproveitamento de 37,5%, que levou � sa�da.

O desemprego durou pouco: um dia depois, ele j� chegava � Ressacada, para assumir o Ava�. Estreou bem, vencendo o Atl�tico, contudo, parou nisso: foram seis derrotas seguidas (para S�o Paulo, Atl�tico-GO, Botafogo, Fortaleza, Fluminense e Palmeiras) at� receber o bilhete azul. S� 41 dias no cargo.

Em um ano e tr�s meses longe do Coelho, Lisca dirigiu quatro equipes, ficando, no total, 168 dias empregado. Somou 31 jogos, com oito vit�rias, sete empates e 16 derrotas. No Am�rica, em 501 dias, disputou 82 partidas: nada menos 40 triunfos, 27 empates e 15 derrotas.

Dizem por a� que os n�meros n�o mentem. No caso de Lisca, eles est�o berrando que a sa�da do Lanna Drumond n�o foi escolha das mais acertadas.

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