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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Jair Bolsonaro caiu do cavalo nas tr�s cidades que t�m segundo turno

Apoio do presidente da Rep�blica se tornou irrelevante na campanha por causa de sua baixa popularidade


27/11/2020 04:00 - atualizado 27/11/2020 07:43

Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados no segundo turno e agora não deve conseguir eleger Crivella no Rio(foto: EVARISTO SÁ/AFP - 19/11/20)
Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados no segundo turno e agora n�o deve conseguir eleger Crivella no Rio (foto: EVARISTO S�/AFP - 19/11/20)


Muito interessante a disputa nas tr�s principais capitais onde h� segundo turno: S�o Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Apontam tend�ncias pol�ticas completamente diferentes.

A �nica conclus�o que podemos inferir em rela��o a 2022, com seguran�a, � o fato de que o presidente Jair Bolsonaro caiu do cavalo nas tr�s cidades. Seus candidatos n�o emplacaram. 

A queda de sua popularidade em quase todo o territ�rio nacional, em raz�o da pandemia de coronav�rus, das altas taxas de desemprego e das suas patacoadas em rela��o a alguns temas relevantes, como a pol�tica externa e o meio ambiente, fez com que seu apoio se tornasse irrelevante.

Em S�o Paulo, Bruno Covas (PSDB) mant�m a lideran�a, mesmo caindo de 48% para 47%. Guilherme Boulos (PSOL) estacionou nos 40%, segundo o DataFolha. Como o candidato de Bolsomaro, Celso Russomano (Republicanos), virou mosca morta no segundo turno, a disputa reflete uma guinada � esquerda na capital paulista. Bruno Covas � um tucano de raiz, com uma narrativa que n�o nega a heran�a familiar do ex-governador Mario Covas. � falsa a acusa��o de que seria um bolsonarista, sua candidatura se posiciona no campo da centro-esquerda.

O que acontece � que Boulos, candidato do Psol, est� � esquerda do PT, o que est� contingenciando sua candidatura. N�o deixa de ser um fen�meno de implica��es nacionais, pois sinaliza a quebra de hegemonia do PT e a emerg�ncia de uma nova lideran�a pol�tica em S�o Paulo com proje��o para outros estados. Tamb�m � falsa a tese de que seria uma esp�cie de lulismo sem Lula, quando nada porque o transformismo do PT ocorreu no exerc�cio do poder e n�o � margem dele. N�o se pode confundir o aggiornamento de Boulos com isso.

Boulos tem ampla vantagem entre jovens de 16 a 24 anos (61% a 27%); Covas, entre quem tem 60 anos ou mais (61% a 28%). Os mais jovens, por�m, pesam menos (12%) no eleitorado do que os eleitores mais velhos (23%). Entre os mais pobres, com renda familiar de at� dois sal�rios, o candidato do PSDB tem 46% das inten��es de voto, ante 39% do advers�rio. Tamb�m lidera entre quem tem renda familiar de 2 a 5 sal�rios (48% a 38%). Boulos vence na faixa de renda de 5 a 10 sal�rios (48% a 42%). Entre os mais ricos, com renda superior a 10 sal�rios, Covas tem 53%, e Boulos, 42%. No total de votos v�lidos, Covas tem 54% e Boulos, 46%.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a situa��o � completamente diferente de S�o Paulo. O segundo turno virou uma disputa entre o centro e a direita. A novidade � o maci�o apoio da esquerda ao candidato do DEM, Eduardo Paes, que passou de 54% para 55%. O prefeito Marcelo Crivella, um dos raros candidatos de Bolsonaro no segundo turno, mostra resili�ncia na sua base evang�lica, mas avan�ou apenas de 21% para 23% dos votos, segundo o DataFolha. Em termos de votos v�lidos, Paes venceria Crivela por 70% a 30%.

A vit�ria de Eduardo Paes repercute no cen�rio nacional porque fortalece o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, e a ala do partido que namora a eventual candidatura a presidente da Rep�blica do apresentador Luciano Huck. A disputa tamb�m aponta uma tend�ncia de converg�ncia de for�as contra o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das elei��es de 2022.

A segmenta��o da pesquisa tamb�m mostra uma derrota profunda do projeto pol�tico da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, de quem Crivella � sobrinho.  Sua narrativa conservadora em rela��o aos costumes esbarrou na vida mundana dos cariocas. O aparelhamento da administra��o da cidade pelos pastores evang�licos tamb�m se revelou um fracasso pol�tico.

N�o � � toa que Paes ampliou a vantagem sobre Crivella entre as mulheres (74% contra 26%); entre os que t�m 60 anos ou mais (75% a 25%); entre os mais instru�dos (75% a 25%); entre os com renda familiar mensal acima de 10 sal�rios m�nimos (85% a 15%); entre os funcion�rios p�blicos (83% a 17%); entre os cat�licos (84% a 16%); e entre os simpatizantes do PT (93% a 7%). Crivella manteve-se em vantagem apenas entre os evang�licos (64% contra 36%).

A elei��o em Recife est� eletrizante e virou a pol�tica de Pernambuco de pernas para o ar. Maria Arraes (PT) subiu de 41% para 43%, mas Jo�o Campos (PSB) tem uma curva de crescimento melhor: passou de 34% para 40%. Nos votos v�lidos, a petista venceria por 52% a 48%, uma diferen�a que caiu de 10 para 4 pontos, apenas. O mais inusitado da disputa � que ela se d� praticamente no mesmo campo, em todos os sentidos. PT e PSB s�o partidos de esquerda, os dois candidatos pertencem ao cl� da fam�lia do ex-governador Miguel Arraes e disputam a sua heran�a.

Curioso � o fato de a direita pernambucana apoiar maci�amente a candidata petista, com objetivo de enfraquecer o governador Paulo C�mara e o jovem deputado federal Jo�o Campos, neto de Arraes e herdeiro pol�tico do falecido governador Eduardo Campos, que morreu num desastre a�reo na Baixada Santista, em plena campanha eleitoral de 2014.

Mar�lia Arraes leva vantagem entre os homens (46% a 36%); entre as mulheres, fica um pouco atr�s (41% a 43%). Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, abre 14 pontos (47% a 33%). Na faixa seguinte, de 25 a 34 anos, tem 43%, ante 41% do candidato do PSB.  Entre os eleitores de 35 a 44 anos, Campos lidera (45% a 37%), mas perde entre quem tem de 45 a 59 anos, faixa na qual a petista abre vantagem de 14 pontos novamente.No grupo de eleitores mais velhos, com 60 anos ou mais, o candidato do PSB tem 44% e Mar�lia, 43%.

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