(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ENTRE LINHAS

Argentina, China e EUA: complicadas rela��es com parceiros comerciais

Desde que Bolsonaro assumiu a Presid�ncia, as rela��es do Brasil com a China est�o sob estresse pol�tico, provocado por declara��es inamistosas dele e dos filhos


26/11/2020 04:00 - atualizado 26/11/2020 07:52

O presidente se alinhou a Donald Trump e agora vê os chineses se irritarem com declaração de Eduardo Bolsonaro(foto: Adriano Machado)
O presidente se alinhou a Donald Trump e agora v� os chineses se irritarem com declara��o de Eduardo Bolsonaro (foto: Adriano Machado)
Vamos come�ar pela Argentina, que ontem perdeu seu maior �dolo, o jogador Diego Maradona, cujo prest�gio entre n�s era t�o grande que a velha rivalidade entre as torcidas brasileira e argentina perde qualquer sentido diante da sua genialidade e import�ncia para o futebol mundial.

Ali�s, essa rivalidade, do ponto de vista geopol�tico, perdeu o sentido deste a Guerra das Malvinas, quando os Estados Unidos, o aliado principal dos argentinos, apoiaram os ingleses, que recuperaram o arquip�lago depois de impor dura derrota militar aos nossos vizinhos.
 
Ao contr�rio do que imaginava o presidente da Argentina, o general Leopoldo Galtieri, a primeira-ministra brit�nica Margaret Tatcher n�o quis saber de negocia��o e resolveu o assunto pela for�a, exibindo o poder naval do Reino Unido no Atl�ntico Sul. Foi um golpe de morte na ditadura militar argentina, desmoralizada na guerra.

Muito do prest�gio de Maradona se deve � vit�ria da sele��o argentina contra os ingleses, na final da Copa do Mundo do M�xico, em 1986, quando fez dois gols, um com a “m�o de Deus” e o outro, numa arrancada em linha reta, driblando todos os ingleses � sua frente. Lavou, em campo, a alma de uma Argentina humilhada.
 
A Guerra das Malvinas aproximou o Brasil da Argentina, a partir do governo do presidente Jos� Sarney, tanto do ponto de vista diplom�tico como militar, estreitando a coopera��o entre os dois pa�ses. Essas rela��es, por�m, v�o de mal a pior, desde a elei��o do presidente Alberto Fern�ndez, um peronista moderado. Bolsonaro nunca esteve com o presidente argentino, contra quem fez campanha aberta na elei��o presidencial e a cuja posse nem sequer compareceu, quebrando uma tradi��o diplom�tica importante para o Mercosul.
 
O pa�s vizinho era o nosso terceiro parceiro comercial, agora � o quarto. Com um desempenho comercial de US$ 3,7 bilh�es tanto em importa��o, quanto em exporta��o, no primeiro semestre de 2020, mesmo assim, continua sendo o parceiro mais importante para a nossa ind�stria de autom�veis e de eletrodom�sticos. Entretanto, em raz�o da pandemia e da p�ssima rela��o de Bolsonaro com Fern�ndez, esse desempenho est� muito abaixo do que seria poss�vel. A Holanda passou a ocupar a terceira posi��o.  No primeiro semestre deste ano, exportamos US$ 4,5 bilh�es para os holandeses, contra US$ 647 em importa��es.

Tecnologia

Nosso segundo parceiro comercial s�o os Estados Unidos, que est� em guerra comercial com a China. A alian�a de Bolsonaro, por�m, era com o presidente Donald Trump, que perdeu a elei��o. Fez campanha aberta contra o democrata Joe Biden, cuja pol�tica est� em contradi��o com os rumos que tomamos na cena internacional e tamb�m internamente, em �reas como meio ambiente e sa�de p�blica.  Para ajudar Trump na elei��o, Bolsonaro fez concess�es comerciais que prejudicam a ind�stria brasileira e n�o obteve, do ponto de vista pr�tico, nenhuma vantagem significativa.
 
No primeiro semestre desse ano, a balan�a comercial do Brasil com os Estados Unidos foi negativa: importamos US$ 13,2 bilh�es e exportamos US$ 10 bilh�es. Ou seja, o alinhamento autom�tico com Trump somente nos deu preju�zo. Exportamos petr�leo bruto, semimanufaturados de ferro e a�o, avi�es e pastas qu�micas; em contrapartida, importamos �leo diesel, gasolina, hulha betuminosa e nafta, principalmente. Por que, com Biden, ser� diferente?
 
H� mais de 10 anos, o nosso principal parceiro comercial � a China. No primeiro semestre de 2020, o Brasil exportou mais de US$ 34 bilh�es para o pa�s. No mesmo per�odo, a importa��o de produtos chineses foi de US$ 16,7 bilh�es. Vendemos soja, �leos brutos de petr�leo, min�rios de ferro e seus concentrados, pastas qu�micas de madeira e carnes desossadas de bovino congeladas, principalmente. Compramos plataformas de perfura��o ou de explora��o, flutuantes ou submers�veis; componentes para aparelhos receptores de radiodifus�o, televis�o, etc; para aparelhos de telefonia/telegrafia; c�lulas solares em m�dulos ou pain�is; e celulares.
 
Desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presid�ncia, por�m, as rela��es do Brasil com a China est�o sob estresse pol�tico, provocado por declara��es inamistosas e postagens provocativas nas redes sociais do presidente da Rep�blica e dos seus filhos. Os chineses s�o conhecidos pela paci�ncia, mas resolveram reagir duramente a um coment�rio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL -SP) acusando a China de espionagem, na segunda-feira. “Isso � totalmente inaceit�vel para o lado chin�s e manifestamos forte insatisfa��o e veemente rep�dio a esse comportamento”, diz a nota da embaixada chinesa. O plano de fundo � a disputa pelo mercado brasileiro de internet 5G. Respons�vel por 33,5% das nossas exporta��es, se forem exclu�dos da disputar por Bolsonaro, a priori, v�o se reposicionar em rela��o ao Brasil.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)