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Estado de Minas TIRO LIVRE

Lu�s Castro, o Botafogo e as propostas tentadoras do futebol �rabe

Determinados a dar visibilidade � liga e a melhorar a imagem externa do pa�s, os xeques j� contrataram Cristiano Ronaldo e Benzema


29/06/2023 19:50 - atualizado 29/06/2023 19:59
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Técnico do Botafogo, Luis Castro recebeu proposta milionária do futebol árabe
T�cnico do Botafogo, Luis Castro recebeu proposta milion�ria do futebol �rabe (foto: V�tor Silva/Botafogo)
L�der do Campeonato Brasileiro, o Botafogo vivia dias de paz e alegria at� ter seu caminho atravessado pelos rumores de sa�da do t�cnico portugu�s Lu�s Castro. A cada nova informa��o sobre o interesse do milion�rio Al Nassr no treinador, um pesadelo tomava forma na mente de torcedores e dirigentes. At� que os botafoguenses acionaram um mecanismo de defesa explicado pela psicologia: o estado de nega��o. 

A dificuldade de aceitar uma situa��o leva o indiv�duo a ignorar o fato de tal forma que ele chega a viver em uma realidade paralela, como se aquilo que o incomoda n�o existisse. Assim, enquanto surgiam, a cada dia, novas evid�ncias de que a jornada de Lu�s Castro no clube se aproximava do fim, o alvinegro carioca se negava a admitir qualquer movimento de sa�da.

No in�cio da noite desta quinta-feira, depois de v�rios sites especializados noticiarem que o acordo entre o treinador e os sauditas estava selado, o Botafogo soltou nota oficial com sua posi��o sobre o assunto. O inc�modo com os rumos da hist�ria, no entanto, j� come�a a ficar vis�vel. Informa��es de bastidores davam conta de que j� afetava, inclusive, os jogadores.

"Com rela��o �s not�cias que est�o sendo veiculadas na imprensa referentes ao t�cnico Lu�s Castro, o Botafogo informa que o treinador possui contrato ativo at� mar�o de 2024. O clube n�o recebeu qualquer comunicado de sa�da por parte do t�cnico ou qualquer documento de outra agremia��o at� o momento", escreveu o clube carioca.

Esse termo "at� o momento" � importante, pois j� denotava certa imprevisibilidade, a admiss�o de um car�ter tempor�rio para a validade do comunicado. 

Pode at� ser um mecanismo compreens�vel para quem est� no meio do futebol. Afinal, o Botafogo faz campanha surpreendente no Brasileiro, devolvendo a satisfa��o ao torcedor de acompanhar o time, depois de temporadas complicadas, regadas a algum sofrimento. A �ltima coisa que ia querer lidar era com uma troca for�ada no comando.

Noves fora toda a frustra��o do torcedor botafoguense, dif�cil culpar o treinador por se render aos petrod�lares. Al�m de um sal�rio milion�rio, 90% maior do que ele recebe no Brasil - fala-se em  6 milh�es de euros (R$ 31,68 milh�es na cota��o atual) por ano, livre de impostos -, o Al Nassr ofereceu, segundo o jornalista Andr� Rizek, uma casa avaliada em 2,5 milh�es de euros (R$ 13,2 milh�es), onde Lu�s Castro poder� morar enquanto dirigir a equipe.

O comandante botafoguense n�o � o �nico seduzido pelos �rabes. Determinados a dar visibilidade � liga e a melhorar a imagem externa do pa�s, os xeques abriram os cofres e, s� neste ano j� contrataram ningu�m menos que os atacantes Cristiano Ronaldo - que est� no Al Nassr - e Benzema, Bola de Ouro da Fifa, que vai jogar no Al Ittihad ao lado do volante franc�s de origem malesa N'Golo Kant�. 

O zagueiro senegal�s Koulibaly trocou o Chelsea e pelo Al Hilal, segundo ele, por dinheiro ("vou poder ajudar toda a minha fam�lia a viver bem", justificou) e religi�o, j� que � mu�ulmano. Outro que deixou os Blues para ir para o futebol �rabe foi o goleiro, tamb�m senegal�s, �douard Mendy, contratado pelo Al Ahli - que ainda est� com a mira voltada para o atacante brasileiro Firmino, rec�m-sa�do do Liverpool. 

Ao que tudo indica, a onda �rabe n�o est� perto do fim. Nem tampouco esse tipo de iniciativa � novidade no mundo do futebol.

H� alguns anos, os russos "invadiram" campeonatos alheios oferecendo fortunas e recrutando jogadores. O que mais impressionava na �poca � que conseguiam levar atletas jovens e de grande potencial, que ficavam presos em contratos longos, �vidos por uma transfer�ncia para regi�es mais valorizadas na Europa.

Outro mercado tecnicamente inexpressivo que tomou o futebol de assalto h� um tempo foi o chin�s, atr�s de estrelas dispostas a deixar o centro das aten��es, mas encher os cofres. A t�tica funciona, pelo menos por algum tempo.

Se depender da disposi��o mostrada pelos �rabes, ainda vai ter clube lamentando baixas e precisando se refazer do baque para seguir a vida. O que n�o tem rem�dio, remediado est�. Bem naquela tese do "aceita que d�i menos".

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