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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Sem chance de dar certo por causa dos problemas criados pelo presidente

Aposta em Trump, ret�rica golpista, agenda ultraconservadora e or�amento da Uni�o na m�o do Centr�o comprometem o governo atual


13/10/2021 04:00 - atualizado 13/10/2021 08:01

Presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro se isolou politicamente no pa�s e internacionalmente com sua postura ultraconservadora (foto: Evaristo S�/AFP)

H� tr�s conting�ncias do governo Bolsonaro que colocam em xeque sua continuidade. A primeira tem a ver com a pol�tica externa; a segunda, com a pol�tica propriamente dita; a terceira, com a economia.

S�o situa��es criadas pelo pr�prio presidente da Rep�blica, n�o por seus advers�rios. Decorrem de estrat�gias erradas.

Vejamos:
(1) a aposta na pol�tica ultraconservadora do presidente Donald Trump, com a elei��o do democrata Joe Biden para a Presid�ncia dos Estados Unidos, deixou o presidente Jair Bolsonaro sem um grande aliado no Ocidente e na contram�o da pol�tica mundial, que � globalista;
(2) a ret�rica golpista e a agenda ultraconservadora provocaram seu crescente isolamento pol�tico;
(3) a entrega do Or�amento da Uni�o ao Centr�o inviabilizou a agenda econ�mica do ministro da Economia, Paulo Guedes. O resto s�o consequ�ncias.

O isolamento internacional do Brasil, ao contr�rio do que gostaria Bolsonaro, somente serviu para tornar o pa�s ainda mais dependente da China, nosso principal parceiro comercial. N�o seria um grande problema, se a economia chinesa n�o sofresse os sobressaltos de uma economia capitalista, embora seu regime pol�tico seja uma ditadura comunista. No momento, o mercado financeiro internacional vive a expectativa de uma implos�o da bolha imobili�ria chinesa, de consequ�ncias imprevis�veis. A Sinic Holdings Group � mais recente empresa imobili�ria chinesa em vias de dar um grande calote, aumentando a tens�o criada pela gigante Evergrande, que atravessa momentos dif�ceis e tem uma d�vida de US$ 300 bilh�es (R$ 1,6 trilh�o).

A Sinic comunicou � Bolsa de Hong Kong que espera n�o conseguir pagar um t�tulo de US$ 250 milh�es com vencimento em 18 de outubro, o que pode gerar inadimpl�ncia cruzada, pois a empresa tem US$ 694 milh�es em t�tulos e sofreu uma queda de 97% no valor de suas a��es. A Modern Land (China) Co., outra incorporadora sediada em Pequim com US$ 1,35 bilh�o de t�tulos em circula��o, est� pedindo tr�s meses para quitar uma nota com vencimento em 25 de outubro. A Xinyuan Real Estate Co., que tem US$ 760 milh�es de t�tulos, est� propondo o que a Fitch Ratings considere uma troca de d�vida problem�tica com vencimento na sexta-feira. A alta do pre�o do petr�leo e a chamada crise dos cont�ineres, que corresponde a um apag�o log�stico, tamb�m s�o fatores que repercutem fortemente na desvaloriza��o da moeda brasileira.

Calote e infla��o


Na pol�tica, a situa��o � complicada porque a agenda econ�mica do Centr�o n�o � a mesma do ministro da Economia, Paulo Guedes. A reforma administrativa subiu no telhado, ainda mais porque todo o pessoal do setor de seguran�a p�blica, com exce��o dos policiais militares, rebelou-se contra a reforma. Policiais federais, policiais rodovi�rios, agentes penitenci�rios e policiais civis, que faziam parte da base bolsonarista, est�o se insurgindo contra a reforma e fazem forte lobby no Congresso contra a reforma, como os demais servidores civis. Sem cortes nas despesas de pessoal, a op��o do governo seria contingenciar as emendas ao Or�amento da Uni�o, que est�o fora do controle do Executivo e s�o imex�veis. Quem controla esses investimentos em obras e servi�os � o presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL).

Com isso, o cobertor ficou muito curto para o governo aprovar o Aux�lio Brasil, programa social no qual o presidente Bolsonaro aposta sua reelei��o. A alternativa de calote nos precat�rios (PEC no. 23) para financiar o programa que substituir� o Bolsa Fam�lia tamb�m enfrenta forte resist�ncia. O engenhoso relat�rio do deputado Hugo Motta constitucionaliza o calote, ao ficar um limite anual para os precat�rios e senten�as judiciais. O restante entraria na l�gica do “devo, n�o nego; pago quando puder”, segundo o economista Felipe Salto, do Instituto Fiscal Independente(IFI), mantido pelo Senado. O limite proposto no relat�rio est� baseado no valor pago em 2016 (R$ 30,7 bilh�es) corrigido pela infla��o. Assim, o pagamento de 2022 ser� de R$ 40,5 bilh�es, em vez de R$ 89,1 bilh�es.

Uma folga de R$ 48,6 bilh�es no teto de gastos em 2022, para financiar a reelei��o de Bolsonaro, n�o passa despercebida e impune pelo mercado. Al�m de gerar inseguran�a jur�dica, ao virar a mesa nas regras do jogo entre o governo e seus credores, tem impacto direto na infla��o, que voltou como nunca antes desde o lan�amento do Plano Real. Os n�meros s�o terr�veis: 1,16% em setembro, 6,90% no ano e 10,25% em doze meses. Luz, ovos, caf�, carne, frango e a��car subiram de 20% a 47%. O sal�rio vale menos e os mais pobres est�o disputando ossos e sopas oferecidas por institui��es de caridade. Como a economia desanda, a reelei��o sobe no telhado.

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