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Estado de Minas LUIZ CARLOS AZEDO

Paulo Guedes est� na frigideira de Bolsonaro e s� n�o v� quem n�o quer

Ministro da Economia segue perdendo auxiliares e est� desgastado com o Planalto


18/08/2020 04:00 - atualizado 18/08/2020 06:33

Fritura de Paulo Guedes segue o rito habitual no Planalto e se dá nos bastidores(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Fritura de Paulo Guedes segue o rito habitual no Planalto e se d� nos bastidores (foto: F�bio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
Quem quiser que se iluda. O ministro da Economia, Paulo Guedesarde numa frigideira em plena Esplanada dos Minist�rios. Ontem, o subsecret�rio de Pol�tica Macroecon�mica do Minist�rio da Economia, Vladimir Kuhl Teles, deixou o cargo. Era o n�mero dois da Secretaria de Pol�tica Econ�mica do minist�rio, comandada por Adolfo Sachsida. Publicamente, alegou raz�es pessoais. Na semana passada, dois membros do primeiro time da equipe de Guedes haviam deixado o minist�rio: os secret�rios de Desestatiza��o, Salim Mattar, e de Desburocratiza��o, Paulo Uebel. Guedes tem sinalizado para o mercado que n�o pretende deixar cargo, por�m, perde lideran�a sobre sua pr�pria equipe.

A fritura de Guedes segue um rito que est� se consolidando no Pal�cio do Planalto como um m�todo de descarte dos ministros. O presidente Jair Bolsonaro prestigia o auxiliar publicamente, mas nos bastidores nada faz para evitar que seja desgastado por not�cias de que o ministro j� n�o est� mais afinado com o presidente da Rep�blica. Em termos de pol�tica econ�mica, Bolsonaro pretende “furar o teto de gastos”, s� falta encontrar um meio para disfar�ar a pedalada fiscal. N�o � toa, todo o mercado j� precifica a flexibiliza��o da pol�tica fiscal, com a Bolsa em queda e o d�lar em alta. Mas h� duas leituras sobre o futuro de Guedes, uma de que acabar� substitu�do no cargo por Bolsonaro; outra, de que est� lutando para ficar, fazendo o que pode para aumentar os gastos do governo sem perder a narrativa da responsabilidade fiscal.


Abono permanente

Os dados est�o sendo lan�ados no tabuleiro. A situa��o da economia n�o � f�cil. Bolsonaro sobrevoa o Nordeste em c�u de brigadeiro, por causa do abono emergencial, mas Guedes navega num mar proceloso. Ontem, o relat�rio do Instituto Fiscal Independente, mantido pelo Senado, registrava queda de 8% do PIB no segundo trimestre (menos mal, a previs�o era um tombo de 10,6%); recupera��o de alguns setores da ind�stria e do com�rcio; recess�o de 6,5% em 2020. Redu��o do n�mero de pessoas ocupadas de 93,3 milh�es em junho de 2019 para 83,3 milh�es em junho deste ano. Perda de receita l�quida de 2,5% do PIB no primeiro semestre; crescimento de 40,3% da despesa prim�ria no semestre; aumento de 9,7% da d�vida bruta do governo entre dezembro 2019 e junho de 2020.

O xis da quest�o � que os cr�ditos extraordin�rios para o combate � COVID-19 j� somam 511,3 bilh�es. Calcula-se que o d�ficit fiscal deste ano deve chegar a R$ 800 bilh�es, o que elevar� a d�vida p�blica a quase 100% do PIB. Perto desses valores, os R$ 35 bilh�es a mais que os ministros da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rog�rio Marinho, seriam uma aumento de mais de 6% do montante do que o governo gastou com a pandemia. O problema � que n�o d� para enquadrar esses gastos, que se destinam � realiza��o de obras nos estados e munic�pios controlados pelos aliados do governo, no programa de emerg�ncia aprovado pelo Congresso. Por isso, Guedes somente se comprometeu com a libera��o de R$ 5 bilh�es.

Mas o problema maior n�o � esse. � o abono emergencial de R$ 600, que alavancou a popularidade de Bolsonaro junto as parcelas mais pobres da popula��o, com reflexo inclusive na redistribui��o de renda, transferida da classe m�dia para as fam�lias na mis�ria absoluta ou quase. Bolsonaro quer transformar o abono emergencial na Renda Brasil, uma esp�cie de Bolsa-Fam�lia turbinada, isto �, tr�s vezes maior do que o programa que herdou do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Guedes precisa resolver essa equa��o. Se n�o atender ao desejo de Bolsonaro, que mira a reelei��o, ter� que deixar o governo. No fundo, consolidou-se na Esplanada dos Minist�rios e no Congresso um bloco pol�tico que deseja uma mudan�a de rumos na pol�tica econ�mica. E velho nacional-desenvolvimentismo renasce das cinzas no Pal�cio do Planalto. 




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